21 de dezembro, de 2020 | 16:00

Saga celeste

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
O Cruzeiro continua a sua saga na Série B, e volta a campo hoje diante da Ponte Preta, em Campinas, contra quem fez a sua melhor apresentação sob o comando de Ney Franco, no Mineirão, pela 12ª rodada do primeiro turno.
Naquele jogo, que encheu o torcedor celeste de esperanças, o time voou em campo e enfiou 3 a 0 na “Macaca”, mas não manteve o mesmo ritmo nos jogos seguintes, perdeu para Cuiabá e Sampaio Corrêa e empatou com o lanterna, o Oeste, o que acabou provocando a demissão do treinador.

Chegou então Luiz Felipe Scolari, o Felipão, experiente, respeitado por todos pelo seu currículo vitorioso, o que trouxe otimismo ao torcedor celeste, alarmado com a ameaça de rebaixamento à Série C.

Mas a esperança de conquistar o acesso ainda este ano caiu por terra com os altos e baixos do time, que não consegue se impor diante de adversários mais fracos, de pouca tradição, sobretudo nos jogos como mandante.
O Cruzeiro não cai mais, principal meta estabelecida pelo Felipão quando chegou ao clube, e isto é fato. Porém, o acesso ainda este ano à Série A é algo improvável, pois além de vencer os oito jogos que ainda lhe restam, teria de contar com tropeços dos adversários diretos.

Domingão osso
Eita! O domingão foi osso, anteontem, para quem só tem a opção da TV aberta por anteninha em casa e gosta de ver o seu time do coração jogar.
Foi duro de aturar um América x Chapecoense pela Série B, algo inédito em se tratando do Coelho no horário nobre da TV Globo, pois embora tenha hoje uma boa equipe e esteja bem na competição, praticamente classificado para a Série A, o Coelho tem um número irrisório de torcedores na capital e no interior mineiro.

Foi um bom jogo, que terminou empatado em 2 x 2, graças a um erro infantil do bandeirinha paulista, Anderson José de Morais, que inventou um impedimento no lance do terceiro gol que daria a vitória ao Coelho, já nos acréscimos da partida.
Não acredito em teoria de conspiração, como sugerem alguns colegas da crônica, embora não tenha sido a primeira vez, e também não será a última, que o América foi prejudicado pelos sopradores de apito.

A choradeira da diretoria e do técnico Lisca é compreensível, mas soa como sentar em cima do próprio rabo, já que deveriam ter pressionado e forçado a CBF a gastar um pouco mais, implantando o VAR também na Série B, pois mesmo com as atuais deficiências, com ele certamente teria sido evitado o escandaloso vacilo do bandeirinha, um erro que alterou o resultado da partida.

FIM DE PAPO
• Também não entra na minha cabeça a obsessão do América para conquistar o título. A Série B é horrorosa, sendo que o ganhador do título não leva nada mais do que uma vaga na Série A, o mesmo que é destinado ao quarto colocado. A prioridade do Coelho deveria ser a disputa com o Palmeiras, que começa amanhã, em São Paulo, valendo vaga na final da Copa do Brasil, competição que distribui uma premiação milionária, com mais de R$ 50 milhões para o campeão, além de uma vaga na fase de grupos da Libertadores. Com o acesso à Série A praticamente já assegurado, deveria ter posto um time misto ou reserva contra a Chapecoense, para se concentrar exclusivamente na decisão de amanhã, no Allianz Park.

• O fato de ser mulher, baixinha, franzina, não tem tido nenhuma influência no belíssimo trabalho que vem sendo realizado pela árbitra Edina Alves Batista, hoje, com toda certeza, a melhor e a única que se salva nesse quadro caótico da arbitragem nacional. Esta paranaense de Goioerê, que completa 41 anos de idade no próximo dia 10 de janeiro, se impõe pela sua competência, sendo respeitada por jogadores, técnicos e dirigentes. Ela manda e todos obedecem, porque é boa de serviço.

• O torcedor atleticano, que só verá o seu time de novo em campo depois do Natal, no dia 26, sábado, diante do Coritiba, no Mineirão, ficou de secador ligado querendo um tropeço do Flamengo, mas não teve jeito. Até que Gabigol colaborou no início da partida, ao ser expulso infantilmente, mas mesmo com um jogador a mais o Bahia tomou dois gols. No segundo tempo, aproveitando um cochilo do rubro-negro, o Bahia virou a partida para 3 x 2 em 10 minutos, mas aí entrou em ação o técnico Mano Menezes, que, no seu estilo conservador, trocou atacantes por marcadores tentando segurar o resultado. E acabou levando a virada de 4 x 3 do Mengão, o que motivou, com um certo atraso, a sua própria demissão.

• A tendência foi então confirmada, e o Atlético terminou a 26ª rodada da Série A em 3º lugar, com 46 pontos, dois atrás do Flamengo, que ainda tem um jogo a menos, e sete pontos a menos que o líder, o São Paulo. Agora, ainda vê no seu retrovisor chegar o Internacional, em 4º lugar, com 44 pontos. Menos mal que o Grêmio só empatou com o Sport e estacionou nos 42 pontos, em 5º lugar. Os pessimistas dizem que o título já era, mas alguns otimistas ainda acreditam, pois faltam 12 jogos, 36 pontos a serem disputados. (Fecha o pano!)
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