
13 de fevereiro, de 2021 | 13:00
Torcida enfurecida
Fernando Rocha
O torcedor do Galo está cada vez mais enfurecido com o técnico Jorge Sampaoli, situação que se agravou ainda mais após as derrotas para Vasco da Gama e Goiás, dois virtuais rebaixados, além do empate com o Fluminense na última rodada, que impediram o time de chegar à ponta da tabela.Um alto investimento foi feito na contratação de reforços e o Galo de Sampaoli precisou se concentrar apenas no Campeonato Brasileiro, com semanas inteiras para treinar, enquanto seus principais rivais se esfolaram disputando várias competições ao mesmo tempo.
Além de tudo, o alvinegro teve nesta reta final uma sequência de jogos "teoricamente" mais fáceis, porém, escorregou no tomate, jogando fora a chance de brigar com os principais rivais pelo título que persegue há quase meio século.
A ira da torcida é justificável, uma vez que o time soberbo criado com milhões de reais investidos pelos mecenas do clube poderia render muito mais, porém, tornou-se inconfiável e não convence a ninguém.
Temporada maluca
Faltando três rodadas para o Brasileiro 2020 acabar, ainda não se pode cravar quem será o campeão, por se tratar do mais atípico e maluco campeonato de todos os disputados desde a implantação do sistema de pontos corridos, em 2003.
Não vou me assustar se hoje o Internacional perder para o desesperado Vasco de Vanderlei Luxemburgo, ou se o Flamengo não conseguir derrotar o imprevisível Corinthians. Neste cenário, caso o Atlético tenha vencido o Bahia ontem, no Mineirão, e o São Paulo, que ainda tem um jogo a menos, ganhe hoje do Grêmio, em Porto Alegre, ambos entrarão novamente na luta pelo título.
Em meio a tanta irregularidade e tantos resultados inesperados que temos visto, eu acho mais provável que o título só seja decidido na última rodada, até porque Neném Prancha, filósofo do futebol e folclórico treinador nos anos dourados do Rio de Janeiro, da década de 1960, já dizia: O jogo só acaba quando termina”.
FIM DE PAPO
Vale lembrar que, há bem poucos dias atrás, todos pensavam que o Brasileirão já estava decidido a favor do São Paulo, que chegou a abrir sete pontos para o segundo colocado. Na época, o treinador Fernando Diniz passou a ser endeusado e comparado a Guardiola, Jürgen Klopp e outros técnicos menos votados da Europa. Mas aí o tricolor paulista teve uma queda brusca, despencou na tabela e o treinador acabou sendo defenestrado. Enfim, a carruagem virou abóbora da noite para o dia.
A partir disso foi o Internacional que começou a subir, dirigido por um ex-treinador em atividade”, Abel Braga, alcançando uma impressionante sequência de vitórias e uma vantagem de quatro pontos para o Flamengo. Parecia então que a taça do campeão seria colorada, o que não acontece desde 1979, mas o Internacional também tropeçou, dando chances não só ao Flamengo, mas também ao Galo, de se aproximar e ameaçar o líder. A conclusão é que este Brasileirão tornou-se uma autêntica montanha russa de emoções, e por isso não me arrisco neste momento a fazer previsões.
Certo mesmo é que, seja lá quem for o campeão, não poderá ser alçado a um patamar superior em relação aos demais postulantes, como ocorreu com o Flamengo de Jorge Jesus, em 2019. Esta temporada ficará marcada para sempre pela pandemia do coronavírus, tornou-se a mais atípica e mais tresloucada entre todas as que vimos na história do futebol brasileiro.
Esta, entretanto, é a minha visão de crítico, não do torcedor que deseja mesmo é ver o seu time campeão, não importando de que forma ou se o campeonato foi assim ou assado, ainda mais por se tratar do Brasileiro, a mais importante competição do nosso calendário. De minha parte, ficarei aqui nos nossos grotões, olhando para a minha bola de cristal quebrada, dizendo apenas aquela tão famosa frase do filósofo Sócrates: Só sei que nada sei”. (Fecha o pano!)
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