08 de fevereiro, de 2018 | 21:20

Acordo entre acionistas pode encerrar disputa na Usiminas

Comunicado anuncia entendimento entre japoneses e ítalo-argentinos sobre governança corporativa

Arquivo DA
Comunicado anuncia acordo para fim de crise na governança corporativa na Usiminas Comunicado anuncia acordo para fim de crise na governança corporativa na Usiminas


Em comunicado publicado quinta-feira (8), os dois acionistas do bloco de controle da Usiminas, Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation (NSSMC) e Ternium Investiments anunciam um acerto que inclui a indicação do presidente do conselho e do presidente executivo da companhia de forma alternada e o compromisso de encerrar ações judiciais de forma amigável.

Trata-se de um acordo vinculante e de efeito imediato. As novas regras de governança para a Usiminas incluem, entre outros, um mecanismo de alternância para a indicação do CEO e do Presidente do Conselho de Administração (Chairman), como também um novo mecanismo para indicação de outros membros da diretoria da Usiminas.

Adicionalmente, o acordo incorpora um mecanismo de saída, que consiste em um procedimento de compra e venda, que pode ser exercido a qualquer momento durante a vigência do atual acordo de acionistas da Usiminas e após transcorridos quatro anos e meio a partir da próxima eleição da diretoria da Usiminas em maio de 2018.

Esse procedimento de compra e venda permitiria tanto a Ternium como a NSSMC adquirir a totalidade ou a maior parte das ações da Usiminas detidas pela outra parte.

O direito de indicação do CEO e do Chairman alternará entre a Ternium e a NSSMC em intervalos de 4 anos, compreendendo dois períodos consecutivos de 2 anos cada um. Para os quatro anos iniciais, a Ternium terá o direito de indicar o CEO e a NSSMC terá o direito de indicar o Presidente do Conselho de Administração.

Inicialmente, a Ternium e a NSSMC pretendem indicar Sérgio Leite para CEO da Usiminas e Ruy Hirschheimer para Presidente do Conselho de Administração, respectivamente. A diretoria da Usiminas será composta por um total de seis membros (incluindo o CEO e cinco Vice-Presidentes), indicando a Ternium e a NSSMC três membros cada.

As disputas judiciais sobre a gestão da Usiminas se arrastam desde 2014 com seguidas ações nos tribunais e sequência de trocas no comando da empresa. O acordo inclui, também o compromisso de que as partes vão encerrar as disputas judiciais envolvendo a empresa de forma amigável.

Nota da NSSMC

A Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation (NSSMC) está muito satisfeita com o acordo que acaba de elaborar com a Ternium-Techint em relação ao estabelecimento de uma nova política de governança para a Usiminas.
Tal política sempre foi, ao longo dos últimos anos, uma demanda da NSSMC, que entende tal medida como essencial para garantir uma visão de longo prazo e competitividade para a Usiminas.

Com esse objetivo em mente, o acordo também prevê o fim de todos os atuais litígios entre os dois controladores da siderúrgica.

A NSSMC tem sido parceira da Usiminas desde 1958, e se orgulha muito de sua história no Brasil e de sua atuação na companhia – e por esse trabalho conjunto que gerou tantas conquistas ao longo de 60 anos de investimentos e compromissos no país.

Esta nova política de governança vai garantir para a Usiminas as melhores condições para que a companhia mantenha seu papel de liderança na siderurgia brasileira.

Entenda o caso

Em 2014 foi iniciado um desacerto entre os dois grupos controladores, de um lado os japoneses da pioneira Nippon Steel e do outro os ítalo-argentinos da Ternium/Techint.

O então presidente, Julián Eguren, e outros dois diretores, foram destituídos dos cargos após votação no conselho de administração, em uma ação da Nippon. Eguren era ligado à Ternium e como seu substituto foi escolhido o executivo Rômel de Souza, por sua vez, ligado ao Nippon.

Mas Rômel Souza foi destituído da presidência em março do ano passado e para o seu lugar foi nomeado Sérgio Leite, com apoio da Ternium. Em meio a uma série de ações judiciais das partes sobre a governança corporativa, a Usiminas enfrentou uma grave crise, com a retração do mercado consumidor de aço e teve de fazer uma reestruturação financeira para evitar a recuperação judicial.

Com o arrefecimento da crise econômica e a estabilidade sob comando de Sérgio Leite, a empresa voltou a apresentar números positivos em meio à expectativa de novos investimentos, alguns dos quais em andamento, como a reforma do alto-forno 1, em Ipatinga.


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