
16 de janeiro, de 2017 | 18:28
Crimes violentos contra a vida caem 9,94% no Vale do Aço
Ipatinga e Paraíso tiveram queda no índice de homicídios, enquanto Belo Oriente e Timóteo apresentam crescimento de assassinatos
Arquivo Diário do Aço
Com 47 assassinatos em 2016, Coronel Fabriciano permanece na liderança dos crimes contra a vida no Vale do Aço

Nos doze meses do ano que passou, 154 pessoas morreram vítimas de crimes contra a vida no Vale do Aço. O número consta da estatística anual extraído do acompanhamento de homicídios pelo Diário do Aço em 18 municípios da região. Em relação a 2015, quando 171 pessoas foram assassinadas nessa área, houve redução de 9,94% no número de ocorrências dessa natureza.
Os dados apontam que Coronel Fabriciano permaneceu, pelo terceiro ano consecutivo, como a cidade com o maior número de homicídios no Vale do Aço. Ano passado, 47 pessoas foram assassinadas no município, uma menos em relação a 2015 e uma a mais, em relação a 2014. No ano de 2013, a cidade atingiu o recorde de 54 homicídios.
Já, Ipatinga, teve a maior redução, 30 assassinatos em 2016 contra 47 em 2015. A queda foi de 36,1% no registro de homicídios. No mesmo período de 2014 o município contou 40 assassinatos. O maior número já registrado foi em 2013, quando a escalada da violência contra a vida matou 54 pessoas, coincidentemente, o mesmo número alcançado por Coronel Fabriciano naquele mesmo ano.
Em Timóteo os crimes violentos contra a vida também voltaram a crescer em 2016, com o registro de 25 casos, um aumento de 25,5% em relação aos 20 casos registrados em 2015. No mesmo período de 2014 foram assassinadas 30 pessoas no município e, em 2013, esse número ficou em 16.
Santana do Paraíso também teve queda no número de crimes violentos contra a vida, com 9 casos em 2016. Redução de 30,8% em relação a 2015, quando foram registrados 13 assassinatos. Em 2014 foram 11 homicídios e, em 2013, cadastrados 17 crimes contra a vida no município.
Nessa estatística, o Diário do Aço inclui como como crimes violentos contra a vida, os homicídios consumados (em que as vítimas morrem no local dos fatos), os casos considerados como legítima defesa, os latrocínios (roubos seguidos de morte das vítimas) e os casos das pessoas que morreram posteriormente, hospitalizadas por agressão violenta ou disparos de arma de fogo.
Abrangência
Até o ano de 2013 a pesquisa do jornal sobre crimes violentos contra a vida abrangia apenas as quatro cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço. A partir de 2014, a pesquisa foi ampliada para outras cidades do Colar Metropolitano, visto que havia sensível aumento de crimes contra a vida nas cidades no entorno também. Desta forma, o comparativo dos crimes contra vida entre outras cidades da região só é feito a partir de 2014.
Disparada
Entre as cidades do Colar Metropolitano, o destaque no número de crimes contra a vida em 2016 fica com Belo Oriente, onde foram registrados 18 assassinatos ano passado, com um aumento de 63,7% em relação a 2015, quando foram cadastrados 11 homicídios, ao passo que em 2014 foram registrados 9.
Depois, aparece Açucena, com 5 homicídios em 2016, contra um em 2015 e três em 2014. Já, Ipaba, teve registro de 4 homicídios em 2016, uma queda de 63,6% em relação a 2015, quando foram registrados 11 assassinatos. O município tinha registrado 8 homicídios em 2014. Antônio Dias teve cadastrados 4 homicídios ano passado, contra um em 2015 e um em 2014. Pingo DÁgua manteve a média de 3 assassinatos em 2016. No ano anterior foram 4 e, em 2014, três ocorrências. Mesquita teve três crimes violentos contra a vida, e entrou pela primeira vez na estatística, uma vez que em 2015 e 2014 não teve nenhum caso cadastrado.
Mecanismos de defesa social mantêm união
O titular da 6ª Promotoria de Justiça de Ipatinga, Bruno Cesar Medeiros Giardini, avalia que cerca de 60% dos homicídios nas três cidades estão ligados ao tráfico de drogas. A promotoria realiza, desde 2012, um acompanhamento sistemático dos crimes violentos contra a vida no Vale do Aço, em especial nos município da Comarca de Ipatinga, que abrange também Ipaba e Santana do Paraíso.
O promotor informou em entrevista ao Diário do Aço nesta segunda-feira (16) que parte da redução dos números se deve à celeridade de todo o trâmite que envolve ação da PM, investigação da Polícia Civil e o trabalho do Ministério Público e do Poder Judiciário. Giardini citou, também, a implantação do programa Viva Mais Vale em 2013. A união dos mecanismos de defesa social tem ajudado a encontrar solução para o enfrentamento do crime, enfatiza o promotor.
Com o programa, nós pegamos os dados de 2012 e acompanhamos cada caso de homicídio consumado em Ipatinga, Ipaba e Santana do Paraíso. Tínhamos reuniões mensais e grupos virtuais que reunia Ministério Público, Polícia Militar e Polícia Civil e trocávamos informações dos casos instantaneamente. Sem dúvida, essa interação entre os órgãos, além da resposta rápida do Poder Judiciário e do Tribunal do Júri tem gerado resultados positivos”, destaca.
De acordo com o promotor, desde 2014 cerca de 50% dos casos de homicídios foram apurados e grande parte deste percentual julgada e com o réu preso. Se for levar em consideração as demais cidades esta porcentagem é extremamente significativa. Na maioria dos municípios brasileiros este índice não chega a 15%”, revela.
Juris Populares
Para o promotor de Justiça, Bruno Giardini, o Tribunal do Júri é uma peça fundamental para o bom andamento dos casos de assassinato nas três cidades. Aqui os jurados são bem motivados, têm uma boa vontade para participar, analisam com calma os casos e tem saídos excelentes processos que estão respaldando o trabalho conjunto do MP e forças policiais”, avalia o promotor.
Recompensas
Em outubro do ano passado, o Programa Viva Mais Vale passou por uma evolução e foi marcado por uma ação pioneira no Estado de Minas Gerais, ao lançar a campanha de recompensas para encontrar 10 foragidos acusados de homicídios na Comarca de Ipatinga. Do dinheiro arrecadado pela Vara de Execuções Criminais, R$30 mil foram destinados para a campanha.
Até o momento, apenas um acusado que teve o nome e foto divulgados, apresentou-se à Polícia Civil e foi preso, antes mesmo do pagamento da recompensa. O promotor Bruno adianta que são trabalhadas informações de outros três foragidos. Temos algumas informações que ainda serão checadas, contudo, este ano divulgaremos novamente os nomes dos nove foragidos para que este trabalho dê ainda mais frutos”, afirma.
Continuidade
O programa de prevenção e combate ao crime contra a vida termina oficialmente este ano, contudo, o trabalho de contenção de homicídios deve continuar. Pelo menos no município de Ipatinga, iremos continuar trocando informações e a tendência é continuar para reduzirmos ainda mais o número de assassinatos. O pontapé foi dado e vimos que dá efeito. Além do projeto, considero que todo o sistema de segurança pública na região tem melhorado, e incluo também os juízes, os jurados que estão fazendo a máquina judiciária funcionar bem”, detalhou o promotor.
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Sorriso®®®
20 de fevereiro, 2017 | 10:12Piada esses dados....
não vou reclamar, pois até agora só mataram vagabundos. e se fizermos a conta pessoal vai ter q produzir mais vagabundo kkkkkkkkkkkk enquanto estiver morrendo caboclo com boné da nike e dedinho q nem revolver a sociedade ta cagando e andando!”
Carlinha
19 de janeiro, 2017 | 13:13Matou-se mais no Vale do Aço do que todas as rebeliões em presídios neste começo de ano. Uma matança, mesmo.”
Weverton da Costa Silva
17 de janeiro, 2017 | 16:34É assustador o índice de criminalidade em Belo Oriente. Principalmente, levarmos em consideração que o município apresenta uma população muito menor à de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo.
Esses indicadores poderiam ser tema de uma reportagem sobre a criminalidade em Belo Oriente cobrando explicações da poder público para esse aumento.”