20 de setembro, de 2007 | 00:00

Consumo de peixe faz bem à saúde

Governo realiza campanha para incentivar brasileiro a comer pescados

IPATINGA - Longe de ser o número um em consumo na mesa dos brasileiros, o peixe, por sua importância na alimentação, deve ter maior procura a partir de agora. Pelo menos é o que espera governo federal, através da Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca (Seap), em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Esse objetivo ficou claro na quarta edição da Semana do Peixe, uma campanha nacional para incentivar o consumo regular de pescado pelos brasileiros.Dados da Seap revelam que o consumo de peixe no Brasil continua abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O brasileiro consome 6,8 quilos por ano, enquanto a OMS recomenda como ideal o consumo anual de 12 quilos por pessoa. A média mundial gira em torno de 16 quilos por pessoa ao ano. Baseado nesses números, o nutricionista Michel Freitas Fernandes Oliveira recomenda o consumo de pescado por no mínimo duas vezes por semana, de diferentes modos de preparo.“O peixe é considerado um alimento protéico de alto valor biológico e com grande aproveitamento das proteínas pelo organismo. Além do mais, trata-se de uma carne bem macia e de fácil digestibilidade. Mas é importante dar preferência ao peixe cozido, grelhado, assado, ensopado ou mesmo cru, desde que se conheça a procedência do pescado. Bom mesmo é evitar o alimento frito”, diz o nutricionista, explicando ainda que, mesmo se tratando de um alimento de origem animal, a gordura saturada é encontrada em pequena proporção.Ele adianta que a campanha para estimular o consumo de frutos do mar no Brasil é muito válida, uma vez que o país é continental e banhado por um oceano ainda rico em espécies de peixes. A idéia de fomentar a cultura de pescado conta ainda com parcerias com grandes redes de supermercados, para promover uma vida saudável entre a população e ainda ampliar a produção no Brasil. Entre os brasileiros, o consumo de pescado aumentou nos últimos anos. As grandes redes de supermercado, no ano passado, ampliaram as vendas num percentual que varia 10% a 16% em relação ao ano anterior.“Mesmo assim ainda é preciso criar novas políticas para que o peixe faça parte da mesa do brasileiro com maior freqüência. Não se tem dúvida do benefício desse tipo de carne para a saúde da população”, ressalta Michel Freitas. Estrutura alimentarOs peixes possuem ácidos graxos poliinsaturados essenciais e como o organismo humano não produz esses ácidos, daí a importância do maior consumo de pescado. “Ômega 3, por exemplo, está presente no salmão, atum, bacalhau, cavala e sardinha, e tem a capacidade de diminuir os triglicérides, reduzindo a possibilidade de formação de trombos nas artérias e veias. Ele ainda remove de maneira mais rápida o mau colesterol (LDL) e facilita o aumento do bom colesterol (HDL)”, frisa o nutricionista. Com isso, na avaliação de Michel Freitas, há a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (derrame), redução da pressão arterial e diminuição das taxas de triglicérides e colesterol total no sangue. “Em suma, deve-se comer peixe sim. Importante mencionar que não se trata de substituir as outras carnes. Pelo contrário, balancear o cardápio faz bem à saúde”, aconselha.Roberto Bertozi