28 de dezembro, de 2020 | 13:36
Beethoven: 250 anos do gênio da música
Florinda Cerdeira Pimentel *
Beethoven é considerado hoje um dos pilares da música clássica e sua obra marcou a transição entre os períodos Clássico ao Romântico, no início século XIX”Neste mês de dezembro, o mundo da música está em festa, pois celebramos os 250 anos de nascimento de um dos maiores gênios da história da música. Ludwig Van Beethoven nasceu em Bonn, reino da Prússia, atual Alemanha, em dezembro de 1770. Comemora-se seu aniversário no dia 17 de dezembro, pois foi o dia de seu batizado, mas não se sabe exatamente o dia em que nasceu. Filho de Johann e Maria Van Beethoven, teve sete irmãos e um meio irmão por parte de mãe.
Iniciou seus estudos de música em casa com o pai que era tenor na capela da corte e praticava piano e violino. Desde cedo demonstrou grande habilidade musical, porém seu pai severo o obrigava a praticar por muitas horas, inclusive o acordava pela madrugada para força-lo a estudar, com a intensão de torná-lo um novo Mozart”. Com oito anos de idade, os estudos de Beethoven foram confiados ao mais importante mestre de cravo da colônia, Chrintian Neefe, que não aceitava os improvisos do garoto, pois possuía um método de ensino musical bastante sistemático.
Apenar de não ter um estudo musical muito aprofundado, Beethoven aos dez anos de idade já dominava toda obra de Johann Sebastian Bach e com onze anos já escrevia composições e era considerado o novo Mozart da sua geração.
Em 1787, Beethoven vai para Viena estudar, mas retorna logo devido ao falecimento de sua mãe. Em 1789 se inscreve então na Universidade de Bonn para cursar letras e lá tem contato com pensadores iluministas que o fazem despertar para os seus ideais revolucionários, inspirando-o a escrever obras como as Sinfonias nº 3 e a famosíssima 5ª. Aos vinte e um anos retorna a Viena definitivamente e lá passa a ser aluno de Haydn. Alguns autores afirmam que neste período o jovem chegou a conhecer Mozart um pouco antes de sua morte e que o próprio Mozart disse: Fiquem de olho nele; um dia ele vai dar o que falar ao mundo”. (MORRIS, p.45)
Beethoven é considerado hoje um dos pilares da música clássica. Sua obra marcou a transição entre os períodos Clássico ao Romântico (Início século XIX).
Sua maior inovação e considerada sua grande obra prima foi a Sinfonia n. º 9 em ré menor, op. 125, incorporando pela primeira vez junto à orquestra, a participação de um grande coro em uma obra sinfônica, executando parte do poema An die Freude ("À Alegria"), uma ode escrita por Friedrich Schiller, com o texto cantado por solistas e um coro em seu último movimento.
Beethoven quando compôs a nona sinfonia já estava completamente surdo, mas como é possível? A resposta está na sua genialidade e grande conhecimento musical. Beethoven, mesmo sem ouvir, conhecia muito bem todas as sequências harmônicas e melódicas necessárias para criar a obra que até hoje assombra, instiga e encanta a todos, desde a sua primeira apresentação.
Neste ano tão difícil em que fomos assolados por uma pandemia, o sentimento de tristeza que nos pesa devido às perdas que sofremos é inevitável, ainda mais com a chegada das festas de fim de ano, porém, ainda nos resta um sentimento de esperança que nos são trazidos pelos versos de Schiller, grandiosamente pela música do nosso grande gênio Ludwig van Beethoven. Nunca a Nona Sinfonia nos foi tão necessária.
Obrigada Mestre, Feliz 250 anos!
"Escuta, irmão, a canção da alegria: O canto alegre de quem espera um novo dia. Vem! Canta, sonha cantando, vive esperando um novo sol. Em que os Homens voltarão a ser irmãos".
* Especialista em Educação Musical e professor a da área de Linguagens Cultural e Corporal no curso de Licenciatura em Música do Centro Universitário Internacional Uninter
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