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30 de novembro, de 2018 | 07:15

A história do Centro Cultural Usiminas escrita por quem a viveu

A história escrita por quem a viveu - Personagens de um sonho coletivo que virou uma agradável realidade

Crédito fotos: Nilmar Lage/Arquivo DA/Arquivo pessoal/ACS CCU
Marilda Lyra (à direita) e a pioneira dama da dança, Zélia Olguin Marilda Lyra (à direita) e a pioneira dama da dança, Zélia Olguin

“Ingressei na área cultural de Ipatinga em 1983, fazendo teatro amador no Grupo de Teatro Boca de Cena. Na época, um dos sonhos da área artística era ter um centro cultural. Darci de Mônaco e Zélia Olguin, dois ícones da cultura regional, abriram os primeiros espaços na cidade. Zélia Olguin transformou um refeitório desativado num auditório para 200 pessoas. E Darcy levou sua arte aos mais variados espaços, como o Teatro de Bolso, sala adaptada para um público de 40 pessoas, no centro de Ipatinga.

Em 1988 foi lançada a campanha Teatro Já, capitaneada, entre outros, pela Associação Pró-Cultura de Ipatinga (Aproc), e apoio de grupos e entidades como os grupos de teatro Cleyde Yáconis e Boca de Cena, Academia Olguin, Associação Teatral de Ipatinga, Rotarys e Lions Clubes de Ipatinga, Clube dos Escritores de Ipatinga.

O então presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, abraçou a campanha tão logo ela foi lançada. A empresa cedeu um terreno no centro da cidade, colocou sua equipe de profissionais à disposição. Com o confisco da poupança, em 1990, e outros entraves, o sonho não foi adiante.

Em 1993, Rinaldo Campos fundou o Instituto Cultural Usiminas, um divisor de águas. Um ano depois foi inaugurado o teatro Zélia Olguin, no espaço da antiga capela do Colégio São Francisco Xavier. Em 1998 veio a Galeria Hideo Kobayashi e, em 2002, o grande teatro do Centro Cultural Usiminas, ao lado do Shopping Vale do Aço, com 724 lugares.

O sonho da década de 1980 virou realidade. Ipatinga é hoje o segundo polo produtor de cultura do Estado. Mas o mais importante foi o crescimento dos grupos artísticos, que nos orgulham com sua arte. Comemorar os 25 anos do Instituto Cultural Usiminas é motivo de muita alegria e satisfação”.

Marilda Lyra
Jornalista e Produtora Cultural

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A arte de fazer sucesso

Rodrigo Zeferino (à esquerda), com os amigos Pedro Davi e Nilmar LageRodrigo Zeferino (à esquerda), com os amigos Pedro Davi e Nilmar Lage

“Minha relação com o Instituto começou em 2005, quando fui selecionado na 1ª Edição do Prêmio Usiminas de Artes Visuais. Foi o grande impulso para a minha até então incipiente carreira artística, que resultou em uma exposição individual, meu début no universo das artes.

Ao longo dos anos, eu e a entidade nos tornamos parceiros, e registrei com minhas lentes alguns dos principais eventos de teatro, dança, música, artes plásticas e projetos educativos realizados pelo Instituto. Esse convívio amadureceu com o tempo, e ganhei o apoio incondicional do Usicultura e o patrocínio da Usiminas na realização do meu mais ousado projeto, a exposição O Grande Vizinho, que está em cartaz na galeria Hideo Kobayashi, onde poderá ser visto até 2 de fevereiro de 2019”.

Rodrigo Zeferino
Repórter Fotográfico e Artista Visual

Zélia Olguin com a filha Salette e as netas Larissa e Juliana OlguinZélia Olguin com a filha Salette e as netas Larissa e Juliana Olguin


“A história da minha família está ligada à Usiminas. Meus pais, Zélia e Matias Olguin, um dia sonharam que o antigo bandejão no bairro Santa Mônica poderia ser um espaço para manifestações culturais e o caratê. A empresa cedeu o espaço, que foi adaptado e se tornou referência. A maioria dos artistas do Vale do Aço passou pelos palcos da academia.

A luta era árdua, mas minha mãe nunca deixou de acreditar que a arte podia transformar as pessoas. Em 1985, ela realizou o primeiro Endança, e muita gente duvidou que aquilo ia adiante. Quando o Usicultura foi fundado, em 1993, ela viu um sonho realizar-se. Mas o mais gratificante foi ter o nome dela gravado no primeiro teatro, no bairro Cariru.
Com o projeto Centro de Referência em Dança do Vale do Aço atingimos cerca de 1.500 alunos em 11 anos de atividades, ensinando gratuitamente a arte do balé clássico. A Família Olguin se sente honrada em fazer parte desta história. Em breve vamos reinaugurar o espaço da Academia Olguin, que está sendo restaurado para voltar a ser palco de grandes apresentações. Deixo aqui um aplauso e um bravo... bravíssimo... para o Instituto Usiminas, por seus 25 anos”.

Salette Olguin
Bailarina e produtora cultura

Cibele, na abertura de uma das edições do Salão do Livro do Vale do AçoCibele, na abertura de uma das edições do Salão do Livro do Vale do Aço

“O patrocínio e o apoio à produção fortalece a cultura. A parceria com o Salão do Livro ajuda a transformar o Vale do Aço por meio da literatura.

Há 12 anos, com o Instituto Cultural, a Usiminas vestiu a camisa do Salão do Livro, um evento iniciado em Belo Horizonte e que foi levado a Ipatinga, com o nome de Salão do Livro do Vale do Aço.

Na trajetória de uma década, um público de mais de 300 mil pessoas passou pelo Salão do Livro, em especial os alunos de várias escolas da cidade e de toda a região, alcançando até Caratinga. Com o apoio do Usicultura, sua equipe e estrutura exemplares, levamos mais cultura e literatura à região, formando um público participativo. Seguimos em frente com essa parceria, de olho em grandes projetos em 2019”.

Cibele Teixeira
Produtora cultural

Jorge Horta (à direita da foto) e a equipe do Instituto Cultural UsiminasJorge Horta (à direita da foto) e a equipe do Instituto Cultural Usiminas


“Em 1993, eu trabalhava na Delta Engenharia e fui chamado a participar da montagem de um espetáculo de dança do Grupo Corpo no ginásio do Aciaria, que marcaria a fundação do Usicultura. Foi uma experiência fantástica, já que nunca havia trabalhado com eventos. Em abril de 1994 fui trabalhar no teatro Zélia Olguin como operador de luz e gestão administrativa. Em 1998 passei a atuar também no recém-inaugurado Centro Cultural Usiminas.

Pelo palco do Zélia Olguin vi passarem artistas como Artur Moreira Lima, Fernanda Montenegro, Ana Botafogo, Rogerio Fróes, Tônia Carrero e outros. Vi também muitos artistas e grupos locais se se desenvolverem, como Adão de Faria, Luzia Di Rezende, Marilda Lyra, Darci Di Mônaco e Antônio Guarnieri, entre outros.

No palco do teatro do Centro Cultural Usiminas eu vi as Santinhas do Pau Oco, Sô Zé, Show Riso, Ipatinga Live Jazz (que antes era realizado no foyer), Altamiro Carrilho, Orquestra de Câmara de Ipatinga e até uma orquestra italiana. Vi também o Grupo Corpo, Ponto de Partida, Galpão. Na galeria Hideo Kobayashi eu vi a exposição Brasil/Japão, Grupo Giramundo, Ligia Clark, Carlos Bracher, Tomie Otake e outros, que me enriqueceram como profissional e ser humano. Parabenizo a Usiminas e ao Instituto pelos 25 anos de plenitude cultural”.

Jorge Horta da Silveira



LINHA DO TEMPO
1993 - Criação do Instituto Cultural Usiminas. Início dos investimentos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet)

1994 - Inauguração do Teatro Zélia Olguin – Ipatinga (MG)

1996 - Início da construção do Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga

1998 - Inauguração do Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga, com a entrega da Galeria Hideo Kobayashi, Jardim Japonês, Foyer e área administrativa. Início dos investimentos por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais

2000 - Exposições nacionais e internacionais na Galeria Hideo Kobayashi

2002 - Inauguração do Teatro do Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga (MG)

2004 - Comemoração dos 10 anos do Teatro Zélia Olguin com programação especial. Entrega de duas esculturas públicas de Tomie Ohtake em Belo Horizonte e Ipatinga. Comemoração dos 40 anos de Ipatinga com grande evento no Ipatingão: apresentação do espetáculo “Missa dos Quilombos”.

2005 - Inauguração da Biblioteca Central de Ideias, no Centro Cultural Usiminas. O Instituto passa a ser responsável pela gestão da política de investimento cultural da Cosipa, ampliando sua ação para São Paulo. Início dos investimentos por meio do FIA - Fundo para Infância e Adolescência.

2007 - Início dos investimentos por meio do Programa de Ação Cultural (PROAC/SP) e da Lei Federal do Esporte.

2008 - Comemoração dos 15 anos do Instituto Cultural Usiminas, marcado por uma programação especial com o Grupo Corpo e uma exposição dos 15 anos. Inauguração do Entreatos Café, no Centro Cultural Usiminas.

2009 - Comemoração dos 15 anos do Teatro Zélia Olguin que, até este ano, totalizava mais de 800 espetáculos, beneficiando aproximadamente 400 mil espectadores e 3 mil artistas.

2010 - Início do projeto anual Série MPB, que busca democratizar o acesso à música popular brasileira realizando shows de renomados artistas no Centro Cultural Usiminas. E realização da primeira edição do projeto Circuito Usiminas de Cultura em Minas Gerais e São Paulo.

2011 - Início dos investimentos por meio do Programa de Incentivo ao Esporte do Estado de São Paulo.

2012 - Exposição comemorativa dos 50 anos da Usiminas, “Natureza e Transformação”, com curadoria do artista Gringo Cardia.

2013 - Comemoração dos 20 anos do Instituto Cultural Usiminas e 10 anos do Ação Educativa. Início dos investimentos por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).

2014 - Realização da Corrida Viva+ Ipatinga em comemoração aos 50 anos da cidade e show do Erasmo Carlos em comemoração aos 52 anos da Usiminas. Início dos investimentos por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte de Minas Gerais (Programa Minas Esportiva Incentivo ao Esporte) e Fundo Nacional do Idoso.

2015 - Exposição “Bracher - Pintura e Permanência”, comemorativa aos 53 anos da Usiminas e 58 anos de carreira do artista mineiro Carlos Bracher. Premiada pela Associação Brasileira dos Críticos de Arte (ABCA), a exposição recebeu 3.165 visitantes em Ipatinga.

2016 - Realização da exposição “Moradores - A Humanidade do Patrimônio Histórico” no Centro Cultural Usiminas e Parque Ipanema. Início dos investimentos por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas).

2017 - Criação dos programas Conhecendo a Usiminas e Aventura no Viveiro, que levam a comunidade do Vale do Aço para dentro da Usina de Ipatinga e do Viveiro de Mudas da Usiminas.

2018 - Reposicionamento do Instituto Cultural Usiminas, que tem o nome modificado para Instituto Usiminas, com ampliação de atuação nos princípios da responsabilidade social.
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