31 de agosto, de 2015 | 21:59
Preso atingido por tiro de borracha ainda internado
Thyago Dowglas de Oliveira teve a boca destruída por munição não letal e se alimentar por sonda
Sob escolta da Segurança Penitenciária, o detento Thyago Dowglas de Oliveira, de 21 anos, completa nesta terça-feira seis dias no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. Thyago foi atingido por um tiro de arma não letal na manhã de quarta-feira, 19 de agosto, quando os presos iniciaram um protesto contra revistas nas celas e superlotação.
A mulher do preso, P.A.A., de 30 anos, procurou o Diário do Aço nesta segunda-feira, para relatar que entrou com pedido para que possa acompanhá-lo no hospital, pelo menos uma vez por semana. Formalizei o pedido, com a ajuda de um advogado. Tenho direito de acompanhá-lo, ou visitá-lo, pois não tem outros familiares para isso. No domingo os agentes não permitiram visita”, reclama a mulher.
Como resultado do tiro que levou, Thyago perdeu parte da língua, teve fratura do maxilar e perdeu a maioria dos dentes. Com a boca destruída, se alimenta por meio de uma sonda.
P.A. alega que o marido foi vítima de um equívoco. Ela garante que Thyago não participava diretamente do protesto.
Ele não consegue falar, mas relatou por escrito que, quando começaram a protestar na quarta-feira, os presos colocaram um colchão na grade da cela e se recusaram a sair para o pátio. Chegaram os agentes penitenciários e começaram a negociar para que os presos saíssem pacificamente. Eles resistiram e os agentes invadiram o local onde havia vinte homens. Thyago conta que estava deitado e quando começou a invasão, ao levantar-se foi atingido pelo tiro na boca”, detalha a mulher.
Thyago estava preso, acusado de envolvimento em um assalto recente em Ipatinga, que tem outros acusados. Ele aguardava julgamento, pelo Judiciário, que estava prestes a ocorrer, com chances de ser absolvido da acusação. Os agentes são orientados a atirar nas pernas. Entretanto, atiraram e destruíram a boca de Thyago. Nós vamos representar contra o Estado de Minas Gerais”, concluiu P.A.A.
A Secretaria de Estado de Defesa Social já anunciou que a conduta dos agentes penitenciários no Ceresp, inclusive a ocorrência de quarta-feira, com o preso atingido por munição não legal, é alvo de avaliação pela corregedoria.
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