20 de julho, de 2020 | 16:00
Vai recomeçar
Fernando Rocha
No próximo fim de semana, se não houver nenhum retrocesso, está prevista a volta do Campeonato Mineiro, paralisado há cerca de quatro meses em razão da pandemia do novo coronavírus. Serão disputados os jogos da 10ª rodada, antepenúltima da fase de classificação para a semifinal, fase em que os quatro primeiros colocados irão decidir o título, enquanto os dois últimos serão rebaixados à 2ª Divisão - ou Módulo II - no próximo ano.Apesar de ser um dos torneios com a fórmula mais enxuta e número de participantes (12) razoável, assim como todos os estaduais do país o Mineiro perdeu importância, envelheceu e carece de uma reformulação total, a começar pela diminuição de datas e uma melhor distribuição das verbas pagas pela TV, contemplando os clubes do interior para elevar o nível técnico atual, que é paupérrimo.
Sem exceções, os estaduais pelo país afora servem apenas de muletas para amparar uma casta de dirigentes, eles que comandam essas cabulosas federações encabrestadas pelo sistema que mantém o núcleo dirigente, que, por sua vez, comanda o futebol nacional, através da CBF.
Mudanças à vista
A cada ano a necessidade dessas mudanças na estrutura do futebol nacional ficava mais clara, mas com todas as partes majoritárias na zona de conforto, nada acontecia. Depois de o presidente Bolsonaro assinar a MP do Flamengo”, atingindo em cheio o monopólio das transmissões do futebol pela Rede Globo, existe a expectativa de que algo novo possa acontecer, com repercussão em todos os demais estaduais pelo país.
Pelo que se sabe, a Globo já andava insatisfeita há bastante tempo com o modelo dos estaduais, o único produto deficitário de seu case, então aproveitou o imblóglio com o Flamengo e a Federação Carioca para pular fora do barco, o que deixou os demais dirigentes das federações espalhadas pelo país com a pulga atrás da orelha.
Dentro dessa nova ótica, o calendário do futebol nacional passaria a ter o Brasileirão das Séries A e B com 10 meses de duração, como ocorre nos grandes centros da Europa, empurrando os Estaduais e seus jogos desinteressantes para as datas menos importantes, mas ainda sem uma definição de como isso irá ocorrer.
FIM DE PAPO
A situação do Cruzeiro no Campeonato Mineiro (5º colocado, 14 pontos ganhos, quatro vitórias e dois gols de saldo) não é nada confortável. O time vai precisar vencer os dois jogos que lhe restam na primeira fase, domingo (26), 19h, contra a URT, no Mineirão, e depois um confronto direto com a Caldense (4º colocado, 17 pontos ganhos, cinco vitórias e seis gols de saldo). A veterana” do sul de Minas está com a faca e o queijo nas mãos, pois vai jogar em Juiz de Fora no domingo contra o esfacelado e virtualmente rebaixado Tupinambás, e se vencer ficará muito perto da vaga na semifinal.
O técnico Enderson Moreira e todos no Cruzeiro dão a entender que já jogaram a toalha no Campeonato Mineiro. Com isso, a Série B do Brasileiro virou prioridade absoluta, pois as chances de se classificar também na Copa do Brasil são improváveis. Afinal, os celestes perderam o jogo de ida no Mineirão, por 2 x 0, para o CRB de Alagoas, e agora terá de reverter a vantagem fora de casa, para isso tendo que fazer três gols no campo adversário.
A liberação do goleiro Michael, emprestado por um ano ao Paços de Ferreira, de Portugal, coincidiu com o desacerto do goleiro Éverson com o Santos (SP). O jogador entrou na justiça pedindo a sua liberação, devido ao atraso de salários e outras obrigações trabalhistas pelo time paulista. Não será surpresa se Éverson, a exemplo de Rafael, que também chegou ao Galo numa situação parecida com o Cruzeiro, desembarcar na Cidade do Galo nos próximos dias. Sampaoli foi quem o indicou ao Santos e, se ele vier mesmo para o Atlético, o técnico argentino terá à sua disposição no elenco dois goleiros com habilidade de jogar com os pés.
A política tradicional e o futebol não deviam se misturar, pois quando isso acontece, mais dia menos dia, acaba em confusão. O Atlético vive um momento especial, sua torcida está feliz com os investimentos altíssimos feitos em contratações e a construção do estádio do clube, mas de repente, o trem alvinegro periga descarrilar por conta disso.
Com as duas eleições - a que vai escolher prefeito e vereadores e a que vai eleger a nova diretoria do clube - coincidindo em dezembro, personagens que já remaram no mesmo barco e na mesma direção agora estão em lados opostos. Seria bom que a bandeira branca fosse levantada, abafando o barulho que só traz prejuízos ao clube, mas o ego inflado da maioria impede que algo neste sentido ocorra. (Fecha o pano!)
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