27 de outubro, de 2007 | 00:00
Custo mensal de R$ 500 por hectare
Produtor esclarece sobre produção de eucalipto mediante parceria
BELO ORIENTE - Um dos donos de uma propriedade com 700 hectares em Chonim de Cima, distrito de Governador Valadares, o produtor florestal José Carlos Fernandes foi um dois premiados durante o 10º Encontro do Programa Fomento Florestal, promovido pela Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), na categoria Melhor transportador de madeira de sua região em 2006”. O prêmio oferecido pela Cenibra destaca parceiros do Programa de Fomento Florestal da empresa, desenvolvido desde 1985. A pontualidade, regularidade e compromisso no cumprimento do contrato também pesaram na premiação de José Carlos, que possui uma plantação de 400 hectares de eucaliptos, com cerca de 420 mil pés da árvore. Segundo José Carlos Fernandes, quem tiver o interesse de se tornar um produtor de eucalipto tem de investir em média R$ 2 mil inicialmente no preparo do terreno. Ao longo de seis anos tempo que o eucalipto leva para ficar pronto para o corte o custo de manutenção é de R$ 500 mensais por hectare.O lucro, conforme José Carlos, é de R$ 24 por metro cúbico de eucalipto colocado no pátio da Cenibra. OpçõesDe acordo com José Carlos Fernandes, são dois os tipos de parcerias possíveis entre o produtor florestal e a Cenibra. Em uma das parcerias a empresa fornece os insumos (adubos e mudas) e ainda a assistência técnica. Nós entramos apenas com a mão-de-obra. Neste modelo, a gente tem que vender até 95% da produção para a Cenibra, que não nos cobra o valor dos insumos”, explica José Carlos, que comenta sobre a outra possibilidade de parceria, cuja base é o financiamento.Também existe a possibilidade de a gente fazer um financiamento junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Neste caso, a Cenibra entra como fiadora e garantidora, e uma empresa terceirizada faz o plantio do eucalipto sem custo para o produtor, nos primeiros dois anos. Dentro desse prazo, é o próprio produtor que cuida do plantio. O custo de implantação desse projeto é transformado em metro cúbico de madeira e o produtor não fica devendo à empresa em dinheiro, mas sim em produto (madeira)”, diz o produtor florestal.Plantio de eucalipto não secou meu terreno”De acordo com o produtor florestal José Carlos Fernandes, a experiência com a produção de eucaliptos não foi prejudicial ao seu terreno, embora exista uma polêmica de que o cultivo do eucalipto supostamente acaba com a biodiversidade e suga” a água, criando os chamados desertos verdes. Não tenho qualificação técnica para falar sobre o assunto, mas testemunho que em pelo menos duas nascentes em nossa propriedade houve aumento de água. Em relação à terra, notei que houve uma deposição grande de matéria orgânica, advinda dos galhos, folhas e cascas dos eucaliptos que caíram no solo. Além disso, as águas da chuva não estão caindo diretamente sobre a terra, já que a área está cobertura por árvores, evitando possíveis erosões”, comenta José Carlos Fernandes.
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