08 de julho, de 2014 | 00:00

Hotéis e restaurantes registram queda nas vendas durante a Copa

Presidente de sindicato afirma que torcida é pelo fim da competição

IPATINGA – Desde a abertura da Copa do Mundo de Futebol, no dia 12 de junho, alguns estabelecimentos têm registrado redução no movimento de clientes. Presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sindhorb) do Vale do Aço, Benedito Pacífico da Rocha explica que o efeito da competição foi negativo para o setor que, nesse momento, torce pelo fim do mundial.

Benedito Pacífico observa que, desde o início da competição, o movimento nos hotéis, bares e restaurantes caiu consideravelmente. “Esperávamos que aumentasse, mas isso não aconteceu. Ninguém está indo para barzinho assistir jogo, muito menos para restaurante, pizzaria, churrascaria, e todo o segmento está sentindo a queda no movimento, uma queda grande. A redução no movimento, no caso de hotéis, foi de 50%. Já nos bares, mais de 80%”, afirma Benedito Pacífico.

Proprietário da Churrascaria Horto Grill, no bairro Horto, Célio Lucca relata que, em seu ramo de atuação, o movimento praticamente parou nesta época de Copa do Mundo. Ele observa que, desde o início do torneio, o movimento sofreu redução de 15% a 20%, o que piora em dias de jogos da seleção brasileira. “Nesses dias, a queda varia de 30% a 40%. Para nós que estamos longe do evento, a tendência é piorar e estamos torcendo para que essa Copa acabe logo”, pontua.



 

Já o proprietário do Hotel Panorama Tower, Jadir da Silva Neto, aponta que a redução no movimento foi significativa, tanto em diárias, quanto em locação dos espaços para eventos. “A Copa é boa somente para as cidades-sede, mas o resto do país registra prejuízos. Em minha opinião, a paixão contou muito na hora de trazer o mundial, mas a economia é um negocio à parte e ficou prejudicada. Comparado com o mês de maio, a Copa gerou uma redução de 38% no movimento aqui no hotel”, detalhou. 

Expectativa
Benedito Pacífico revela que, antes do início da competição, havia a expectativa que melhorasse o movimento pelo menos por parte dos bares, haja vista que nas Copas anteriores havia o costume de as pessoas se reunirem nos bares para ver os jogos. “Mas nessa Copa não aconteceu isso. Se as pessoas estão se reunindo é dentro das casas, comprando cerveja e carne no supermercado e levando para casa, na rua, não”, apontou.

O presidente do Sindhorb, que é proprietário do Hotel Metropolitano, em Coronel Fabriciano, salienta que, no caso do Vale do Aço, o turismo de negócio diminuiu muito. “As pessoas que vêm a trabalho não estão viajando em dias de jogos. Se o jogo ocorre na terça-feira, os que tiverem de vir, vêm na quarta e vão embora no máximo na sexta-feira. Na época de jogos, não tem movimento. Semana passada que o jogo foi na sexta-feira, muita gente foi embora na quinta-feira e outros na sexta pela manhã”, explicou.

Em ano de eleições gerais, Benedito Pacífico aponta que o movimento não é tão bom quanto nas eleições municipais. O primeiro semestre foi difícil por causa dos feriados e depois a Copa do Mundo. Agora, no segundo semestre, a expectativa é que “alguma coisa funcione”.

“Não vou dizer que é um ano perdido, mas de pouco movimento. A gente que vive no comércio está sempre esperançosa e tem fé que o ano seguinte será melhor. Pelo menos, ano que vem não tem esses dois eventos, Copa do Mundo e eleição”, conclui o dirigente.

 

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