
11 de abril, de 2013 | 00:00
Pioneiro conta em livro a história de Ipatinga
Walter Salles lança, no próximo dia 25, na Estação Memória, obra que aborda fatos históricos e sua vida pessoal
IPATINGA Fatos que marcaram a história da emancipação política e administrativa de Ipatinga e o seu desenvolvimento são narrados no livro Walter de Lima Salles - A História de um Pioneiro”, escrito por Walter de Lima Salles, com a coautoria de José Augusto de Moraes. A obra será lançada no próximo dia 25, na Estação Memória, às 19h, como parte das comemorações do aniversário de 49 anos de Ipatinga.
Em entrevista ao DIÁRIO DO AÇO, na sede do Terminal Rodoviário de Ipatinga, na tarde de ontem, Walter Salles disse que resolveu escrever o livro para dividir sua experiência na trajetória do município com as atuais e futuras gerações. Nada mais justo que um pioneiro escrever um livro sobre a comunidade que ele conheceu antes de transformar em cidade”, declarou. As 120 páginas do livro são recheadas por cerca de 50 fotos e relatos de parte da história do próprio pioneiro e de Ipatinga, antes mesmo de o antigo distrito de Fabriciano ser emancipado.
Aos 77 anos de idade, dos quais 54 vividos de Ipatinga, Walter Salles protagonizou boa parte da história ipatinguense. Ele presidiu a comissão que emancipou o município, participou da criação da Associação Comercial, e Industrial de Ipatinga, criou a Companhia Telefônica de Ipatinga, além de ser o primeiro concessionário da rodoviária, criada na década de 1960. Para reforçar a luta pela emancipação, Walter Salles conta que presidiu o Partido Democrático Social (PDS).
O pioneiro gostava de escrever e era correspondente do Diário de Minas”, jornal de Belo Horizonte, enviando notícias da região para a capital. Em 1963, Walter Salles fundou o primeiro jornal da cidade, O Ipatinga”, que teve apenas duas edições: uma em julho, e outra em agosto daquele ano.
Casa das Máquinas
O primeiro empreendimento de Walter Salles em Ipatinga foi a loja Casa das Máquinas A Pioneira”. Ele morava em Governador Valadares e trabalhava como caixeiro viajante. Em uma viagem ao Rio de Janeiro ele ouviu a notícia de que a Usiminas iria se instalar na região. Então, no fim de 1959, ele se mudou para o então distrito de Coronel Fabriciano. Quando soube da notícia decidi largar tudo e ir para Ipatinga. Chegando aqui resolvi montar uma loja. Fui a Valadares e fiz uns contatos. Resolvi comprar cinco máquinas de costura, cinco bicicletas e cinco rádios para vender. Despachei o material pelo trem. Na semana seguinte, já tive que comprar mais produtos”, lembra Walter Salles. Depois da Casa das Máquinas, Walter abriu uma fábrica de calçamentos e, em seguida, passou a administrar o Terminal Rodoviário de Ipatinga.
Vida própria
Ao olhar para a Ipatinga de antes e de hoje, Walter Salles afirma que vê aquilo que esperava. Ipatinga sempre foi uma cidade de muito movimento, já sabia que ela ia crescer muito. Eu amo essa cidade. A gente não escolhe a cidade para nascer, mas para viver, sim, e eu escolhi Ipatinga”, enfatizou. Sobre o futuro do município, o pioneiro acredita que o crescimento será mantido. Ipatinga continua crescendo e hoje não se ouve falar muito em Usiminas, como antes. Hoje o nome Ipatinga sobressai. O município tem vida própria, acredito que daqui pra frente teremos cada vez mais desenvolvimento. Temos déficit de área. Mas o entorno cresce e isso fortalece Ipatinga. O povo é que faz uma cidade”, conclui Walter Salles.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]