03 de setembro, de 2018 | 10:52

Filósofo e pesquisador chora e lamenta destruição do Museu Nacional

"Incêndios acontecem acidentalmente ou propositalmente, sendo que qualquer um dos fatores se dá pelo descuido, falta de segurança e de fiscalização", dispara Fabiano de Abreu

O filósofo e pesquisador Fabiano de Abreu ficou arrasado com o incêndio que destruiu os mais de 20 milhões de itens nos três andares do Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, na noite de domingo (2). O fogo somente foi apagado na madrugada dessa segunda-feira (3).
Vitor Abdala /Agência Brasil
Museu Nacional: milhões de peças históricas viraram cinzas Museu Nacional: milhões de peças históricas viraram cinzas


"Incêndios acontecem acidentalmente ou propositalmente, sendo que qualquer um dos fatores se dá pelo descuido, falta de segurança e de fiscalização. Temos poucos patrimônios históricos para poder nos orgulharmos e também para atrair o turismo porque o histórico atrai o turismo, isso é fato. Temos poucos patrimônios históricos para contarmos nossa história, para atrairmos pessoas e para atrairmos a atenção pois é estudando e entendendo a história que compreendemos o presente. Deixar isso acontecer é extremamente lamentável, principalmente na crise que estamos passando", lamenta o carioca que hoje mora em Castelo de Paiva, em Portugal.

"Nenhuma reconstrução vai conseguir manter algo perdido porque por mais que construam algo semelhante, não será a estrutura daquela época. Ou seja, isso é um dano irreparável. Isso mostra o descuido, o descaso que está acontecendo. Na verdade sempre teve descaso com patrimônios históricos nacionais. É cultural nesse país o descaso. Isso é responsabilidade do governo federal. O governo se mostrou irresponsável. E agora sem dinheiro como vai ser? Isso é tudo resultado dos problemas do governo, culpa dessa desordem e dessa desorganização. Estamos precisando de qualquer coisa para nos orgulharmos. As coisas que se perderam ali são importantíssimas, se perderam bens irreparáveis e não tem dinheiro que pague isso", completa o filósofo e pesquisador.

Emocionado e aos prantos, Fabiano de Abreu agora teme que isso aconteça na Biblioteca Nacional, onde está seu livro "Viver Pode Não Ser Tão Ruim" desde o ano passado.

História

O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do Brasil. É um dos museus de ciência de referência no mundo. Foi fundado em 1818.

Inicialmente instalado no Campo de Santana, o Museu foi posteriormente transferido para o Palácio de São Cristóvão, monumento tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e situado na Quinta da Boa Vista, um dos mais importantes parques urbanos do Rio. Antes de abrigar o Museu Nacional, o Palácio de São Cristóvão foi residência das famílias real portuguesa e imperial brasileira.



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Comentários

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Roger

03 de setembro, 2018 | 11:48

“Foi proposital? Quais foram as causas?”

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