
05 de maio, de 2011 | 00:00
CSN gasta mais de R$ 800 milhões na compra de ações da Usiminas
DA REDAÇÃO - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) gastou R$ 800 milhões na compra de ações da rival Usiminas, segundo dados divulgados pela companhia em seu balanço no primeiro trimestre. A empresa classificou esse valor como "aquisição de títulos disponíveis para negociação e venda".
As aquisições de ações da Usiminas ajudaram a elevar o valor da dívida líquida da CSN, que subiu para R$ 10,7 bilhões no fim de março de 2011. A empresa também teve outras despesas, como R$ 800 milhões em investimentos no imobilizado e R$ 500 milhões como aumento nos custos da dívida.
Mas, se não fossem as compras de ações da Usiminas, a dívida da CSN não teria subido. Mesmo assim, a forte geração de caixa da CSN, que foi de R$ 1,5 bilhão, compensou de forma parcial os fatores que elevaram a dívida.
Desde o início do ano, a CSN vem comprando papéis da siderúrgica mineira, produtora de aços planos no mercado. O investimento pode ter sido maior porque a companhia continuou a comprar ações depois do primeiro trimestre.
No fim de abril, a empresa informou que já detinha 10,01% das ações ordinárias e a 5,25% das ações preferenciais da siderúrgica com sede em Minas Gerais.
Objetivo
A intenção da CSN é deter um assento no conselho de administração da Usiminas. A empresa tem reiterado que tem avaliado alternativas estratégicas com relação a seu investimento na Usiminas”. Por lei, a empresa poderá exigir uma cadeira na próxima assembleia do conselho, marcada para 2012, se tiver 15% das ações de controle.
Desde o dia 22 de março, pico da cotação da Usiminas neste ano, as ações ordinárias da empresa já caíram 22% na Bolsa de Valores até ontem. O controle da Usiminas é compartilhado entre os grupos Nippon Steel, Camargo Corrêa, Votorantim e Caixa dos Empregados da Usiminas. Eles detêm 53% do controle da empresa.
Depois do avanço da CSN sobre as ações da Usiminas, esses controladores refizeram os detalhes do acordo de acionistas, ampliaram o prazo de vencimento em mais dez anos, para 2031. Além disso, fecharam uma janela que poderia ocorrer em 2016, caso um dos acionistas denunciasse o fim do acordo.
Na semana passada, a Usiminas divulgou um comunicado, mostrando o interesse dos controladores em manter suas posições acionárias e o acordo de acionista.
Em conferência com investidores e analistas nesta quarta-feira, o diretor financeiro da CSN, Paulo Penido (ex-executivo da Usiminas), se recusou a fazer comentários adicionais sobre o movimento estratégico de compra de ações da Usiminas.
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