28 de novembro, de 2012 | 00:00

“As redes sociais são um tesouro cultural”

Diretor do Comunique-se fala dos impactos das mídias sociais

DA REDAÇÃO - As novas formas de interação virtual, conhecidas como as mídias sociais avançam, são atualizadas e reúnem cada vez mais pessoas de todo o mundo. Suas opções de interatividade tornam muitos cada vez mais dependentes desses novos meios de comunicação. Há quem goste e há quem deteste. Mas o fato é que elas mudaram o cenário da comunicação em diversas formas. Uma delas é a transmissão e troca de informação, antes reservada apenas aos veículos tradicionais, como jornais, TV e rádio.
O diretor do Portal Comunique-se (uma das maiores comunidades on-line de profissionais de comunicação), Fábio Bouéri, critica o distanciamento desses meios tradicionais das transformações culturais. Neste contexto, entra em cena o debate sobre a sobrevivência desses veículos em face ao avanço das redes sociais. Na opinião de Fábio Bouéri, pós-graduado em Marketing e mestre em Comunicação e Consumo, para se manter de pé é preciso ficar “atento aos movimentos da sociedade”.
O comunicador afirma que o jornalismo de modo geral se distanciou das transformações culturais “para ficar debatendo essencialmente temas ideológicos e falando para si próprio”. “Ele não está acompanhando esse fenômeno de transformação cultural, que é alterado pelo consumo”, pondera.
Sentido
Ainda de acordo com Fábio Bouéri, esse distanciamento do jornalismo em relação às transformações na sociedade, principalmente no aspecto da informação, o faz se perder. “Na medida em que o jornalismo se distancia do que está acontecendo na sociedade ele perde o sentido. Porque a comunicação é uma questão de cultura, se o veículo não acompanha a ressignificação da cultura, ele fica fora de sintonia”, criticou o diretor do Comunique-se.
Como fazer então para sobreviver com tantas e rápidas mudanças? A resposta, segundo Fábio, é ficar atento. “Cada vez mais o profissional deve estar atento a esse movimento, olhar para as redes sociais como um tesouro cultural. Pois as redes sociais são um tesouro cultural. O usuário da rede é componente dessa transformação cultural. Não adianta olhar para a rede social como algo sem sentido, inexpressivo. Ela é uma manifestação cultural que tem que ser olhada com cuidado”, frisou Fábio Bouéri.
Silvia Miranda


fábio bouéri
Poder

Um dos grandes “trunfos” do expectador dos fatos com as redes sociais é seu poder de informar. “Hoje se há um incêndio logo o vizinho faz uma foto e posta no Facebook, por exemplo. Como o jornal, a TV, vão concorrer com essa velocidade? Com a sua capacidade de se aprofundar no fato, apurá-lo melhor e oferecer ao público outros ângulos, ao invés de apenas competir com esses meios quem vai dar a notícia primeiro”, exemplificou o diretor.
Fábio Bouéri destaca que essa migração do público para as mídias sociais tem como principal motivação a vinculação. “Lá ele se sente mais a vontade de se comunicar de forma mais leve, imediata, colocar seu ponto de vista. Talvez os meios tradicionais não entenderam isso. E continuam no salto alto achando que são detentores do poder. Eles não são mais donos da mensagem e, sim, apenas mensageiros. A detentora da mensagem é a sociedade”, finalizou Fábio Bouéri.

 
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