11 de agosto, de 2021 | 13:48
Autismo: conhecer para acolher
Daniel Guedes *
Não há características físicas que identifiquem o autismo, fazendo com que a observação comportamental seja necessária para identificar um autista”Nesta semana, mais uma turma da rede municipal retorna às aulas presenciais, depois de mais de um ano longe das salas devido a pandemia da covid-19. Se para a maioria das mães há uma preocupação relacionada à adaptação dos seus filhos para o convívio com outras crianças, os receios são ainda maiores quando se tem filhos com necessidade de atenção especial, como é o caso das mães de autistas.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno que prejudica o neurodesenvolvimento das crianças, trazendo dificuldades cognitivas e de interação social. Por se tratar de um espectro, pessoas no TEA possuem características específicas, fazendo com que suas limitações não sejam uma unanimidade. Além disso, não há características físicas que identifiquem o autismo, fazendo com que a observação comportamental seja necessária para identificar um autista.
Apesar de não ser uma deficiência, mas um transtorno, o autista é considerado um deficiente para fins legais, por meio da Lei Federal de número 12.764/2012 e da Lei Municipal 4.138/2021, de nossa autoria, sancionada em março pelo prefeito Gustavo Nunes. Assim, autistas têm direito a atendimento preferencial, a benefícios como BPC e isenção de impostos para compra de automóveis.
Outra garantia das Leis aos autistas é o acesso à educação, sem distinção entre eles e as crianças neurotípicas. Isso quer dizer que não pode ser negado às crianças com TEA uma vaga nas creches e escolas, além de terem direito à presença de um auxiliar de educação especial em sala de aula, para acompanha-lo durante todo o período letivo. O papel desses profissionais é dar suporte às professoras e contribuir para uma melhor interação da criança autista com os demais colegas de sala.
É neste ponto em que aumentam as inseguranças das famílias dos autistas. Devido, principalmente, à falta de informação e conhecimento, muitas crianças não recebem o suporte que precisam e a sua vida letiva acaba se tornando uma sucessão de problemas para que as famílias resolvam. Por isso, é tão fundamental falar sobre autismo, entender os direitos das pessoas com TEA e conhecer as especificidades do transtorno para que os autistas e suas famílias sejam acolhidos e bem-vindos em todos os espaços principalmente o ambiente escolar, tão importante para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
* Pscicólogo e pai de autista
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