
14 de agosto, de 2017 | 16:01
Usiminas destina agregado siderúrgico para fabricação de blocos sustentáveis
O agregado siderúrgico, coproduto gerado no processo produtivo do aço na Usina de Ipatinga, já se consolidou como recurso para a pavimentação de estradas rurais e, além de outras aplicações em estudo, tem novo uso no mercado.Suas propriedades permitem substituir a areia, pó de brita e a brita empregados na fabricação dos blocos que já podem ser vistos em dois projetos pilotos em Ipatinga: uma calçada na área interna da Usiminas e na obra do estacionamento do Hospital Márcio Cunha.
O produto final é fruto de uma parceria entre a Usiminas, a Fiemg e a empresa Precomol, sediada em Coronel Fabriciano. Foram cerca de 15 meses de pesquisas e testes para se alcançar a mistura ideal entre o agregado e as demais matérias primas.
O bloco tem que atender as especificações mercadológicas e ambientais e apresentar uma resistência mecânica alta”, conta Henrique Hélcio Eleto, coordenador do Grupo de Trabalho Coprodutos e Sustentabilidade da Usiminas.
Primeiros projetos
Na área interna da Usina de Ipatinga, o produto foi utilizado em uma nova calçada para uso de pedestres. Ao todo, foram aplicados 11.500 blocos em 230 m2 de pavimentação.
Somente esses blocos consumiram mais de 31 toneladas de agregado siderúrgico em sua fabricação, material que deixou de ser encaminhado para aterros controlados. A segunda obra é o calçamento do novo estacionamento do Hospital Marcio Cunha, totalizando 4 mil m², já em andamento.
Esses primeiros blocos em uso apresentam resistência de 35 Mpa, o que possibilita o uso em áreas de trânsito de pedestres e tráfego de carros de passeio.
São produzidos nas cores cinza, vermelho e roxo e atendem a todos os requisitos técnicos e de aplicabilidade. Modelos com maior resistência já estão em teste e os produtos têm previsão para serem comercializados a partir de outubro deste ano.
Sustentabilidade
A proposta da Usiminas é reaproveitar sistematicamente tudo aquilo que é produzido, seja em um mesmo ciclo industrial ou na destinação de resíduos como matéria-prima renovável para outros segmentos de mercado. Uma iniciativa útil para a sociedade e para a preservação ambiental.
O uso do agregado siderúrgico substitui recursos naturais finitos, reduzindo a necessidade de extração da natureza.
Soma-se, ainda, a redução do volume de agregado siderúrgico enviado para aterros ou depósito e a permeabilidade do material, o que possibilita a infiltração da chuva no solo. Do ponto de vista econômico, a fabricação e comercialização dos blocos abre uma nova frente de negócios na região.
Há uma perspectiva real de geração de novos empregos a partir da produção em escala comercial. Temos aí um exemplo claro de economia circular, um dos conceitos mais modernos de integração entre empresas, sociedade e meio ambiente”, explica Henrique.
Sobre o agregado siderúrgico
É um produto oriundo do processo de produção de Aciaria, composto de óxidos e silicatos, com alta resistência ao desgaste. Depois de segregado e beneficiado, pode ser utilizado em obras de pavimentação, artefatos de concreto, contenção de encostas, agricultura e lastro ferroviário, dentre outras aplicações.
Além da fabricação dos blocos, o agregado siderúrgico também já vem sendo aplicado, com sucesso, na pavimentação de estradas rurais no Vale do Aço e, recentemente, foi homologado pelo DNIT para uso em rodovias federais.
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