01 de fevereiro, de 2022 | 21:30
Será possível?
Nena de Castro *
Enquanto aprecio o pôr do sol no calçadão de Meaípe, naquela hora em que mar e nuvens se confundem, começo a pensar na chatice desse mundo: há um patrulhamento indigno, nojento, algumas pessoas saem atirando a torto e a direito, sem analisar, sem fundamentos mais profundos do que o ódio. Esquecem-se que na obra de ficção, o eu lírico” não representa o que pensa o autor.
Ai, mi saquito, essa controvérsia em torno de "Com açúcar, com afeto" de Chico Buarque, me deixou um amargo na boca, um travo de impotência ante tanta ignorância e disse-me-disse.
Ponderei ontem que está difícil viver e, conversar nem se fala, a gente pode estar ofendendo alguém, pisando nos calos de uns e outros, vide a polêmica do criado-mudo, a do verbo "judiar" que remete a toda judiação feita aos judeus, ai, que coisa! É muita patrulha, é um festival de bestagem.
De repente, a internet virou terra de faroeste, disparos de fuzil - palavras nos atingem, lembro de Humberto Eco dizendo que o bom da internet é que deu voz a todos e o problema dela é que deu voz a todos. Afe!, lutamos tanto contra a famigerada censura e agora há censores por toda parte. Começa assim, depois vem a queima dos livros, depois...Pai, afasta de nós esse cale-se. E nada mais digo!
* Escritora e encantadora de histórias
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Tião Aranha
02 de fevereiro, 2022 | 15:32?. O importante é espalhar a confusão, não eliminá-la. Grande Salvador Dali. Risos.”