18 de janeiro, de 2017 | 07:21

Psicopata do Vale do Aço é morto a facadas em Belo Horizonte

Passados 16 anos da condenação por homicídios no Vale do Aço, homem conhecido como Psicopata foi brutalmente assassinado na capital

No início dos anos 2000 um jovem envolvido em crimes violentos foi preso, levado a julgamento e sentenciado. Trata-se de Cláudio Jorge Toledo, de 39 anos, que ficou conhecido pelo apelido de Psicopata, condenado por homicídio (em Ipatinga) e latrocínio (em Timóteo). Passados cerca de 16 anos, ele teve um fim trágico: foi assassinado violentamente, no fim de semana, em Belo Horizonte.

O crime foi descoberto na manhã de domingo (15), no beco Falcão, Nossa Senhora da Aparecida, na capital Mineira. Os moradores escutaram uma violenta discussão durante a madrugada de sábado. Em seguida, dois homens identificados como “Grilo ou Carioca” e “Agostinho” foram vistos tentando sair com o carro de Cláudio, mas eles desistiram devido ao fato de o veículo estar entre dois automóveis, impedindo a sua saída.

O proprietário do imóvel, estranhando o sumiço do morador da casa, já no domingo, tentou falar com seu inquilino, pelo telefone, mas sem sucesso. Com uma chave reserva, ele resolveu verificar o que ocorrera e, ao abrir a porta, deparou com Cláudio Jorge caído em meio a uma poça de sangue.

A Polícia Militar foi acionada pelo dono do imóvel e isolou o local para o trabalho dos peritos da Polícia Civil. Eles verificaram, preliminarmente, 14 facadas em várias partes no corpo de Jorge, conforme apurou o Diário do Aço.
Em busca de pistas para tentar apontar a motivação do crime, os policiais verificaram os pertences do assassinado e encontraram uma carteira de identidade em nome de Sérgio Ferreira da Costa, porém com a fotografia de Cláudio, documento usado pela vítima para se identificar em Belo Horizonte.

Os policiais conseguiram descobrir a verdadeira identidade da vítima e verificaram que Jorge tinha um mandado de prisão expedido pela Justiça, e era uma pessoa com diversas passagens policiais. Chegou também para os policiais militares a informação segundo a qual a vítima do crime poderia estar envolvida em crimes de estelionato na capital.

Carro clonado

Na segunda-feira, outra equipe da PM retornou à casa da vítima e apurou que o Volkswagen Fox, placa ONY-1609, estacionado no local, era clonado de outro igual, em circulação no estado de Goiás. A proprietária do carro já havia informado sobre a situação para o Batalhão de Trânsito, na capital mineira, diante de multas que chegavam para ela.

Os policiais verificaram que o carro estava sem bateria e notaram modificações no número do chassi. A numeração não batia com os dígitos impressos nos vidros. Os militares localizaram um documento do carro, em nome da proprietária do carro clonado em Goiás. O veículo foi apreendido e removido ao pátio credenciado do Detran, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Corpo de Psicopata foi enterrado em Ipatinga

Os familiares de Cláudio Jorge Toledo, de 39 anos, o “Psicopata”, providenciaram o traslado do corpo dele, de Belo Horizonte, para o Vale do Aço, após a necropsia no Instituto Médico-Legal (IML) da capital. O enterro foi realizado de forma discreta, na tarde de segunda-feira (16/1), no Cemitério Parque Senhora da Paz, no bairro Veneza II, em Ipatinga. A família de Cláudio é do bairro Esperança.

O Diário do Aço apurou junto a fontes na polícia, que Cláudio, mesmo foragido da Justiça, estaria ameaçando alguns de seus familiares. Psicopata queria que um imóvel fosse vendido, no bairro Esperança, para ficar com uma parte do dinheiro a qual teria direito na divisão de bens da família.

Crimes de grande repercussão

Cláudio ficou conhecido no Vale do Aço pelo cometimento de dois crimes violentos. O primeiro foi nos primeiros meses de 2001, no bairro Canaãzinho, quando matou o estudante Fernando Alexandre Ferreira Leite, por motivos fúteis. Em seguida, pouco tempo depois, ele matou o empresário José Celso Lucas, em Timóteo, para roubar (latrocínio) após atrair a vítima para um encontro amoroso.

Depois destes crimes, com o objetivo de prender o acusado foi mobilizada uma equipe policial, comandada na época pelo delegado de Polícia Civil, Francisco Pereira Lemos. As investigações levaram os policiais até a Santa Juliana, no Triângulo Mineiro, onde Cláudio Jorge foi preso e depois recambiado para o Vale do Aço no mês de maio de 2001.

Pelo tom irônico nas entrevistas e a forma fria nos depoimentos ao revelar como praticou os crimes, Cláudio Jorge foi apelidado como Psicopata. Ele foi condenado pelos dois assassinados.

A fuga de Cláudio Jorge, do sistema carcerário, foi registrada em 12 de novembro de 2014. Ele era interno na Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde cumpria parte da pena no regime semiaberto. Transferido para a unidade meses antes, saiu e nunca mais voltou.