04 de setembro, de 2020 | 15:00

Se a hora é de diálogo, quem tem medo dele?

Celinho Sintrocel *

“Conclamo a todas as forças políticas do Vale do Aço a passarem por cima de divergências menores e se unirem em prol das liberdades e dos direitos de nosso povo”

Embora toda a população saiba, nunca é demais lembrar que o País passa por um momento crítico. A Pandemia do novo coronavírus pegou o Brasil em plena crise econômica e aprofundou as dificuldades já vividas pela população. Como se não bastasse o quadro dramático, os ataques às liberdades democráticas, a tentativa do extremismo reacionário de estreitar o regime político e a polarização política geraram uma crise institucional. O desfecho desta realidade ainda é imprevisível.

O Brasil passou dos 4 milhões de adoecimentos e das 124 mil mortes por covid-19. Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, Minas Gerais tinha, no dia 2 de setembro, 222.048 casos confirmados e 5.505 falecimentos. Dos casos, 13.474 estão na RMVA, que somou naquela data 289 óbitos.

Entre abril e junho, o PIB nacional teve uma queda recorde de 9,7%. Em relação ao 2º trimestre de 2019, a queda foi de 11,4%. Os dados do IBGE indicam que a economia brasileira entrou em recessão técnica e regrediu ao patamar do fim de 2009. Entre os vários segmentos, a maior queda foi na indústria (-12,3%), seguida por serviços (-9,7%), sendo que no comércio foi de 13% – exatamente os setores que sustentam a economia e o emprego no Vale do Aço.

A gravidade da situação exige responsabilidade e maturidade política. Longe das posições exclusivistas, partidárias e individuais, e de discursos oposicionistas inócuos e vociferantes, é preciso abandonar o internismo e abrir diálogos com todas as forças políticas que se comprometam a lutar para isolar e derrotar o obscurantismo, as ambições ditatoriais e o protofascismo.

É urgente colocar os interesses da população acima de tudo, a avançar para além de nós mesmos e buscar alianças com quem, mesmo pensando diferente nós, se disponha a construir um movimento amplo de reconstrução nacional, de nosso Estado e da nossa Região. E esteja aberto a contribuir na luta em defesa do regime democrático, de um auxílio emergencial de um salário mínimo até que cessem os efeitos da Pandemia, da retomada do desenvolvimento econômico-social e da geração imediata de emprego e renda.

Recentemente, quando forças diferentes se uniram, obtiveram conquistas para o povo. Por exemplo, na aprovação do Fundeb – que fortalecerá o ensino infantil e médio – e aprovação da ajuda emergencial de 600 reais – quando o Governo Federal pretendia que fosse de apenas 200 reais.

As eleições municipais estão aí e o processo eleitoral já tomou conta da agenda política. A cada dia que passa, aceleram-se os encaminhamentos para as eleições nos 5.570 municípios brasileiros – em Minas estarão em disputa 853 governos locais e a composição das respectivas câmaras dos vereadores. Ao contrário do que pensam alguns, as eleições municipais estão cada vez mais subordinadas aos impasses nacionais. As particularidades regionais e locais existem e devem ser levadas em conta. Porém, insisto: os interesses menores, particulares, partidários ou individuais, não podem sobrepor à urgência das múltiplas necessidades da população.

Por isso, conclamo a todas as forças políticas do Vale do Aço a passarem por cima de divergências menores e se unirem em prol das liberdades e dos direitos de nosso povo. Não podemos permitir que o extremismo protofascista finque raízes duradouras em nossa Região. De minha parte, como sempre é o meu feitio; estou aberto ao diálogo e não temo entendimentos com quem quer que seja.

Todos sabem dos meus limites e o meu compromisso com as classes trabalhadoras – mais uma vez, demonstrados na votação da chamada Reforma da Previdência do Estado. Lembro que além de garantir audiências públicas, o relatório que eu apresentei à Comissão de Trabalho e Previdência foi considerado “histórico” pelo dep. André Quintão e fui o único deputado estadual do Vale do Aço a defender os direitos dos servidores públicos.

Junto com o Bloco Democracia de Luta travamos o bom debate e soubemos dialogar amplamente para garantir algumas conquistas. Se quisermos garantir as liberdades e os direitos da nossa gente, fica o exemplo: firmeza de princípios e amplitude nas alianças.

* Deputado Estadual
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Comentários

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Tião Aranha

05 de setembro, 2020 | 19:35

“Está faltando mesmo é uma mobilização cultural em defesa da forma republicana sustentada pela independência e harmonia dos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - e no respeito aos direitos humanos. O problema todo é o Sistema: o rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre. Quem pertence à hierarquia do poder sabe bem distinguir pra que lado a bola está.”

Paulo

05 de setembro, 2020 | 12:35

“O momento é sério, todos os progressista devem se unir frente ao cenário que se desenha no país. Muitos companheiros pagaram com a vida e com a saúde, para alcançarmos os direitos que temos hoje. Não podemos deixar anos de lutas se perderem, por um projeto de populismo facista. Avante frente única.”

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