
16 de outubro, de 2010 | 22:00
Drama debaixo da alta tensão
Moradores dizem não terem sido impedidos de construir sob a rede elétrica
IPATINGA A situação das famílias ipatinguenses que moram na área de servidão da Cemig será tema de uma audiência pública, na próxima quinta (21), na Câmara Municipal.
O objetivo é discutir com a concessionária de energia e o poder público questões relativas às moradias localizadas sob as linhas de transmissão de energia elétrica.
Em Ipatinga, há vários locais onde moradores se encontram nesta situação. Um exemplo é a rua Amazonita, no bairro Iguaçu, outro caso é na rua Pêssego, bairro Limoeiro, e ainda na rua Cauré, no bairro Vila Celeste.
A reportagem do DIÁRIO DO AÇO percorreu algumas destas ruas e constatou que alguns moradores já sabiam dos impedimentos legais, mas construíram assim mesmo, alegando que não houve fiscalização dos governos anteriores para impedir essa situação.
Outros disseram que foram pegos de surpresa” com a notícia de que não podem fazer qualquer tipo de intervenção nas residências.
A dona de casa Maria da Penha Carvalho, de 44 anos, mora há 12 anos na rua Amazonita. Ela diz que adquiriu o terreno sem saber que não poderia construir no local, acrescentando que somente há três anos foi avisada pela Cemig que não podia fazer qualquer tipo de reforma na residência.
Eu queria mexer aqui, mas não posso. Qualquer tijolo que a gente colocar aqui o pessoal da Cemig impede. Eu queria mesmo era sair daqui e ir para um lugar mais garantido”, pontua a dona de casa.
No local onde vivem cerca de 50 famílias nesta situação, a ligação de energia elétrica é clandestina e, segundo os moradores, não há intenção da Cemig em discutir com o poder público sobre a situação.
O motorista Alberto Luiz da Silva, 51, também morador da rua Amazonita, responde processo por ter construído uma garagem em frente à sua casa.
Na ação, a Cemig alegou que o motorista não poderia ter realizado a intervenção. Em primeira audiência, o morador ganhou a causa, mas a Cemig recorreu. Eu imagino que eles querem que a gente saia daqui sem indenização. Por que, quando eu construí, ninguém veio aqui impedir?”, questiona.
Conhecimento
No bairro Vila Celeste, moradores da rua Cauré vivem a mesma situação. Ereni Batista Silva, 44, além da exposição à rede de alta tensão, ainda mora em área de risco monitorado pela Defesa Civil do município. Ela confessa que, antes de se mudar, já sabia dos impedimentos.
Mesmo assim, tão logo adquiriu o terreno, fez uma reforma na casa que era de tábua -. Na época ninguém implicou. Agora, eu fico ouvindo as pessoas comentarem que a gente vai ter que sair daqui. Se for para um lugar melhor, não tem problema”, revela.
Karina Ferreira de Oliveira, 23, também moradora da rua Cauré, disse que há mais de 10 anos a Cemig informou aos moradores que iria entrar em acordo com a administração pública para a remoção das famílias.
Eu queria construir na parte da frente e falaram que não poderíamos fazer nada. Informaram de uma situação de risco e se um cabo deste de alta tensão caísse, iria matar todo mundo”, diz, assustada.
O outro lado
Em nota, a assessoria de Comunicação da administração municipal informa que será feito levantamento de todas as residências em áreas de servidão da Cemig.
O comunicado esclarece que a discussão de possíveis remoções têm que ser feitas junto à concessionária de energia, com o aumento da fiscalização para evitar construções em áreas de servidão da estatal.
Já o departamento de Administração de Atendimento da Cemig informou que só irá se pronunciar sobre o caso após a audiência pública.
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Fred Valentin
23 de junho, 2024 | 11:08Eu não to nem aí pra minha vida,se eu morrer eletrocutado morri e ja era,
Mas não deixo a minha casa onde eu durmo.
Conforme a cidade vai crescendo essas torres de alta tensão deveriam sair da cidade e sim ir pro campo,isso sim deveria acontecer mas não fazem por preguiça.”