21 de julho, de 2015 | 07:26
Pai e filho suspeitos de latrocínio
PM consegue localizar dois suspeitos por morte de aposentado ocorrida no bairro Canaã
IPATINGA A informação que um carro roubado em um latrocínio no começo da tarde de segunda-feira, no bairro Canaã, tinha circulado pelo bairro de Ipaba de Santana do Paraíso, levou a Polícia Militar a desencadear uma operação que só terminou na tarde de terça-feira, depois que pai e filho foram autuados em flagrante na Delegacia de Polícia Civil em Ipatinga.
Foram presos Varley Neves de Oliveira, de 41, e o filho dele, Warley Fillipe Mendonça de Oliveira, de 19 anos, ambos moradores do Morro Santa Rosa, no bairro Bethânia.
Eles são apontados pela polícia como os autores do assalto que terminou na morte do aposentado Edson de Souza Costa, de 55 anos, que teve roubado Ford Fiesta preto, placas KYJ-6209, na rua Ester, no Canaã. Os dois negaram envolvimento no crime, mas tiveram a situação complicada nesta terça-feira, porque foram reconhecidos, na delegacia da PC, como autores de outros crimes violentos na região.
A prisão deles ocorreu porque, após o latrocínio de Edson, equipes da PM realizavam buscas, quando receberam a informação que o carro estava abandonado em Ipabinha. No local, a PM foi informada que os ocupantes do carro passaram em uma casa, onde um deles trocou de roupas com o morador, vestindo um uniforme da Usiminas.
Para fugir do bairro, eles conseguiram apoio de outros dois moradores de Ipabinha, um de 27 anos e outro de 30 anos. O envolvimento deles com o caso ainda está sob investigação. Eles alegaram que receberam R$ 50 para deixar os dois homens no bairro Bethânia. Eles relataram que Varley e o filho chegaram alegando que eram funcionários da siderúrgica em Ipatinga e estavam a pé porque o carro em que estavam apresentou defeito.
Rastreamento
Quando a polícia chegou ao endereço onde os suspeitos do latrocínio poderiam estar, no Morro Santa Rosa, no bairro Bethânia, eles já tinham saído. Entretanto, em rastreamento, outra equipe policial foi informada que os suspeitos festejavam em uma casa que pertence a J.A.C., de 29 anos, na rua Valdomiro Serafim da Costa, no bairro Bom Jardim.
Os PMs da 12ª Companhia de Missões Especiais (Cia Mesp), com policiais do 14º Batalhão, montaram uma operação de captura e cercaram o imóvel. Várias pessoas saíram correndo da casa ao notar a aproximação policial. Alguns tiros, inclusive, foram disparados em direção aos militares, sem acertá-los. Entre os que fugiram, estava o dono da residência. Os dois suspeitos do latrocínio, pai e filho, ainda tentaram escapar do cerco, mas acabaram presos e feridos na tentativa de fuga.
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Sepultamento marcado por boas lembranças de Edson de Souza
O sepultamento do corpo do aposentado Edson de Souza Costa, de 55 anos, que deixa mulher e uma filha de 14 anos, ocorreu nesta terça-feira, sob forte comoção, no Cemitério Parque Senhora da Paz.
O latrocínio que vitimou o aposentado teve forte repercussão em todo o Vale do Aço. A pastora Jadilza Maria Machado, emocionada, relatou como era Edson Souza. Foi morar com o Senhor, por tudo o que foi. Um pai, um marido, um diácono que servia ao Senhor. Foi vítima de uma violência brutal, que não acreditamos estar tão perto de nós”, afirmou.
O policial aposentado José Geraldo Venceslau, o Papa, como é conhecido, relata que foi criado com Edson de Souza, na região de Salto Grande, em Braúnas. Ele foi trabalhar na Usiminas e eu fui para a PM. É muito riste ver uma pessoa que conhecemos, como o Edson, morrer na mão da bandidagem. O Brasil está em guerra e ninguém faz nada para mudar as nossas leis e o sistema penitenciário”, afirmou.
Dupla usava submetralhadora de fabricação artesanal
Na casa onde ocorria uma festa regada a álcool e drogas ilícitas, foi encontrada uma submetralhadora artesanal com um carregador municiado com cartuchos calibre 380, o mesmo que foi detectado no caso da morte do aposentado.
Apesar de ser artesanal, a arma é bem construída e funciona perfeitamente. Além da arma, foram apreendidas drogas, um notebook Sony, diversos telefones celulares e outros objetos, como toucas. Exame do instituto de criminalística da Polícia Civil vai apurar se o projétil recolhido na cena do crime na rua Ester foi disparado por essa arma.
Varley negou de forma veemente que tenha participado do latrocínio e afirmou que vai contar com a falta de provas para se livrar da condenação. Cadê o que foi apanhado comigo e que liga esse crime?”, indagou.
O acusado também alegou que não esteve em Ipabinha, mas o filho dele desmentiu o pai, afirmando que fez apenas uma visita social” na localidade. Ambos têm diversas passagens pela polícia e, para complicar a situação de Varley, a polícia encontrou o uniforme da Usiminas, tomado emprestado de um morador em Ipabinha, na casa onde ocorria a festa no Bom Jardim.
Também foi apreendido um filho adolescente de Varley, que é investigado por suspeita de participação em assaltos também. Warlei Fellipe, igualmente, negou envolvimento com o crime e disse que não tinha o que declarar.
Os dois carros apreendidos, o Fiesta da vítima Edson, e o Fiat Siena, placas MOB-4241, utilizado para levar pai e filho de Ipabinha até Ipatinga, depois de examinados pelo perito da Polícia Civil, Luiz Carlos, foram removidos ao pátio credenciado da Polícia Civil.
Pai e filho reconhecidos por outros crimes cometidos
A terça-feira foi dia de intensa movimentação na Delegacia de Polícia Civil de Ipatinga. Vítimas de assaltos em que carros foram levados, passaram na delegacia para saber quem eram os assaltantes presos. Embora o latrocínio na rua Ester não tenha tstemunhas encontradas até agora, em outros crimes, a situação de pai e filho ficou bastante complicada.
Varley e Warley foram reconhecido como autores de um sequestro relâmpago ocorrido no bairro Cidade Nobre no domingo (19/07). A vítima neste caso reconheceu os dois como os autores do crime. Também são investigados como autores de um assalto a um cartório na rua Moacir Birro, no Centro de Coronel Fabriciano, também na segunda-feira, 20/07.
Suspeitos têm ficha criminal relevante
O comandante da 12ª Região da Polícia Militar, o Coronel PM Edvânio Carneiro, informou que os levantamentos nos registros da polícia, indicam que Varley Neves de Oliveira, com 41 anos completados no dia 17 de julho, foi preso outras 13 vezes. Somente este ano já foi preso sete vezes. A última prisão dele foi por causa de repasse de moeda falsa, no dia 11 de junho, no bairro Bethânia.
Já o filho dele, Warlei Fellipe, de 19 anos, contando o tempo em que era menor de idade, já esteve preso por dez vezes, antes por atos infracionais diversos. Foi apreendido pela primeira vez, aos 15 anos, conduzindo um veículo. Depois reincidiu em apreensões por tráfico de drogas e furtos. Ao atingir a maioridade, Warley foi preso por outros crimes, principalmente furtos. Somente em 2015 já foi preso por três vezes. Apesar das prisões, tanto o pai quanto o filho estavam em liberdade por aberturas que a legislação apresenta, na forma de benefícios”, concluiu.
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Latrocínio no bairro Canaã - 20/07/2015
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