21 de novembro, de 2012 | 00:00
Primo de Bruno se "emocionou" ao descrever morte de Eliza Samudio
CONTAGEM - A delegada Ana Maria Santos, que depôs nessa terça-feira (20), como testemunha no júri do caso Eliza Samudio, afirmou que Jorge Rosa, primo do goleiro Bruno, se emocionou ao narrar como a vítima foi morta. Menor à época dos fatos, Rosa confessou pelo menos em dois depoimentos à Polícia Civil e à Justiça, ter participado da morte de Eliza, a qual descreveu com detalhes.Dias depois, ele voltou atrás e negou o que havia relatado. Afirmou, na época, ter feito a confissão sob pressão. Questionada pelo promotor Henry Castro, a delegada, que participava das investigações do caso e colheu o depoimento de Rosa em junho de 2010, disse que a versão narrada por ele tinha bastante credibilidade”. Sem dúvida nenhuma (tinha credibilidade). Pela riqueza de detalhes, pelo tanto que ele se emocionou ao fazer a narrativa. Aquilo, inclusive, nos atingiu durante o depoimento. Me passou bastante credibilidade”, enfatizou a policial.
De acordo com a versão de Jorge Rosa, Eliza e o filho foram levados na Land Rover de Bruno do Rio de Janeiro para Minas Gerais, acompanhados por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, Sérgio Rosa Salles, primo de Bruno, além dele próprio.
No caminho, se encontraram com um homem que, para a acusação, é Bola -, em uma moto roxa, que os levou até um sítio. No local, Macarrão teria segurado as mãos da vítima, e o homem a teria estrangulado, até à morte.
O primo do goleiro teria dito, ainda, que tanto Macarrão quanto Sérgio Rosa Salles ficaram assustados com a violência da morte. Horas depois, Bola teria dito para que todos ficassem tranquilos, que ele daria um fim nos restos mortais de Eliza. Em seguida, ele teria jogado uma mão humana em direção aos cães da raça rotweiller.
Violento
No segundo dia de julgamento dos réus acusados de participação no desaparecimento e morte de Eliza Samudio, a ex-mulher de Bruno Fernandes, Dayanne Rodrigues, afirmou que disse à delegada Ana Maria que o ex-marido, além de infiel, era violento. A sessão teve início na manhã de terça-feira (20), no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O advogado de defesa questionou se a investigadora havia levantado o perfil de Bruno. Ela respondeu que o atleta seria uma pessoa alterada e que ele já havia tido outros problemas policiais e judiciais, e respondia, inclusive, a um processo no Rio de Janeiro.
Segundo Ana Maria, Dayanne narrou que Bruno era um marido que frequentava baladas e que o casal trocava agressões, constantemente. Entretanto, a ex-mulher do goleiro o considera um bom pai.
A juíza Marixa Fabiane Rodrigues, responsável pelo julgamento do ex-goleiro Bruno Fernandes e mais três acusados do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, decidiu pelo desmembramento do processo de Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador. Após esta decisão da magistrada, Dayanne será julgada junto com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Eliza Viva?
O advogado Francisco Simim, que se tornou o principal defensor do goleiro Bruno Fernandes, disse que vai manter a estratégia de alegar que Eliza Samudio não morreu. Em minha opinião, ela não está morta. Não tem nenhuma prova nos autos, ninguém viu”, disse Simim.
Simim também admitiu que o objetivo de Bruno, ao destituir o defensor Rui Pimenta, era desmembrar o julgamento. O goleiro tentou ainda recusar a defesa de Simim, mas foi impedido pela juíza Marixa Rodrigues.
A defesa vai tentar negar a materialidade da morte de Eliza. Caso não consiga convencer os jurados, o plano B é dizer que Bruno não teve participação nem responsabilidade no crime.
Com mais de 30 anos de experiência na área criminal em Belo Horizonte, Simim disse ter um perfil oposto ao de Rui Pimenta. Eu jogo mais na retranca. Não gosto muito de dar entrevistas”, resumiu.
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BRUNO NO TRIBUNAL - 19/11/2012
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