19 de fevereiro, de 2009 | 00:00

Vale coloca ‘Trem Verde’ nos trilhos


O novo combustível será utilizado por todas as composições da Vale
IPATINGA – Os trens de minério da Vale que passam pelos trilhos do Vale do Aço estarão circulando, em breve, com um novo combustível. Depois de quatro anos de pesquisa, a empresa conseguiu tirar do papel uma tecnologia inédita no mundo, que permite substituir o diesel pelo gás natural para abastecer as locomotivas. Uma locomotiva que faz diariamente o trajeto BH-Vitória já está usando experimentalmente o novo combustível.O principal diferencial da tecnologia desenvolvida pela Vale é um sistema que transforma o gás natural em liquefeito, criado em parceria com a White Martins. O projeto foi batizado de “Trem Verde” e, por enquanto, o teste vem sendo feito em uma locomotiva da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM). O objetivo, segundo Eduardo Bartholomeu, diretor de Logística da Vale, é usar até 70% de gás natural como combustível para as locomotivas. O restante é complementado com diesel.Dona da segunda maior malha ferroviária do Brasil, a Vale ocupa o topo de lista dos grandes consumidores de diesel do país. Metade da demanda vem das 1.000 locomotivas usadas na área de logística. Por ano, a mineradora queima 544 milhões de litros de diesel. O investimento em alternativas ao combustível foi motivado, segundo a empresa, pela busca da redução dos gastos e pela preocupação com o efeito da emissão de poluentes.Gás carbônicoCom a conversão de motores para o gás natural, a direção da Vale calcula que a redução das emissões de CO2, provenientes da queima de combustíveis, chegará a 73 mil toneladas por ano. Isso é o equivalente ao gás carbônico absorvido por uma área de mata nativa de cerca de 155 hectares. No lado econômico, segundo Bartholomeu, um litro de diesel produz a mesma quantidade de energia que 1,056 metro cúbico de gás. No entanto, o gás custa em média 17% menos que o diesel.A intenção da Vale é implantar o mesmo sistema em todas as locomotivas. “A maior dificuldade era justamente a forma de armazenar o combustível. Agora, com um tanque cheio de gás liquefeito, a locomotiva Vitória-Minas tem autonomia de 1,2 mil quilômetros (uma viagem de ida e volta de Belo Horizonte a Vitória)”, explica o executivo.Novo sistema evita parada em Nova EraOutro projeto implantado recentemente pela Vale é o que aumenta a capacidade dos tanques de combustível das 182 locomotivas utilizadas nos cargueiros de minério de ferro da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM). A capacidade dos tanques passou de 9 mil para 15 mil litros, numa iniciativa que reduz a emissão de 18,5 toneladas de CO2 na atmosfera diariamente, considerando o trânsito de 60 locomotivas por dia, e proporciona mais eficiência e produtividade às operações ferroviárias. A previsão é de que todas as locomotivas da EFVM operem com tanques expandidos até 2010.Setenta locomotivas já circulam com a adaptação, o que elimina a necessidade de parada para reabastecimento em Nova Era. Como os tanques atuais têm capacidade para 9 mil litros e são necessários 10,5 mil litros para realizar todo o percurso, as máquinas precisam ser reabastecidas. Com o tanque expandido, além do benefício para o meio ambiente, ganha-se tempo e economiza-se combustível durante as viagens.
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