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22 de novembro, de 2022 | 15:00

De teseu, copa e livros...

Nena de Castro*

Dia! Feliz terça-feira, meus cinco leitores. Hoje estava pensando em Teseu. Num sabe quem é? Era um rapaz bonito, filho do rei Egeu de Atenas e foi criado pela mãe e avô longe da cidade governada pelo pai. Quando completou 16 anos, sua mãe contou-lhe quem era e levou-o até uma grande pedra, dizendo: "Sob esta pedra estão escondidos uma espada e um par de sandálias, colocadas há muito tempo pelo seu pai. Quando você for forte o suficiente para levantar a pedra, você deve colocar a espada na cinta e as sandálias em seus pés e ir para Atenas para reivindicar o lugar do príncipe da cidade. Você vai tentar levantar a pedra agora?"

Sem uma palavra, Teseu tirou os fones de ouvido, guardou o celular, colocou o ombro na rocha e, usando toda a sua força, rolou-a do lugar. A mãe percebeu que tinha valido a pena tê-lo obrigado a tomar Emulsão de Scott todo dia. Então ele pegou a espada e as sandálias que encontrou na cavidade sob a pedra, e embora preferisse usar tênis de marca, preparou-se para partir em sua jornada ao reino de seu pai.

Naqueles dias passados, tal e qual atualmente, uma viagem por terra era muito perigosa por causa dos ladrões e feras que poderiam atacar o viajante; além disso, Teseu ainda era apenas um rapaz; então sua mãe e seu avô pediram que ele fosse para Atenas por mar. Teseu não quis ouvi-los, pois queria tomar o caminho mais difícil e provar ser realmente tão corajoso quanto ele achava que era. Colocando os fones de ouvido para ouvir “Acorda Pedrinho” ele partiu por terra e, antes de chegar a Atenas, teve quase tantas aventuras quanto Hércules. Deu um castigo exemplar ao ladrão Procustes, enfrentou umas onças bravias e continuou seu caminho. Chegou a uma encruzilhada e tomando o caminho da direita, acabou entrando nas rodovias do Brasil. Ficou muito espantado ao ver umas pessoas vestidas de verde-amarelo, gritando e esbravejando e, ao mesmo tempo, comendo um churrasco delicioso e bebendo um líquido amarelo. Cansado, resolveu parar e saber a causa da festa, seria adoração aos deuses? Quis saber, explicaram lhe que o que era já não era mais, pois perdera a eleição. Teseu não entendeu bem, perguntou se estavam procurando no lugar certo, tinha sido ali que a tal fora perdida? Podiam também invocar a Deusa dos Perdidos e Achados de sua terra, ela era supimpa para encontrar coisas, disse entusiasmado! A turba se zangou, ficou agitada, espumando de ódio e já iam dar um pau nele, que imediatamente chamou o uber do deus Hermes e sartou de banda para continuar sua jornada, pensando que preferia enfrentar o Minotauro do que aqueles malucos.

E mudando de pau pra cavaco, não achei graça nenhuma na exibição daquele rapaz que não tem os membros de locomoção inferiores na abertura da copa no Catar. Se eles estavam querendo mostrar que são muito bonzinhos e coisa e tal, perguntem às mulheres e minorias como são tratados no país, na crueldade da ditadura que só faz o que lhe interessa. Afeeee! A Copa jamais devia ser no tal país, mas o dinheirinho rolou, sacumé, né? Ainda bem que lavei a alma, participando da Tenda Literária em Timóteo na semana passada, ainda bem que existem crianças e livros. E doidinhos como Bruno Minafra, que acredita no poder das letras iluminando o mundo. Abaixo as ditaduras, viva a Leitura e que a LIBERDADE ABRA AS ASAS SOBRE NÓS, SEMPREEEE! (E nada mais digo)

* Escritora e encantadora de histórias

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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

22 de novembro, 2022 | 16:56

“Maravilhosa! Parabéns! Obrigado!
Adorei este seu Teseu. Tomar à direita, no Brasil ou na Europa, é sempre muito arriscado.
Nos últimos quatro anos só estou adorando os deuses Dionísio e Baco.”

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