16 de abril, de 2023 | 06:00
Batata assando
Fernando Rocha
Os “milagres” vão ficando cada vez mais escassos no futebol, sobretudo, quando se trata de clubes que investem pouco na formação das equipes, como é o caso do Cruzeiro.
Pode até ser que o técnico português Pepa consiga fazer um ou outro prodígio, mas não acredito que, com o atual elenco limitado à sua disposição, tenha chance de fazer uma campanha sem sustos neste Brasileirão.
É verdade que, à exceção do Fluminense, nenhum outro time está praticando um futebol de encantar, mas Flamengo, Palmeiras, Atlético, Grêmio, entre outros, têm elencos suficientes para realizar boas campanhas e brigar por títulos.
No caso do Cruzeiro, com o atual elenco e sem contratar reforços de mais qualidade, a tendência é figurar do meio para baixo na tabela de classificação, algo que vai dar muita dor de cabeça à sua fiel e enorme torcida.
Muita incerteza
Somado o jogo de ontem contra o Vasco da Gama, já são 19 partidas na temporada do Galo sob o comando do técnico argentino Eduardo Coudet.
A coluna foi escrita antes desse jogo de estreia no Brasileirão, portanto, sem considerá-lo em minha análise. Mas, pelo rendimento visto nas 17 partidas anteriores, não vejo motivo para o atleticano sonhar com algo parecido com o ocorrido em 2021, quando o time comandado por Cuca ganhou quase tudo que disputou e jogando um futebol de primeira qualidade.
O Galo atual de Coudet não consegue empolgar a torcida nem quando vence, devido à insistência do treinador com um esquema tático que concentra as jogadas ofensivas pelo meio do ataque, sem criatividade no meio-campo, sem pontas para quebrar as linhas adversárias, embora tenha no elenco jogadores como Pedrinho e Pavón, com características para exercerem tais funções.
Já o sistema defensivo tem se mostrado bastante confuso, desde os erros e vacilos frequentes do goleiro Éverson até as deficiências na marcação dos zagueiros, o fraco apoio dos laterais ao ataque, aliado ao excesso de erros de passes nas saídas de bola.
Coudet mexe muito na equipe, quase sempre erra na escalação inicial e, mesmo quando Sampaoli delirava no comando, nunca se viu tanto rodízio de jogadores.
O pior de tudo isso é que ninguém sabe onde é que vai parar, pois a diretoria estabeleceu uma multa contratual milionária que ela não tem como pagar, caso queira demitir o treinador.
FIM DE PAPO
A derrota para o Náutico, na última quinta-feira, em Recife, pela Copa do Brasil, mostrou como o atual elenco do Cruzeiro é fraco. Até a metade do segundo tempo dominava a partida e perdia muitos gols, mas, a partir das substituições, o time caiu de produção, foi amassado pelo Timbu e sofreu o gol da derrota de 1 x 0 aos 43 minutos do segundo tempo. Vale lembrar que o Náutico disputa a Série C este ano, foi eliminado nas quartas de final da Copa do Nordeste e não conseguiu chegar sequer à semifinal do fraquíssimo Campeonato Pernambucano.
Apesar do ôba-ôba envolvendo políticos e torcidas organizadas, o imbróglio da Saf/Cruzeiro com o Mineirão continua sem solução em curto prazo, para que o time volte ao seu ninho normal. Apesar de negar, a Minas Arena, administradora do estádio, não abre mão de receber a dívida de quase R$ 30 milhões em repasses atrasados pelas diretorias anteriores, enquanto o Cruzeiro exige preferência de datas e maior exploração comercial.
As demissões na Rede Globo não param e, na última semana, atingiram em cheio profissionais de filiais nos estados, entre elas a Globo Minas. No esporte, uma das demissões de maior repercussão foi a do narrador e apresentador Jaime Júnior, que estava há 11 anos na casa, muito competente, além de ser gente boa demais da conta. Antes, Janete Mara Arcanjo, ex-árbitra ipatinguense que comentava arbitragem nas transmissões, havia sido demitida com o fim da Central do Apito.
Outros colegas da equipe nacional do Sportv, também, perderam o emprego, como o comentarista Maurício Noriega, que deixou a emissora após 21 anos, além do experiente repórter, Régis Rosing, o “Profeta”, demitido da Globo após 33 anos. Quanto ao Jaime Júnior, com quem trabalhei na Intertv, a exemplo do Cleber Machado, também demitido recentemente, seu celular já deve ter tocado com inúmeros convites para novos projetos, pois se trata de um dos mais promissores narradores de futebol da nova geração na tevê brasileira. Seja bem-vindo, novamente, amigo Jaiminho, ao mundo aqui fora. (Fecha o pano!)
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