04 de outubro, de 2022 | 14:00

O que fazer contra os perigos de fraude nas compras online

Maria Cristina Diez *


O e-commerce é, definitivamente, um mercado consolidado em todo o mundo. Os números que apontam para essa realidade chegam a impressionar. Só no Brasil, o faturamento no ano passado alcançou os R$ 161 bilhões. A informação é da Neotrust, empresa que monitora o comércio digital no país. Ainda de acordo com o levantamento, o crescimento foi de 26,9% em relação a 2020. Isto levou a 353 milhões de entregas em 2021.

Esse aquecimento bem que poderia ser motivo apenas de comemoração do setor, não fosse por um detalhe: no universo digital, os casos de fraudes parecem superar de longe a esteira positiva da economia. Em toda a América Latina, as operações fraudulentas nos sites de compras foram 97% maiores do que as verificadas na América do Norte. Quando comparadas com a Ásia e com os países do Pacífico, os índices foram 222% mais altos. Os dados são da Stripe, no recorte 2019-2022.

Os perigos no e-commerce são vastos porque há muitos setores envolvidos. Além do cliente, que tem seus dados armazenados no site de compras, também estão envolvidos no negócio o vendedor, o fornecedor e o banco ou a operadora do cartão de crédito. Por isso, é necessário criar um protocolo de segurança bastante amplo, que resguarde de todas as formas possíveis os riscos de ataque.

“É necessário criar um protocolo de segurança
bastante amplo, que resguarde de todas as
formas possíveis os riscos de ataque”


De modo geral, o sistema de proteção mais usado na etapa de onboarding do site tem sido a autenticação em mais de um ou até de dois fatores, condicionando a efetivação do pagamento a outros meios externos ao site. Por exemplo, através do uso de confirmação de código via SMS ou e-mail, que chega unicamente ao dono dos dados.

Mas há outros percursos ainda mais ousados para combater a fraude no e-commerce. O uso da biometria facial também oferece condições amplas de garantir que o acesso à conta do comprador, onde podem estar armazenados inclusive os dados do cartão de crédito e débito, seja feito pelo próprio usuário. Uma das vantagens de se recorrer a soluções tecnológicas é que ele dispensa a aplicação de novos autenticadores, concentrando todas as conferências numa única etapa.

E esse, aliás, é um desafio extra para os sites de e-commerce dispostos a combater as fraudes. As tecnologias empregadas devem dar ampla proteção aos envolvidos nas operações, mas ao mesmo tempo não podem prejudicar a navegabilidade do site nem tampouco promover dificuldades adicionais para que o usuário de fato execute a compra. Por isso, o tempo de resposta das ferramentas de segurança deve ser, de fato, bastante preciso.

Vale destacar também que o fraudador não necessariamente se resume ao falso comprador. O cliente também está sujeito a deparar com sites construídos para enganar pessoas e obter dinheiro e dados indevidamente. A solução, nesse caso, passa pelo cuidado que os clientes devem ter com os dados e a suspeição em caso de dados e links excessivos. É importante informar-se sobre a fonte e ter garantias de que a compra só será paga mediante a entrega do produto. Comprar no ambiente digital é excelente negócio para todo mundo, mas a (auto) proteção tem de ser altamente rigorosa.

* Diretora comercial e de marketing da Most Specialist Technologies - [email protected] most.com.br

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