30 de abril, de 2023 | 08:00
Boa escolha
Fernando Rocha
Sem considerar o que aconteceu ontem na partida contra o Bragantino, disputada no interior paulista pelo Campeonato Brasileiro, não há como deixar de elogiar o futebol que vem jogando o time do Cruzeiro, principalmente na dramática classificação obtida para as oitavas de final da Copa do Brasil.A vitória de 2 x 0 sobre o Náutico, com muito sofrimento, pois o gol salvador da classificação marcado por Richard só saiu nos instantes finais, não traduziu a superioridade celeste, que poderia ter goleado por cinco ou mais gols de vantagem.
Claro, é apenas o começo da temporada, mas esta evolução tão rápida do time comandado pelo português Pepa, com um elenco bastante limitado tecnicamente, não deixa de ser surpreendente.
Ao que me parece, o Cruzeiro acertou novamente na escolha do treinador. Só falta o dono, Ronaldo Fenômeno, tirar o escorpião” do bolso e investir em algumas peças de boa qualidade para compor o elenco, o que vai lhe garantir chegar mais longe do que ele e a torcida esperam no Brasileiro e Copa do Brasil.
Mexidão alvinegro
São muitos os questionamentos ao trabalho do técnico Eduardo Coudet, mas um deles, e que mais incomoda, sobretudo à torcida do Galo, trata-se das mexidas constantes na equipe, o que impede a formação de uma base titular.
Contra o fraco Brasil de Pelotas-RS na última quarta-feira (26), quando só conseguiu nos instantes finais a classificação, com o gol de empate marcado por Zaracho, as cenas manjadas desse filme se repetiram.
Depois do jogo as desculpas de sempre do treinador argentino, que criticou com razão o péssimo gramado, exaltou o fato de o Galo ter tido 67% de posse de bola, mas isso não quer dizer nada, por se tratar de um adversário muito fraco da quarta divisão nacional.
FIM DE PAPO
- São números assustadores a dívida total do Atlético, que chega perto de R$ 2 bilhões, contando com o que deve para construir a Arena MRV. A torcida nas redes sociais, sem saber e entender os detalhes técnicos dessa dívida monstruosa, tem expressado sua preocupação temendo cruzeirar”, ou seja, ir à falência como aconteceu com o seu maior rival. O grande problema é a chamada dívida onerosa” contraída junto a bancos, que obriga o clube a desembolsar cerca de R$ 200 milhões anuais só de juros.
- A transformação em SAF do Galo tornou-se mais do que uma necessidade, uma questão de sobrevivência. Se até o meio deste ano não concluir a negociação que vem mantendo com os investidores, a tendência será seguir o mesmo caminho do América e virar SAF, para ter um respiro em relação às dívidas, que atualmente crescem como uma bola de neve. Hoje, para fazer a roda girar, a diretoria faz empréstimos bancários todo mês pois a arrecadação não cobre as despesas.
- Pagar dívidas tem sido o grande drama do Atlético nos últimos tempos. Desde 2019, com o comando da atual diretoria, o clube pagou R$ 200 milhões só com processos na Fifa, R$ 100 milhões a empresários, R$ 80 milhões com fornecedores e R$ 60 milhões com dívidas trabalhistas. Se existe nisso tudo algo de positivo, ou fazendo do limão uma limonada, destes R$ 2 bilhões que o clube deve, a metade tem o empresário bilionário e mecenas do clube, Rubens Menin, como credor ou avalista. No fim das contas, se der xabú, a corda vai arrebentar também no lado mais forte.
- A queda de Cuca deixa lições e mostra um Brasil em começo de processo de cura depois de tantos anos doente de ódio e de insensibilidade. Não foi o presidente do Corinthians, aliás, o principal responsável pela absurda contratação do treinador, nem os jogadores que o abraçaram, e nem o técnico do time de mulheres que as desmentiu covardemente, os causadores da curta passagem de Cuca, que deve desculpas às mulheres do mundo. Foi a sociedade, o trabalho jornalístico e o respeito às causas femininas que pressionaram a ponto de ele ser forçado a pedir demissão. O Brasil nunca mais poderá se calar diante do obscurantismo, da covardia dos que cometem crimes e se escondem com mentiras patéticas”. Juca Kfouri. (Fecha o pano!)
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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