06 de maio, de 2015 | 17:58
Deputados criticam suspensão de voos
Previsão de início das mudanças começa na próxima segunda-feira (11)
DA REDAÇÃO - A suspensão de voos da Azul Linhas Aéreas do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, para cidades do interior do Estado, foi tema de audiência pública na terça-feira (5) na Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da ALMG. Entre as decisões tomadas no debate está o agendamento urgente” de uma reunião da comissão com a direção da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) para tentar reverter a medida, conforme reforçou o presidente da Comissão, Deiró Marra (PR).
Além dele, os demais autores do requerimento que possibilitou o debate foram os deputados Ivair Nogueira (PMDB), Isauro Calais (PMN), Bonifácio Mourão (PSDB), Carlos Pimenta (PDT), José célio Alvarenga, o Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e Alencar da Silveira Jr. (PDT).
Informações divulgadas pela Azul ainda no final de março dão conta de que a previsão do início das mudanças começa na próxima segunda-feira (11). A compra de passagens nas rotas afetadas já teria sido bloqueada. Voos com destino a Ipatinga (Vale do Aço), Governador Valadares (Vale do Rio Doce), Montes Claros (Norte de Minas), Uberlândia (Triângulo Mineiro) e ainda Guarulhos (SP), que partem do Aeroporto da Pampulha, serão direcionados para o Aeroporto Internacional de Confins. A Azul continuaria operando no aeroporto central de Belo Horizonte apenas voos com destino a Campinas (SP), Vitória e Brasília.
Limitações
Entre os argumentos apresentados está a decadência do aeroporto da Pampulha, iniciada em 2004, com a decisão do então governo do Estado de priorizar voos em Confins, à época subutilizado. Naquele ano, 2,3 milhões de passageiros utilizaram o Aeroporto da Pampulha, contra 290 mil em Confins. No ano passado, foram quase 12 milhões em Confins, contra 950 mil na Pampulha.
De 2007 a 2010, o aeroporto ficou completamente fechado para esse tipo de voo. Em 2010, a portaria da Anac que estabelecia critérios para operações no Aeroporto da Pampulha, entre eles a restrição de pousos e decolagens com aeronaves acima de 50 assentos, foi derrubada. A partir daí, a autorização de voos vem sendo avaliada caso a caso pela Anac e outros órgãos envolvidos, conforme chegam os pedidos das companhias aéreas. Agora, a melhor perspectiva para o Aeroporto da Pampulha, segundo a maioria das opiniões defendidas na audiência da Comissão de Transporte, vai na contramão da decisão da Azul, ou seja, o aumento dos voos regionais.
Empresas
O assessor da Presidência da Azul para Assuntos Institucionais, Ronaldo da Silva Veras, confirmou a decisão, mas disse que a empresa está disposta a rediscutir o assunto. Ele reforçou, ainda, o compromisso da Azul com o desenvolvimento do Estado. Minas é o segundo principal hub de operação da empresa. São 82 operações diárias em Confins e 11 na Pampulha. Temos aqui um call center com 500 pessoas, com a perspectiva de mais contratações; e quatro hangares na Pampulha, com alguns tipos de manutenção de aeronaves. Quem vem de Governador Valadares tem acesso a 34 conexões por dia em Confins. Embarquei recentemente em um voo de Valadares para BH e, dos 64 passageiros na aeronave, só cinco tinham BH como destino final. Fizemos estudos antes de tomar esta decisão e os resultados dessas mudanças são interessantes. Esses passageiros vão evitar ter que pegar um ônibus ou outro meio de transporte para Confins”, acrescentou o executivo da Azul.
O diretor de Relações Institucionais da Gol, Alberto Fajerman, também defendeu o aumento de opções de ligação entre as capitais voltadas sobretudo para viagens de negócios. Confins será sempre mais adequado, sobretudo por ter mais opções de ligações nacionais e internacionais, mas não entendo o porquê de o Aeroporto da Pampulha ter limitações, que não são apenas técnicas, para pousos e decolagens de aeronaves. Os aviões de hoje são todos da chamada categoria 3, menos ruidosos, e podemos atuar dentro da faixa das 6 às 23 horas, para limitar o incômodo”, destacou o executivo.
Parlamentares querem manter voos
Já os deputados querem voos regionais na Pampulha pelos mais diversos argumentos. O deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB) fez várias críticas ao serviço prestado pelas companhias aéreas, em especial à fusão entre Trip e Azul que, segundo ele, prejudicou o serviço oferecido para o Vale do Aço.
O preço das passagens depois da fusão, só aumentou. Foram vários atrasos e cancelamentos sem justificativa, problema que diminuiu após denunciarmos a situação aqui na Assembleia. É preciso mais respeito com o usuário do transporte aéreo. Isso prejudica as empresas nesse polo industrial e, sobretudo, o cidadão do Vale do Aço”, ponderou.
Os demais parlamentares defenderam que os voos regionais são alavancas do desenvolvimento das regiões onde os polos recebem voos das empresas. Muitos acusaram o monopólio da Azul e os altos preços das tarifas, além da dificuldade de deslocamento de Confins para Belo Horizonte. (Com informações da ASCOM/ALMG).
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