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21 de outubro, de 2021 | 14:20

Sem surpresas e sem desculpas

Ronaldo Soares *

Ontem foi apresentado o relatório final da CPI da Covid-19, O presidente Jair Bolsonaro foi apontado como um dos principais responsáveis pelo agravamento da pandemia de coronavírus no país.

O texto do relator Renan Calheiros (MDB-AL) sugeriu que o presidente seja investigado e responsabilizado por nove crimes — entre eles, os previstos no Código Penal, com pena de prisão e/ou multa, por crimes contra a humanidade e crimes de responsabilidade, que podem resultar em impeachment.

O trabalho da CPI ratificou o óbvio. O problema é que, o óbvio, no Brasil, vai se esconder em narrativas. Sabe por quê? porque a política está acima das vidas.

A vida das pessoas virou uma bola que o presidente joga no colo dos governadores e prefeitos além de ficar escondendo suas responsabilidades em uma fake News criada por ele mesmo, a qual o Supremo Tribunal Federal, STF, o impediu de agir. Caso isso não acontecesse, certamente teríamos números ainda mais assustadores que os mais de 600 mil mortos.

A questão é que daqui há 40, 50 anos quando os livros de história estiverem contando o que aconteceu nesse país, pouco a gente vai assumir que teve responsabilidade nisso. Quiseram expurgar o Lulopetismo colocando um presidente que não enganou ninguém, que já demonstrava todas as suas facetas antes mesmo de se candidatar. Gente que esqueceu da sua visão quanto a tortura, mulheres, negros, indígenas e homossexuais para garantir que acabaria com a corrupção no país. Essa gente não pode se justificar como enganada e arrependida.

O Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), eleitor de Bolsonaro no último pleito, em entrevista ao portal UOL, perguntou: Vamos culpar todos que votaram em Bolsonaro? Infelizmente, sim. Bolsonaro não enganou ninguém e quem o comprou sabia que viria o pacote completo.

Quanto às consequências, talvez políticas, talvez lhe sejam cobradas, se a mídia não deixar cair no esquecimento nesse exato um ano que falta para novas eleições.

Quanto às consequências penais, bobagem! O procurador geral da República, Augusto Aras, que teria a missão de indiciá-lo pelos crimes elencados no relatório da CPI vendeu sua alma, na expectativa de ser indicado a ministro do STF.

Aras não fez e não fará nada para desagradar o presidente. Muito menos o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), que tem constitucionalmente a decisão monocrática de abrir ou não um processo de impeachment. Ele e os deputados do Centrão, bloco parlamentar formados por pequenos partidos entre eles PP, PL, PR, PROS e PTB já passaram recibo dos 30 bilhões em emendas que receberam do governo por meio do orçamento Paralelo. Até 2022, Brasil!

* Consultor, comentarista e articulista

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