Aperam 81 Anos

18 de agosto, de 2015 | 14:55

Acusado de matar fotógrafo vai a júri popular

Já condenado por matar o repórter Rodrigo Neto, Pitote será julgado em Coronel Fabriciano nesta quarta-feira


Um forte esquema de segurança já foi montado para o Júri Popular que decidirá se Alessandro Neves Augusto, o Pitote, é inocente ou culpado da morte do fotógrafo Walgney Assis de Carvalho, ocorrido em 14 de abril de 2013, no bairro São Vicente, em Coronel Fabriciano. 

O Tribunal do Júri de Coronel Fabriciano, reúne-se às 8h30, desta quarta-feira, 19/08, para a sessão que terá acesso limitado de pessoas, na sala do Júri, do Fórum Orlando Milanez, no Centro. Para cobrir o julgamento, jornalistas tiveram que fazer um cadastro junto a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

No dia 19 de junho passado, Alessandro Neves Augusto, de 34 anos, o Pitote, foi condenado a 16 anos de prisão pela execução do repórter Rodrigo Neto de Faria, assassinado a tiros em 8 de março de 2013, no bairro Canaã em Ipatinga e tentativa de homicídio de L.H., que acompanhava o repórter na hora do assassinato.

Para a Polícia Civil, o fotógrafo freelancer de um extinto jornal em Ipatinga, foi assassinado como "queima de arquivo", por afirmar em bares da região que sabia quem eram os autores da execução de Rodrigo Neto, mas ninguém mais iria desvendar o crime.   
Alex Ferreira


julgamento pitote


A exemplo do Júri em Ipatinga, o réu é defendido pelo advogado Rodrigo Márcio do Carmo Silva, que adotou a negativa de autoria como tese nos dois processos. A alegação apresentada, desde o começo pelo advogado é que Alessandro não teria motivos para matar nem Rodrigo Neto nem Carvalho.

O crime 

No dia do crime testemunhas informaram à Polícia Militar que um homem em uma motocicleta Honda, modelo alto, chegou ao local e estacionou o veículo na parte de trás. O suspeito deu a volta pela propriedade e, em seguida, alvejou Carvalho pelas costas. A vítima foi assassinada com dois tiros, um deles atingiu a nuca e o outro o tórax.

Investigações do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) apontaram que os disparos que assassinaram Carvalho saíram de uma arma calibre 38. Por meio de uma análise balística, foi comprovado que a mesma arma que assassinou Carvalho também matou Rodrigo Neto.

Dias antes de ser executado, Carvalho, chegou a ser investigado pelo DHPP como um dos responsáveis pela morte do repórter. As investigações apontaram que Carvalho ficou insatisfeito com o fato de ter que dividir com Rodrigo o trabalho na cobertura policial para o jornal em que estavam empregados.

Carvalho negou qualquer envolvimento no crime, mas passou a dizer que sabia quem era o executor de Rodrigo Neto e que o caso jamais seria solucionado. Para o DHPP, a morte do fotógrafo freelancer foi uma queima de arquivo.

A denúncia ressalta que Alessandro Augusto Neves, o Pitote, apresentava-se como agente penitenciário e policial civil, sem que exercesse essas funções legalmente.  No dia em que foi preso na porta de um barraco alugado, no bairro Novo Cruzeiro, em Ipatinga, Pitote apresentou aos policiais do DHPP uma credencial falsa, de Policial Civil, mesmo sabendo que o documento era falso. Para uma fonte, ouvida no inquérito, Pitote sentia-se seguro com a situação. Ele tinha acesso aos bastidores da delegacias de polícia, "havendo indicativos que era integrante de um grupo de extermínio na região", afirma o relatório.

 

Aposentado

 

Carvalho não tinha filhos e era separado da mulher com quem se casou, uma policial militar. Fotografava por gostar, pois era aposentado por invalidez, da antiga Companhia Aços Especiais Itabira (Acesita). Além de ser freelancer para o extinto jornal Vale do Aço, Carvalho também prestava serviços fotográficos para a perícia da Polícia Civil. Nas cenas dos crimes era comum que revirasse corpos em busca de documentos e auxiliasse os peritos da PC.

 

Comparsa

 

O ex-policial civil Lúcio Lírio Leal, foi denunciado por ter ajudado Pitote apenas no assassinato do repórter Rodrigo Neto, em Ipatinga. Levado a Júri Popular em 29 de agosto de 2014,  Lúcio Lírio foi sentenciado a cumprir 12 anos de prisão em regime fechado. No dia em que foi levado a julgamento já tinha sido excluído dos quadros da Polícia Civil. Ele saiu do julgamento afirmando que começaria a trabalhar para provar sua inocência no caso. 

 
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