17 de agosto, de 2017 | 08:20

A termografia medica no diagnóstico de dores crônicas

Márcia Freitas Alvernaz

Divulgação
A todo médico é dado proferir, no início da profissão, o juramento de Hipócrates, onde se assume perante aos espectadores, muitos deles familiares, o compromisso de cuidar e salvar a vida de seus pacientes. Neste momento inicia-se uma jornada voltada ao tratamento da dor e sofrimento para o resto de suas vidas.

Os desafios da medicina são inúmeros e os embates clínicos são infinitos. Há séculos os diagnósticos de dor crônica tem sido os mais desafiadores. Lidar muitas vezes com dores fantasmas, psicogênicas, idiopáticas, psicológicas e tantas outras, com termos muitas vezes pejorativos que reduzem os pacientes a uma condição de invalidez sem resultados de exames à altura de sua dor, filas e mais filas de pessoas sofridas se esforçando por um simples diagnóstico laboratorial ou de imagem que validem sua dor.

Inúmeros equipamentos médicos são usados para facilitação no diagnóstico da dor aguda, como o raio-x, a tomografia, a ressonância magnética e a ultrassonografia, mas nos quadros de dor crônica, foi apenas em 1973, com Dundley, que a medicina começou a enxergar melhor seus pacientes.

Naquela época foi criada a primeira câmera infravermelha com medidas de emissividade para o corpo humano: nascia a primeira câmera termográfica médica para medição da termometria cutânea (temperatura das diversas áreas anatômicas humanas, ou dermatomos), nascia uma nova especialidade médica: a Termografia Médica.

A partir desta época a dor crônica podia ser vista e interpretada como consequência de desconexões e processos neuropáticos, ou seja, o sistema nervoso periférico responsável pelos quadros álgicos podia ser mapeado e associado à clínica do paciente. De lá para cá, mais de 500 mil artigos já foram publicados - em nada mais nada menos do que 100 revistas científicas -, sendo que só a revista internacional Nature publicou mais de 500 artigos.

A termografia médica, ou termometria cutânea, é reconhecida atualmente como método diagnóstico pela Agência Nacional de Saúde/ANS, constando na Tabela de Procedimentos Médicos da Associação Médica Brasileira/AMB (39.01.007-4) e Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos/CBHPM (41.50.11.36). Com este advento, o médico assistente pode ter em mãos o mapeamento das áreas correspondentes à dor do paciente.

Como exemplo de patologias classificadas no passado como doenças de fundo apenas psicológicas de difícil aceitação pericial nós podemos citar a fibromialgia e a sacroileite. Hoje a Termografia Médica é validada nos processos periciais em todo o mundo, inclusive no Brasil. Os maiores trabalhos nacionais publicados se encontram no acervo científico do Centro de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, na cidade de São Paulo.

Quando as primeiras imagens termográficas foram publicadas, toda a comunidade médica pode ter acesso ao quadro real de dor dos seus pacientes, e desta forma, se solidarizar ainda mais com seus pacientes.

* Médica, diretora clínica da Integrative Núcleo Brasil de Medicina Integrativa e Funcional. Pós-graduada em ultrassom ginecológico e obstétrico; medicina integrativa, medicina funcional e gerenciamento do envelhecimento saudável, gestão e mercado.
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Comentários

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Jorge Valle Filho

01 de dezembro, 2018 | 14:21

“Excelente artigo. Parabéns.”

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