
11 de fevereiro, de 2020 | 11:45
A história de Olga Benario
Uma revolucionária alemã que se uniu a um revolucionário brasileiro
Olga Gutmann Benario nasceu em 12 de fevereiro de 1908, na cidade de Munique, Alemanha. De origem judaica, ingressou na política aos 15 anos de idade, através da Liga Comunista da Alemanha.Namorada do líder Otto Braun, juntamente com outros integrantes do partido, liderou um assalto à prisão de Moabit e libertou Braun, fugindo com ele para a então União Soviética.
Considerada peça importante na Internacional Comunista, Olga recebeu treinamento político-militar e neste cenário conheceu o brasileiro Luiz Carlos Prestes, que também estava naquele país.
Benario foi incumbida de ser guarda-costas de Prestes numa missão na qual ele voltaria incógnito ao Brasil, usando nome falso, a fim de promover uma tomada comunista do poder.
Eles viajaram disfarçados de marido de mulher e acabaram apaixonados na vida real. Entretanto, as intenções políticas do casal e seu grupo foram frustradas e acabaram todos presos pelo Governo Vargas.
No ano de 1936, Olga foi presa e, em um julgamento sem precedentes na história, foi sentenciada à extradição, mesmo estando grávida de sete meses de Prestes.
Arquivo GB Imagem
Olga Benario Prestes, alemã de origem judaica, morreu na câmara de gás, em 1942, em Bernburg, Alemanha
Na Alemanha, foi recebida pela Gestapo e passou por vários campos de concentração. Sua filha, Anita Leocádia, nasceu na prisão e logo foi separada da mãe, sendo entregue a avó paterna. 
Olga Benario Prestes foi executada na câmara de gás, no campo de Bernburg, no dia 23 de abril de 1942. Em 1998, a Justiça brasileira considerou que o processo de extradição de Benario teve uma série de erros, permitindo a entrega de uma mulher grávida ao totalitário regime nazista, que cometeu tantas atrocidades.
Atualmente, Olga Benario empresta seu nome a varias ruas e escolas na Alemanha e no Brasil. Sua filha, a historiadora Anita Leocádia Prestes, recebeu em 1994 uma indenização do Estado, no valor de 100 mil reais, previsto na Lei de Anistia. Ela doou a importância ao Instituto Nacional do Câncer.
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