02 de agosto, de 2019 | 16:20
Polícia Civil conclui que vereador criou situação para matar o prefeito de Naque
Investigações policiais indicaram que parlamentar foi de encontro ao chefe do Executivo com a intenção de cometer o homicídio
Wellington Fred
Equipe da PC apresentou hoje o resultado da apuração do assassinato do prefeito de Naque
Equipe da PC apresentou hoje o resultado da apuração do assassinato do prefeito de Naque
Treze dias de trabalho, mais de dois mil quilômetros percorridos e cerca de 900 horas de trabalho, que resultaram em um inquérito com 215 laudas. Os números são da investigação policial que apurou as circunstâncias do assassinato do prefeito de Naque, Hélio Pinto de Carvalho, o Hélio da Fazendinha (PSDB), de 55 anos. O crime ocorreu no dia 13 de julho e o autor confesso do crime, comerciante e vereador Marcos Alves de Lima, o Marquinho do Depósito (PSDC), de 56 anos, já foi denunciado pelo Ministério Público junto ao Judiciário da Comarca de Açucena.
O balanço foi divulgado pela 5ª Delegacia de Polícia Civil de Açucena na manhã desta sexta-feira (2). A apresentação do fim das investigações para a imprensa foi realizada na 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC) em Ipatinga, pelo delegado João Luiz Martins Barbosa, que presidiu o inquérito. O vereador foi indiciado por homicídio qualificado, motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.
João Luiz frisou que a animosidade entre os envolvidos surgiu diante da intenção do vereador Marquinho do Depósito em ter uma saída para o terreno dele. A terra do vereador, que está irregular, faz divisa com um loteamento regularizado e uma área do município. Ele (prefeito) foi vítima do homicídio por não aceitar que Marquinho tivesse acesso ao imóvel passando pela área pública. Morreu defendendo o patrimônio público”, disse o delegado.
Crime premeditado
Para o chefe das investigações, Marquinho do Depósito premeditou toda a situação ao tomar conhecimento que o prefeito acompanhava o trabalho de uma pá-carregadeira, justamente no terreno do município. O vereador, montado em um cavalo, jogou o animal para cima do prefeito e iniciou-se a discussão. Toda a situação, de acordo com a Polícia Civil, foi planejada. Em hipótese alguma foi legítima defesa”, insistiu o delegado.
As mídias sociais da imprensa e de pessoas ligadas aos envolvidos foram monitoradas pela Polícia Civil, como revelou o delegado. Devido ao vídeo do dia da prisão do vereador, em Governador Valadares horas após o crime, surgiu a hipótese que o assassino agiu no calor da emoção. Alguns falaram que o vereador teria direito de matar o prefeito, por causa das agressões, mas isso não aconteceu. Ele provocou o prefeito e em seguida executou a vítima, não teve justificativa para o crime”, enfatizou.
Os levantamentos e depoimentos indicam que o vereador, ao se virar de costas para ser atingido pela taca (chicote) que o prefeito tinha tomado de suas mãos, sacou o revólver calibre 38 que portava e efetuou os disparos.
O delegado informa que o trabalho da perícia no local do crime indica que o prefeito saiu correndo ao ser informado por uma testemunha que Marquinho estava armado. Os dois tiros ocorreram (pelas costas) a uma distância de seis a oito metros. Novamente, Marquinho chega até a vítima. Já caída, e descarrega o revólver”, avaliou.
Prazos
O delegado João acrescentou que as investigações para concluir o caso foram realizadas dentro do prazo normal e não houve um empenho maior pelo fato de os envolvidos serem políticos. Pela legislação, assim que uma pessoa é presa pelo crime, a Polícia Civil tem 10 dias para conclusão do inquérito policial e remetê-lo para a Justiça.
O vereador encontra-se preso preventivamente, depois de ser capturado três dias após o crime, preso na casa de familiares no Espírito Santo. Ele viajou para o litoral depois de ganhar a liberdade provisória em uma audiência de custódia, na Justiça de Governador Valadares, fato que causou grande comoção social em Naque.
O delegado João Luiz, ao lado do delegado regional da PC, Thiago Alves Henriques, confirmou que uma carta escrita pelo vereador, na cadeia de Açucena, foi interceptada e apreendida. Ela foi endereçada à família e continha instruções para uma suposta compra de veículo potente, situação que chamou a atenção da segurança do presídio pois poderia ser algum plano fuga, e até uma mudança de advogado de defesa.
Apresentação na Câmara de vereadores
O inquérito que apurou o homicídio de Hélio da Fazendinha já foi remetido ao Judiciário e o Ministério Público da Comarca de Açucena também já denunciou o vereador Marquinho do Depósito por homicídio qualificado, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Caso seja condenado, o parlamentar pode pegar uma pena de 12 a 30 anos de prisão.
João Luiz revelou que na próxima segunda-feira (5) deverá utilizar a Tribuna da Câmara Municipal de Naque para falar sobre as investigações e levar a tranquilidade para a população do município. Será uma sessão de fim de recesso parlamentar. Vamos explicar para os vereadores, que são os representantes da população, e falar que tudo foi muito bem feito e de maneira objetiva, imparcial. O que foi apurado aqui, reflete totalmente a realidade dos fatos. Foram Três testemunhas oculares do fato”, finalizou.
Discussão em loteamento resultou no homicídio
O assassinato do prefeito de Naque foi praticado em uma manhã de sábado, dia 13 de julho, quando o prefeito Hélio Pinto de Carvalho, de 55 anos, estava em um imóvel público onde acompanhava o trabalho de uma máquina pá-carregadeira. O prefeito foi surpreendido pelo vereador Marcos Alves de Lima, de 56 anos, que chegou de cavalo e iniciou uma discussão.
Conforme as investigações, o vereador, ainda sobre a montaria, tentou desferir um soco no prefeito, que arrancou do cavaleiro a taca (chicote). O parlamentar apeou do cavalo e os dois continuaram com a discussão, acerca de uma porteira que pretendia construir em seu terreno e, para isso, queria acesso por meio de um terreno do município. Marquinho virou de costas e mandou que o prefeito o chicotasse pois iria matá-lo. De fato, o prefeito desferiu chicotadas. Neste momento, é sacado o revólver da pochete.
Hélio é avisado por uma testemunha sobre a arma e sai correndo. A vítima caiu ao ser atingida pelas costas e novamente alvo de mais tiros disparados pelo vereador acusado. O parlamentar chegou a ameaçar as testemunhas, outro vereador que estava no local, um empresário e um corretor de imóveis. Em seguida fugiu no cavalo. No meio do caminho pegou carona em um Fiat Uno de um conhecido e pediu que fosse levado para casa, onde foi direto para a garagem, embarcou em sua caminhonete e fugiu pela BR-381, para Governador Valadares onde foi preso em flagrante pela Polícia Militar horas depois dos fatos ocorridos em Naque. Neste tempo, o prefeito era socorrido, inclusive por uma das testemunhas, mas morreu a caminho do Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga.
O até então considerado suspeito confessou o crime ao ser preso, mas mostrou para a imprensa as marcas no corpo provocada pelas chicotadas. Ele alegou que agiu para se defender. Marquinho foi atuado na delegacia de Polícia Civil, em Governador Valadares, mas no domingo, em uma audiência de custódia na Justiça recebeu liberdade provisória.
Os policiais foram informados que o vereador se aproveitou da situação e fugiu da região. As investigações indicaram que Marquinho estava no Espírito Santo, onde ele foi preso por força de um mandado de prisão preventiva decretada pela Justiça de Açucena. Ele, que tinha os cabelos brancos, os pintou de preto e estava com a pele bronzeada. A Polícia Civil suspeita que ele poderia fugir do país. A defesa do vereador nega que ele estivesse com passaporte ou que tenha visto para entrar em algum país.
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Sonny ! Justiça Seja Feita! Amém ??
16 de outubro, 2019 | 22:32O tiro saiu pela culatra! ??????????”
Gsm
03 de agosto, 2019 | 13:19Tenho certeza que justiça será feita, êsse valentão Marcos A Lima merece estar preso , ninguém tem o direito de tirar a vida do próximo, principalmente da maneira tão covarde sem remorso algum por nenhuma das famílias.”
Bolsonaro
02 de agosto, 2019 | 19:04ESSE DOUTOR JOÃO É OS BICHO MESMO. PARABÉNS PELO TRABALHO,SEU PAI DEVE ESTAR ORGULHOSO LÁ DO CÉU.
ESSE DELEGADO TEM QUE SER PRESIDENTE DO BRASIL.
TRABALHA MUITO SÉRIO E PREOCUPADO COM O POVO E A VERDADE.....”