02 de março, de 2023 | 14:33
MPMG denuncia sargento reformado por homicídio contra advogado, em Ipatinga
Reprodução
Anderson Clayton Nunes Ferreira estava ameaçado de morte e tinha pedido à Justiça medida protetiva contra o ex-sogro, que o assassinou a tiros na manhã de 15/2

O policial militar reformado, Joel Pereira dos Reis, de 65 anos, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por homicídio praticado contra o advogado Anderson Clayton Nunes Ferreira, de 38 anos, na manhã do último dia 15 de fevereiro. O crime foi praticado no centro de Ipatinga, nas proximidades da Estação Memória, como acompanhou o Diário do Aço na época dos fatos.
Conforme a denúncia a denúncia do MPMG, por volta das 7h30, Anderson caminhava pela rua Belo Horizonte, quando foi surpreendido pelo acusado. Agindo livre, voluntária e conscientemente, por motivo torpe, com emprego de meio que resultou perigo comum e com recurso que dificultou a defesa do ofendido, Joel matou o advogado a tiros”, descreve a denúncia do MP.
A vítima caminhava na calçada da rua Belo Horizonte, sentido inverso ao fluxo de veículos, possivelmente seguindo para o escritório dele localizado nas proximidades. O advogado parou ao notar que o ex-sogro vinha em sua direção e, imediatamente, tomou a iniciativa de pegar o celular para filmá-lo e registrar o fato, pensando que se tratava de uma intimidação. Todos esses fatos estão registrados por gravações de câmeras de segurança.
O militar aposentado sacou sua arma de fogo, um revólver calibre 38, e correu em direção a Anderson. O advogado tentou fugir, mas tropeçou e caiu. Neste momento, o denunciado conseguiu se aproximar e efetuou o primeiro disparo em direção à vítima, acertando a região do tórax.
Com o seu alvo prostrado no chão, o denunciado efetuou um segundo disparo, atingindo o lado esquerdo da cabeça do ofendido. Após a fria execução do crime, o executor fugiu do local pela rua Montes Claros, sendo localizado e preso pela Polícia Militar nas proximidades do hipermercado Bretas.
O idoso ainda portava a arma de fogo utilizada no homicídio. Evidenciou-se, segundo as investigações da Polícia Civil, que o crime foi praticado por motivo torpe, na medida em que o denunciado matou o ofendido por não aceitar que ele obtivesse a guarda de seu neto”, conforme a denúncia do Ministério Público.
O promotor de Justiça, Jonas Junio Linhares Costa Monteiro indicou na denúncia que Joel ficou insatisfeito com o advogado na busca de medidas judiciais que determinavam a convivência entre a vítima e a criança. Constatou-se, ainda, que a empreitada criminosa foi executada com emprego de meio de que resultou perigo comum, já que se efetuaram disparos de arma de fogo em via pública na região central desta cidade, em horário em que a população ordeira sai para trabalhar e na presença concreta de dezenas de pessoas”.
Já publicado:
Em audiência de custódia, Justiça determina que assassino de advogado permaneça preso
Reprodução de vídeo
Joel Pereira dos Reis tem 65 anos e está preso desde o dia do crime, praticado na rua Belo Horizonte, no Centro de Ipatinga

Culpa acentuada
Além destas qualificadoras, o MPMG indicou que o homicídio foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido. Ele foi surpreendido pelo executor quando se deslocava para o seu local de trabalho. Não podendo imaginar, portanto, que seria assassinado em plena luz do dia pelo seu ex-sogro e avô de seu filho. Tanto é verdade que sua primeira reação após ver seu desafeto foi sacar o aparelho celular para filmar uma possível ameaça para só depois, ao perceber o autor com uma arma de fogo em mãos, fugir em desabalada carreira”.
Para o promotor, o executor revelou o dolo intenso ou culpabilidade acentuada, em razão da busca incessante do autor pela vítima. Ainda, teria premeditado e agido com frieza ao elaborar toda trama. As investigações revelam que o acusado, que mora em Joinville/SC, deslocou-se até Ipatinga no mês anterior, a pretexto de realizar tratamentos odontológico e oftalmológico e resolver problemas burocráticos.
Todavia, continuou no município mineiro durante todo o período de permanência da criança com o pai, aguardando o retorno dela para Joinville para cometer o crime, dias depois. Por fim, cumpre destacar que criança (filho do advogado) se encontra, agora, privado da companhia paterna, e crescerá com a lembrança do trágico fim do seu genitor causado por seu avô”.
As investigações indicaram que a arma usada no crime é ilegal. O sargento reformado, segundo suas declarações, possuía o revólver desde meados de 1993, mas a arma não possui registro, inclusive, veio com a arma desde a cidade de Joinville para o Vale do Aço.
Jonas, no fim do relatório, pede que a Justiça acate a denúncia e que o autor confesso do crime seja condenado pelo assassinato, além de reparar os danos materiais e morais causados pelo homicídio. O sargento reformado encontra-se atualmente recolhido em uma cela no 26º Batalhão de Polícia Militar, em Itabira. Apesar de ser reformado (aposentado), a lei assegura o direito a prisão especial em uma unidade policial.
Separação e litígio
Clayton Nunes Ferreira estava separado da esposa, filha do militar da reserva, havia mais de dois anos. Ela mudou-se com os pais para Santa Catarina e a distância do filho incomodava o advogado, que ingressou com uma ação judicial para ter assegurado o direito de ficar com o filho, um menino que hoje tem nove anos.
Também consta no processo a transcrição da conversa entre pai e filho e a criança deixa claro que tinha preferência em ficar com o pai em Ipatinga. O advogado já tinha explicado que, em razão dessa disputa judicial, sofrera ameaças de morte por parte do ex-sogro e, em razão disso, tinha ingressado com pedido de medida protetiva, que determinava o afastamento do agressor.
Atribui-se a isso o fato de, na manhã de 15/2, ao ver o ex-sogro na mesma calçada onde passaria, o advogado quis registrar a prova com um celular, mas, logo em seguida foi morto a tiros.


Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Jakson
05 de março, 2023 | 13:06Meus parabéns ao doutor Jonas homem íntegro e sério faz valer a justiça seja quem for que cometeu crime,e meus parabéns ao jornal diário do aço jornal serio”
Ao Coringa
05 de março, 2023 | 09:36Caro Coringa, na cabeça de homicida ele quis "beneficiar" a filha dele que não vai perder ou dividir a guarda do filho e ainda vai administrar a herança do neto(filho da vítima). Ele já é um pé na cova que já era experiente nesse tipo de açao, então entregou o final de sua vida para apodrecer na prisão em troca de garantir o fim do litígio da filha que vai ter agora a guarda permanente do filho, bem como sua divisão de bens no divórcio e a herança do filho.”
Coringa
04 de março, 2023 | 08:11P.: Afinal...o q o velho puliça ganhou com a morte do genro? R.: Nada, além de problema. Quem de fato poderia se beneficiar com o crime executado?”
Marcos Olarindo
03 de março, 2023 | 17:56Talvez se o advogado tivesse porte de arma, ele não estaria morto. Se as armas fossem liberadas para os cidadãos de bem, esse verme homicida já teria se lascado faz tempo.
Enquanto não libereram as armas pra população, casos como esse em que um malfeitor com uma arma em punho faz o que bem entender, acontecerão cada vez mais.”
Pera
03 de março, 2023 | 15:29Quem conheceu o cabo Joel e morou em Belo Oriente sabe muito bem quem era. Um policial que estragou a farda, muito ignorante, se dizia ser crente no entanto, era um perseguidor de pastor e igreja. Lamento pela morte do advogado que infelizmente entrou na família desse sargento reformado omicida, talvez se a justiça investigar pode descobrir outras coisas (chacina de BO por exemplo). Algum momento da vida a casa pode cair pelos excessos dos erros da vida.”
Olho Vivo
03 de março, 2023 | 11:25Ao meu ver, não é razoável dizer que foi premeditado . Sua experiência de policial poderia coloca lo numa posição mais esperta, uma fuga bem planejada.
Pra mim, ele queria ser preso, ou não estava nem aí para a situação, típico de um comportamento de quem já estar hiper estressado, seu psicológico já estava além do limite, então dizer que agiu com planejamento, é prematuro.
OsR”
Verdade
03 de março, 2023 | 09:56Se trata de um matador treinado e pago pelo Estado.
Cabe agora ao Estado de MG cancelar a aposentoria do marginal(à margem da lei) aposentado.”
Ilma C
03 de março, 2023 | 08:45Quero parabenizar a equipe de jornalistas pelo profissionalismo referente ao caso do advogado Anderson Clayton. Diferentemente de outros, vocês investigaram o caso e não deram credibilidade as falácias de um criminoso assassino.”
Alessandra
03 de março, 2023 | 06:36Espero que a justiça seja feita e que este cara pague na cadeia por este crime cruel e covarde que cometeu .Anderson era um pai incrível,um filho maravilhoso e muito amigo sempre disposto a ajudar as pessoas. .ele não merecia isso”
Fabiano Lima de Azevedo
02 de março, 2023 | 20:12Fico pensando 65 anos,x anos de policia e nao aprendeu nada .so resta uma pergunta essa foi o primeiro assassinato covarde dele,ou sera que tem mais como policial, e ate bom o ministério público investigar, vai que essa arma ja foi usada pra matar outras pessoas, afinal muita gente foi morta no vale do aço, anos atras.e tudo atribuído a um policial, pelos modos operante”
Juquinha
02 de março, 2023 | 17:05Espero que esteja junto com outros bandidos na cela,para valer sua coragem sem uma arma.”
Justiça
02 de março, 2023 | 15:00Merece perder a aposentadoria do estado receber condenação máxima da justiça por todas as qualificadoras que foram empregadas nesse crime de comoção municipal e nacional já que foi divulgado em canais de rede nacional esse meliante é um criminoso como qualquer outro deveria ficar num presídio comum”