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16 de novembro, de 2022 | 15:00

Um grito de socorro, antes que seja tarde...

Nena de Castro *

Em 10 de novembro de 1938, ocorreu na Europa a Kristallnatch, ou Noite dos Cristais, marco inicial da violenta perseguição dos nazistas aos judeus. Sinagogas foram incendiadas, edifícios destruídos, casas e lojas quebradas...Cerca de 100 judeus foram mortos, mais de mil sinagogas destruídas, milhares de cemitérios, casas e escolas judaicas foram vandalizadas na Alemanha, Áustria e na região dos Sudetos da Tchecoslováquia. Soldados nazistas e a milícia paramilitar, “os camisas pardas” e alguns idiotas civis, incentivados pela corrente de ódio antissemita que grassava pela Alemanha, foram os autores. Embora o regime atribuísse falsamente o ataque a “uma explosão espontânea de violência”, fotos que estavam em poder de um judeu americano que participou da guerra, doadas recentemente por sua família ao memorial Yad Vashenm, provam que o exército nazista participou efetivamente da violência. No dia seguinte, 30 mil cidadãos judeus foram detidos e a maioria foi levada para os campos de concentração de Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen...O resto você já sabe, ou caso contrário, procure conhecer o que foram as atrocidades nazistas contra os judeus, ciganos, negros, homossexuais e minorias afins.

É tudo tão atroz, tão covarde, tão irracional, que chegamos a duvidar se foram mesmo seres humanos que perpetraram tais barbáries contra seus semelhantes.

“Aterrorizada, vejo com apreensão as
notícias de que alunos de colégios
brasileiros fazem apologia ao nazismo”


A estupidez humana não tem limites. E aterrorizada, vejo com apreensão as notícias de que alunos de colégios brasileiros fazem apologia ao nazismo, como os estudantes do colégio Porto Seguro de Valinhos – SP, que fundaram um grupo de Whatsap contra o petismo e se intitularam “neonazistas do Porto”. Em Presidente Prudente-SP, um estudante se fantasiou de Adolf Hitler na festa do Halloween da sua escola e isso aconteceu também em Aracaju, no Sergipe. Uma frase de Hitler foi colocada por um aluno no anuário da colégio Avenues, o mais caro da capital paulista.

As escolas pediram desculpas, os anuários foram recolhidos, 8 alunos foram expulsos do Porto, mas isso é preocupante. A antropóloga Adriana dias afirma que esses jovens estão respondendo a uma narrativa social nazista e hitlerista construída pelo Inominável nesses 4 anos. Suas pesquisas provam que o número de células neonazistas no brasil saltaram de 75 para 530 de 2015 a 2021. Isso cria uma narrativa social que usa do ressentimento, do machismo e do racismo que cria o antissemitismo estimulador de tais aberrações.

Valha-nos Deus! Ocorreu até no Colégio Israelita em São Paulo, um episódio no tik-tok, três alunas se manifestando contra quem apoiou o candidato eleito e contra nordestinos. A instituição se desculpou junto aos ofendidos, mas isso é muito preocupante!

O historiador Michel Gherman, especialista no Holocausto, lembra necessidade de uma educação antifacista sem vinculação só com extermínio, campos de concentração, tragédias: é bom lembrar sempre que Hitler não chegou ao poder citando câmaras de gás. Ele chegou com discursos de ódio. E nada mais digo a não ser: SEMEEMOS O AMOR, ENSINEMOS AOS JOVENS A VERDADE! É mais feio do que parece, ABRE O OLHO, BRASIL!

* Escritora e encantadora de histórias

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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

17 de novembro, 2022 | 15:18

“Caríssima Nena, esqueceste de citar o exemplo do professor de História, da rede estadual de Santa Catarina.”

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