23 de março, de 2017 | 17:23
Conselheiros definem que Sérgio Leite deve voltar à presidência da Usiminas
Essa é a segunda vez que o executivo assume o comando da Usiminas em uma disputa mantida entre sócios majoritários, Ternium e Nippon Steel
Por 7 votos a 4 conselheiros da Usiminas decidiram na tarde desta quinta-feira, em assembleia extraordinária, em São Paulo, pela destituição do presidente da Usiminas, Rômel Ervin de Souza (defendido pela Nippon Steel) e a recondução de Sérgio Leite ao cargo, com apoio da Ternium. Os dois grupos siderúrgicos disputam, desde 2014, a indicação do presidente da companhia.
A mudança já era prevista, conforme divulgou o Portal Diário do Aço nesta quinta-feira.
Os conselheiros entenderam que Rômel cometeu uma falta grave ao assinar, maio de 2016, sozinho, um memorando de entendimento com a Mineração Usiminas, com vistas a um acordo de compensação de perdas da fornecedora de minério à siderúrgica.
Os conselheiros mantiveram o entendimento de uma reunião do colegiado, em novembro de 2016, segundo o qual a assinatura do documento, por Rômel, foi irregular por dois conselheiros ligados à Ternium, que controla a empresa com a Nippon Steel & Sumitomo.
Oscar Montero e Guilherme Poggliali consideraram que a assinatura do documento foi um ato irregular e contrário ao Estatuto Social da companhia, expondo a Usiminas a risco. Na assembleia desta quinta-feira, sete dos onze conselheiros seguiram o mesmo entendimento.
Em maio de 2016 os conselheiros votaram pela saída de Rômel Ervin, que estava no cargo desde a saída do presidente Julian Egurin, em setembro de 2014, e a posse de Sérgio Leite no cargo de presidente.
Entretanto, em outubro passado, por decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em uma ação movida pela Nippon, Rômel foi reconduzido à presidência e permaneceu até esta quinta-feira no cargo executivo.
Nesta sexta-feira, tanto a Nippon Steel quanto a Ternium divulgaram notas com o posicionamento de cada uma acerca do contencioso. Veja o conteúdo da nota em Nippon Steel & Sumitomo vai recorrer de mudança na presidência da Usiminas.
Entenda
O conselho da Usiminas afastou Rômel Ervin sob acusação que a assinatura do acordo entre Usiminas e a sua controlada Mineração Usiminas (Musa), sem a consulta ao departamento jurídico da Usiminas, violou o estatuto social e as regras de conformidade da empresa, detalhou uma fonte ligada ao conselho, por telefone, ao Diário do Aço na noite desta quinta-feira. Além de Rômel assina o documento Wilfred Brujin, presidente da Musa.
A agência Reuters publicou que o memorando de entendimento definia que a Usiminas deveria garantir à Musa o mesmo montante de margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) que a mineradora obtinha antes da decisão que paralisou as áreas primárias da siderúrgica em Cubatão, e que fez o volume de minério de ferro produzido pela Musa e consumido pela siderúrgica cair de 4 milhões de toneladas por ano para 2,5 milhões de toneladas.
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