01 de setembro, de 2015 | 17:25

Empresário indiciado por tragédia na Vila Gomes prepara indenização

Transferido para Açucena, Newton Paiva nega embriaguez e afirma que fugiu por temer linchamento


IPATINGA – Acompanhado por dois advogados, o empresário Newton Paiva da Silva, de 56 anos, prestou depoimento ao titular da Delegacia de Trânsito em Ipatinga, Thiago Alves Henriques, na tarde desta terça-feira. Newton tinha prisão decretada pela Justiça da Comarca de Açucena, indiciado por quatro crimes em um trágico acidente de trânsito em que morreram seis pessoas. Outras seis ficaram feridas na Vila Gomes, em Belo Oriente, na noite de 16 de janeiro.

 

O indiciado foi preso dia 22 de agosto na cidade de Juazeiro, no Norte da Bahia. Domingo, dia 30, foi trazido para a cadeia de Açucena e, ontem, foi ouvido pela polícia, pela primeira vez. Ele permanecerá preso, aguardando a decisão judicial.

 

O empresário, que também já tinha sido secretário municipal em Belo Oriente, alegou que não estava embriagado no momento do acidente. Confessou que ingeriu apenas uma dose de cachaça, coisa que sempre fazia, antes do jantar, mas não estava bêbado. Pesa contra o motorista o testemunho de uma pessoa que alega tê-lo visto com aparência de embriaguez. Newton também confirmou o que as investigações da PC já apontavam:

 

foi realizar ultrapassagem a uma carreta, mas vinha outra carreta em sentido contrário e, para desviar, foi para o acostamento, perdeu o controle e atropelou as pessoas que estavam em frente as suas casas na Vila Gomes, à margem da MG-758 (estrada que liga Belo Oriente a Açucena). Em relação à munição encontrada no carro, ele informou possuir uma arma registrada, sendo que a munição estava no carro porque ele a removia de uma casa que tinha vendido a um irmão.

 

“O inquérito já está concluído desde abril e ele está indiciado nos crimes de homicídio, lesão corporal, embriaguez ao volante e fuga do local do crime. Aguardamos o Ministério Público denunciar e ele ser julgado”, enfatizou o delegado. 

 

Prisão 

O então delegado da Polícia Civil, em Belo Oriente, Thiago Alves Henriques, agora titular da Delegacia de Trânsito em Ipatinga, explicou que, no dia 14 de julho, repassou a informação do paradeiro do foragido para a delegacia da Polícia Civil em Juazeiro, no Norte da Bahia. Newton Paiva foi preso no dia 22 de agosto, e mantido no presídio da cidade baiana. No domingo, uma equipe de investigadores de Belo Oriente foi à Bahia em busca do preso, trazido para a cadeia de Açucena. Veja vídeo com detalhes da entrevista:

 

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O que diz a defesa do empresário?

 

Newton Paiva afirmou no depoimento em cartório que fugiu do local do acidente, na Vila Gomes, porque as pessoas se aglomeraram e ele temia que fosse linchado. Ele acrescentou ainda que foi morar em outro estado, porque recebeu, via telefone, várias mensagens com ameaças de morte. Com isso, foi cuidar de negócios e, nas suas palavras, preparar o pagamento de indenizações.

 

Na ação ajuizada contra o réu, pela família das vítimas, Newton já ofereceu uma propriedade com 72 hectares, no município de Açucena, a título de indenização.

 

O acusado não quis gravar entrevista, mas um dos advogados que o acompanharam, Carlos Gonzaga dos Reis, afirmou que Newton está consternado com o a tragédia, pois a maioria das pessoas era de conhecidos. “Ele tem dupla cidadania, brasileira e americana. Se quisesse fugir, poderia ter saído do país. Tinha consciência da prisão decretada e está pronto para responder à Justiça. Newton não é bandido”, concluiu o advogado. 

 

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