07 de maio, de 2018 | 13:34

Salinas e o Museu da Cachaça

Aromas, garrafas, rótulos, objetos, o passado e o presente da aguardente

Wellington Pedro/Divulgação/Ascom/SEC-MG
Sala Carro de Boi ou DebretSala Carro de Boi ou Debret
Maior produtor brasileiro de cachaça artesanal, Minas Gerais é referência quando o assunto é aguardente. A produção alcança aproximadamente 230 milhões de litros/ano, segundo dados do Centro Brasileiro de Referência da Cachaça (CBRC).

Muito além de ser apenas uma bebida, a cachaça representa uma cultura, é repleta de tradição e se confunde com a formação social do estado. A dimensão da importância, tamanho e diversidade do destilado podem ser conhecidos de perto no Museu da Cachaça, em Salinas, no território Norte.

Inaugurado em dezembro 2012, o museu passou por reformas de janeiro a julho de 2017 para readequação de toda a estrutura, que incluiu melhoria nos espaços das salas, da parte hidráulica e dos acervos multimídias. As melhorias contaram com apoio da Secretaria de Estado de Cultura.

O museu é composto por nove salas, que retratam desde a importância da bebida para a economia e formação cultural das regiões de Minas Gerais até os mais variados rótulos e sabores da cachaça artesanal. Interativo, o Museu da Cachaça conta com um acervo diversificado.

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Sala das GarrafasSala das Garrafas
A Sala das Garrafas, por exemplo, possui nove metros de altura e mais de 2.200 garrafas, com 54 diferentes rótulos. O espaço é todo revestido por garrafas e é uma das atrações do museu, e de julho de 2017 a maio deste ano recebeu 5.076 visitantes.

“Queremos ampliar o número de visitantes e trabalhamos em várias frentes. Uma delas é fazer com que as pessoas se sintam bem acolhidas nos quase 13 mil m2 do museu. Temos até uma brinquedoteca para a criançada”, explica a diretora do Museu da Cachaça, Cecilia Sarmento Pereira.

Preservar, incentivar e difundir saberes e fazeres da produção da cachaça são alguns dos objetivos do museu. Para Cecilia, um dos desafios do local é promover a preservação do patrimônio da cadeia produtiva da bebida e demonstrar a importância socioeconômica para a cidade de Salinas e região.

“Nós queremos ampliar o acesso ao conhecimento da produção da cachaça como bem patrimonial da cidade. Isso significa incentivar o turismo empresarial e cultural”, pontua Cecilia.

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Sala dos AromasSala dos Aromas
Espaços
A Sala dos Aromas atrai o público pelo olfato. Em duas calhas, que fazem circular a cachaça, a bebida exala seu aroma e convida os visitantes a conhecerem o ambiente. O espaço conta ainda com um alambique de cobre de 1950, doado pela Fazenda Havana, e um parol, caixa quadrada de madeira do século XIX, usada para o envelhecimento da cachaça.

O museu também abriga a Sala Carro de Boi ou Debret - pintor francês, que, em 1816, integrou a Missão Artística Francesa ao Brasil, iniciativa do rei Dom João VI. Jean-Baptiste Debret (1768 - 1848) retratou o Brasil Imperial em pinturas e esboçou o desenho da bandeira brasileira da época.

Entre outros itens, a sala tem uma reprodução da obra “Paisagem com plantação (O Engenho)”, do artista holandês Frans Post (1612-1680). O espaço também exibe um carretão, uma espécie de carro de boi utilizado nos canaviais de engenho, e congrega reproduções de obras de Debret, em que o artista retrata o trabalho dos escravos.

Outro espaço bastante visitado é a Sala dos Engenhos, que tem um engenho do século XIX, confeccionado em madeira, e o primeiro engenho da fazenda Havana, construído com madeira e ferro em 1950. Também no local há uma reprodução da obra “Moulin à Sucre”, do pintor alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858).

A Sala dos Depoimentos também faz sucesso entre o público. O local exibe, em quatro aparelhos de televisão, histórias de produtores, gente comum e comerciantes sobre as lendas que envolvem a produção da cachaça e os aspectos sociais e comerciais atrelados à bebida.

A Sala da Projeção, a mais moderna do museu, apresenta os meios de circulação da cachaça, o processo de plantio, feitura e armazenamento da bebida. O espaço permite aos visitantes conhecerem em vídeos um pouco mais dos processos que englobam toda a complexa cadeia produtiva da cachaça.

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Sala dos EngenhosSala dos Engenhos
Outra atração do museu é a Sala de Terra Batida, com uma passarela de vidro sobre a terra seca que permite ao visitante entrar em contato com todos os aspectos do consumo da bebida. O espaço ainda tem uma vitrine horizontal de vidro com vista para o jardim interno do museu, onde pode ser vista uma plantação de cana-de-açúcar.

O Museu
Projetado pela arquiteta Jô Vasconcelos, o Museu da Cachaça ocupa um terreno de 13.120m², sendo 2.200m² de área construída, 1.250m² de área expositiva, 2.500m² de espaço de convivência e 950m² de área administrativa. Os ambientes foram criados com base em dois conceitos.

O primeiro é o socioeconômico, onde a cachaça artesanal é retratada em aspectos de produção, circulação e consumo, com uma visão antropológica do produto. O segundo é sociocultural, em que a bebida é fruto do imaginário coletivo, unindo grupos sociais por meio de seu uso.

A proposta museológica está distribuída entre as nove salas – Hall de Entrada, Sala dos Canaviais, das Garrafas, do Engenho, do Moinho, do Aroma, Sala Multiuso, de Terra Batida e de Depoimentos. O Museu da Cachaça oferece ainda aos visitantes biblioteca, brinquedoteca, restaurante, área de ação educativa, de degustação de cachaça e espaço para eventos.

SERVIÇO:
MUSEU DA CACHAÇA
Avenida Antônio Carlos, 1250
Casa Blanca, Salinas/MG
Horários de visitação:
Quartas, quintas e sextas-feiras: 14h às 20h
Sábado: 12h às 18h
Domingo: 7h às 13h
Contato: (38) 3841-4800
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