11 de agosto, de 2019 | 11:36
Descartando lâmpadas fluorescentes
Ipatinga dá destinação apropriada a materiais retirados de prédios públicos
Os brasileiros consomem, a cada ano, uma média de 200 milhões de lâmpadas fluorescentes. Deste total, apenas 6% são descartados corretamente. Esse é um dado preocupante, uma vez que a simples utilização não oferece perigo, mas quando a lâmpada é quebrada em local inapropriado ou descartada de forma incorreta, pode emitir substâncias prejudiciais tanto ao meio ambiente quanto ao ser humano.Para atender a determinação da Lei Federal nº 12.305, de 2010, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Prefeitura de Ipatinga, em parceria com a empresa que presta o serviço de manutenção de iluminação pública no município, faz o descarte correto de milhares de lâmpadas fluorescentes acumuladas ao longo dos anos. Os materiais em desuso são encaminhados para um local apropriado, em Belo Horizonte.
E se a lâmpada queimou? Sempre bate a dúvida se podemos descartá-la no lixo comum ou não. Além do perigo de cortes que o vidro pode causar, algumas lâmpadas - como as fluorescentes - têm substâncias tóxicas que são prejudiciais às pessoas e ao meio ambiente.
A destinação correta das lâmpadas que podem contaminar o meio ambiente é uma preocupação. O nosso aterro não tem licença para receber o resíduo contido nas lâmpadas, e é por isso que faremos a destinação delas para locais apropriados, podendo algum material ser reaproveitado na reciclagem”, explica Núbia Fernandes, diretora do Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de Ipatinga.
Resíduo
No interior das lâmpadas fluorescentes há elementos químicos nocivos à saúde, e o mais perigoso é o mercúrio, um metal pesado e tóxico. Devido à presença do mercúrio, o descarte das lâmpadas fluorescentes se torna muito complicado. O contato com a substância em níveis mais altos pode gerar problemas à saúde. Sua inalação pode causar intoxicação, tosse, dispneia, dores no peito e outras consequências mais graves.
Se o mercúrio é despejado de maneira irregular em rios, por exemplo, ele volatiliza e contamina a atmosfera, podendo causar chuvas ácidas. Micro-organismos também podem absorver o mercúrio, tornando-o orgânico em vez de metálico. Animais aquáticos e plantas podem reter o mercúrio e contaminar o meio ambiente, sem que exista chance de erradicação.
Todas as lâmpadas são recolhidas e encaminhadas para Belo Horizonte. E as lâmpadas que ficarem em desuso já serão levadas pela empresa que presta o serviço de manutenção por meio da parceria com o município”, disse Núbia, esclarecendo ainda que o serviço não gera nenhum ônus aos cofres públicos.
Descontaminação
A descontaminação de lâmpadas fluorescentes varia de acordo com o modelo do produto. Basicamente, o processo se resume em separar os terminais (componentes de alumínio, soquetes plásticos e estruturas metálico-eletrônicas), o vidro (em forma de tubo, cilindro ou outro formato), o pó fosfórico (pó branco contido no interior da lâmpada) e, principalmente, o mercúrio, que será, no fim, recuperado em seu estado líquido elementar. Os processos ocorrem da seguinte maneira:
- Em ambiente enclausurado, as lâmpadas são rompidas, os soquetes e terminais das lâmpadas são separados e passam por um processo de segregação. O pó de fósforo contaminado com mercúrio é retido e segue para o processo de desmercurização. Já os pedaços de vidro são limpos e testados. Se estiver dentro das especificações, o vidro é reciclado.
- Depois de limpos, o alumínio e os pinos de latão são enviados para a reciclagem em uma fundição. A poeira de fósforo é enviada para a destilação, onde o material é aquecido até vaporizar o mercúrio. O material vaporizado a partir desse processo é condensado e coletado em recipientes especiais, ou decantadores.
- O mercúrio obtido passa por uma nova destilação, a fim de remover as impurezas. A única parte da lâmpada que não é reciclada é o baquelite existente nas extremidades da lâmpada.
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