11 de maio, de 2010 | 22:00

Falta de soro causa sequela em professor

Municípios são responsáveis pelo repasse do soro aos hospitais

Divulgação


CASCAVEL

FABRICIANO – O professor José Rafael de Assis, 52, ainda se recupera de uma picada de cobra cascavel. O incidente ocorreu no mês passado, na rua onde mora, na cidade de Jaguaraçu. José Rafael foi atendido no Hospital Vital Brazil, em Timóteo. A família do professor relatou que o atendimento demorou cerca de cinco horas e o motivo da demora seria a falta de soro antiofídico no hospital. O paciente teve que esperar pela chegada do antídoto, trazido de Governador Valadares.
Segundo o pai de José Rafael, José Reis de Assis, 75, a demora na aplicação do soro colocou a vida do seu filho em risco. “Quando o soro foi aplicado, o veneno da cascavel já tinha percorrido o corpo dele, que ficou parcialmente paralisado. (Por causa da demora) ele continua fazendo fisioterapia para se recuperar”, explicou.  O aparecimento de cobras venenosas é muito comum nos municípios de Jaguaraçu e Antônio Dias.
A reportagem do jornal DIÁRIO DO AÇO procurou as instituições de saúde da região para esclarecer sobre a distribuição do soro no Vale do Aço. No setor de epidemiologia do município de Timóteo, não houve nenhuma notificação sobre o caso. A assessoria do Hospital e Maternidade Vital Brazil não reconhece também o problema no atendimento de casos de picadas de cobra e reafirmou que não há falta de soro.

Anticorpos
O soro antiofídico é o único meio eficaz comprovado no tratamento de pessoas picadas por cobras venenosas. Ele é feito através de pequenas e sucessivas aplicações de doses de venenos em cavalos. Aos poucos, o animal vai fabricando anticorpos e adquirindo resistência a doses maiores do veneno.
Depois de algum tempo recebendo doses adicionais do veneno, o cavalo sofre a retirada de parte de seu sangue. O sangue retirado passa por um processo de separação. O plasma que contém as proteínas fabricadas pelo organismo do cavalo para neutralizar a ação do veneno (anticorpos específicos) é purificado e utilizado na fabricação do soro. Quando alguém recebe o soro antiofídico, está recebendo o plasma do cavalo repleto de anticorpos que auxiliarão o organismo a se defender da ação do veneno.
No Vale do Aço, a distribuição do soro é feita pela Gerência Regional de Saúde. Ele é fabricado pelo Instituto Butantã, em São Paulo, e fornecido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
A coordenadora de epidemiologia da Gerência Regional de Saúde do Vale do Aço, Fabiana Fernandes de Almeida, explicou que a Regional possui estoque do soro antiofídico. A reposição dos municípios depende da apresentação de relatório das doses aplicadas. “Não é preciso esperar o estoque zerar; se forem aplicadas 10 doses do soro a Secretaria de Saúde pode pedir a reposição destas doses apresentando o relatório obrigatório”, explica.
Fabiana também explica que os municípios são responsáveis por fazer o repasse do soro para os hospitais, que são obrigados a manter um estoque em suas dependências. “A falta de doses nos hospitais é de responsabilidade total da unidade hospitalar”, afirma.
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