11 de setembro, de 2011 | 00:00

Reviravolta em caso internacional

Para investigadores dos EUA e Canadá, brasileira com família em Ipatinga é suspeita de envolvimento em morte de pugilista

Divulgação


Arturo-Gatti


DA REDAÇÃO - A promotora de Justiça da comarca de Ipojuca, em Pernambuco, Paula Ismail, afirmou em entrevista à imprensa nesta sexta-feira, 9, que só vai se pronunciar sobre a reviravolta no caso da morte do pugilista canadense  Arturo Gatti, após analisar o inquérito policial pernambucano e a perícia apresentada pelos familiares de Arturo. O delegado Paulo Alberes, responsável pelas investigações na época, também participou da entrevista e afirmou que está tranquilo em relação ao trabalho desenvolvido pela Polícia Civil.
Com a reviravolta a brasileira Amanda Rodrigues volta a figurar como suspeita de envolvimento com o caso. Amanda é baiana, mas a irmã dela e seus pais moram em Ipatinga. Na época a família foi para Permambuco acompanhar o desenrolar do caso e reafirmou o tempo todo a inocência de Amanda. Um dos argumentos era que a mulher tinha chamado o Samu para tentar salvar o marido e a polícia para investigar o caso.
O boxeador Arturo Gatti foi encontrado morto dentro de uma suíte no Hotel Dorisol de Porto de Galinhas, Pernambuco, na manhã do dia 11 de julho de 2009. O canadense de 37 anos estava hospedado com a mulher, a brasileira Amanda Rodrigues, e o filho de 10 meses. Os dois moravam em Montreal, Canadá, e viajaram ao Brasil para a formatura da irmã dela, em medicina. A festa de formatura foi em Ipatinga, de onde o casal e o filho seguiram para Porto de Galinhas. Eles desembarcaram em uma quinta-feira e ficariam hospedados por 30 dias em uma segunda lua de mel, mas dois dias depois, o pugilista apareceu morto.
Arturo Gatti nasceu na Itália. Aos 7 anos mudou-se para o Canadá com os pais. O boxeador e a brasileira se conheceram em Nova Jérsei, Estados Unidos, quando ele seguia a carreira de pugilista e Amanda estudava relações internacionais. Estavam juntos havia três anos e se casaram dois antes da morte.
 
Reviravolta
Dois anos após o laudo da morte do campeão mundial de boxe, Arturo Gatti, indicar que o ex-pugilista cometeu suicídio, uma nova versão contradiz a versão da polícia pernambucana. A família de Gatti nunca se conformou com o caso e, uma investigação paralela feita por peritos dos Estados Unidos e do Canadá concluiu  que Arturo Gatti foi assassinado. Entre os investigadores está inclusive um agente aposentado do FBI. A conclusão deles é que, de forma, alguma houve suicídio e insistem que Arturo Gatti foi assassinado.
A posição em que o corpo foi encontrado, a cinta usada para um possível suicídio, o peso do corpo, o local da queda e outros cálculos matemáticos levam a constatação de que Arturo foi enforcado, disseram os investigadores.
Um dos pontos questionados pelos investigadores particulares é a alça da bolsa usada pelo pugilista para se enforcar. Na opinião da equipe, o material não resistiria ao peso de Arturo. Questionado sobre o assunto, o delegado da Polícia Civil pernambucana, Paulo Alberes, disse que a equipe não teve acesso ao material. Segundo o policial, a alça está com a Justiça e não sabe como foram feitos testes.
Os peritos também destacaram que se a mulher dele disse que era a única pessoa no apartamento quando ele foi morto, então tudo levar a crer que ela seja a principal suspeita.
Na época, a polícia chegou a prender a mulher do pugilista, Amanda Rodrigues. Ela ficou 18 dias na cadeia e saiu, porque o inquérito da Polícia Civil de Pernambuco havia constatado suicídio. Amanda anunciou que iriar processar governo de Pernambuco por danos morais. Depois disso, voltou para o Canadá, onde mora até hoje.
 
Extra-oficial
O advogado Célio Avelino, que chegou a ser contratado pela família de Amanda à época do crime disse que a nova investigação não é oficial e só haverá um pronunciamento da parte da cliente quando os novos fatos forem apresentados à justiça.
Outro advogado contratado pela família do pugilista, Eduardo Trindade, contratado pela família para acompanhar o caso, disse que todo o documento será traduzido para a língua portuguesa e apresentado à Justiça como prova. A expectativa da família de Arturo Gatti é que o Ministério Público apresente uma denúncia contra Amanda Rodrigues.
A promotora de Justiça, Paula Ismail, já confirmou que a Justiça foi informada que a família de Gatti fazia uma investigação pararela. “Por esse motivo, a perícia poderá ser juntada ao processo", explicou a promotora na entrevista à imprensa. Ela acrescentou que somente após analisar os documentos decidirá se vai pedirá novas investigações, apresentará denúcia ou solicitará o arquivamento do processo.
 
Questionamento
O delegado Paulo Alberes atuou na investigação do caso Gatti em 2009 e garante que o trabalho foi conclusivo. A embaixada do Canadá e os familiares forma convidados para acompanharem as investigações e, na época, diz o delegado, a perícia foi referendada pela polícia canadense. Na entrevista nesta sexta-feira, o delegado afirmou que a família de Arturo Gatti está interessada na herança deixada pelo lutador, por não se conformar que a mulher, brasileira, e o filho do pugilista, herdem os milhões de dólares deixados por ele. “Não poderíamos deixar uma inocente presa", insistiu.
Alberes também explicou que um dos indícios que descartam a possibilidade de homicídio foi a marca em formato de "V" no pescoço de Arturo. “Se ele tivesse sido estrangulado, a marca seria em volta do pescoço, em formato de U", detalhou. O policial também destaca que a cena do crime não estava revirada, sem sinais de luta, indicando que a vítima não fora surpreendida.
 
 
 
 
 
 
 
 
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Comentários

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Solange Dias Rodrigues

29 de outubro, 2023 | 17:49

“Conheci Arturo e Amanda, aliás eu os apresentei pois ele tinha verdadeira admiração por brasileiras Ele NUNCA tiraria a sua própria vida.”

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