28 de maio, de 2023 | 09:00
Família pede justiça pela morte de Washington Gonçalves em Cordeiro de Minas
A família de Washington Gonçalves Cordeiro, assassinado em 2020, no distrito de Cordeiro de Minas, quando tinha 37 anos, apela por justiça e a prisão do responsável. Passados quase três anos do crime, o acusado do homicídio nunca foi preso. É considerado foragido depois de se apresentar à polícia e ser liberado. Parte da família precisa viver escondida, por temer retaliações. A mãe da vítima vive com depressão e crises de pânico e ansiedade, sem nenhuma assistência ou proteção do Estado.
O crime foi praticado em novembro de 2020, no distrito de Cordeiro de Minas, em Caratinga. Conforme dados da Polícia Militar, um homem na época com 46 anos foi acusado de tentar matar a própria irmã, Léia Cândida Maciel Gonçalves, que na data do crime tinha 40 anos. Ela estava na porta da casa de parentes, em Cordeiro, quando viu o irmão, Alcides Maciel Neto se aproximar. Desconfiada das intenções do irmão, devido a desavenças anteriores, a mulher correu para dentro da residência. O suspeito disparou seis tiros na direção da irmã, contudo um dos projéteis acertou o rosto de Washington Gonçalves Cordeiro, de 37 anos, primo do autor dos disparos que nada tinha a ver com a desavença.
Discórdia entre irmãos
Um familiar, que prefere não se identificar, conta à reportagem do Diário do Aço que a mãe de Alcides faleceu no início de 2020 e por isso os irmãos começaram uma disputa pela casa da família. Dos 13 filhos, apenas Léia Cândida, teria sido contra a partilha, pois seria necessário desabrigar o pai, de 90 anos. E por isso, os irmãos se revoltaram contra Léia, que por triste coincidência era muito amiga do primo Washington.
Desentendimento
A discórdia familiar se arrastava e com isso houve diversas ameaças de morte entre as pessoas. Ainda conforme o familiar que concedeu entrevista ao jornal e pediu para ter o nome preservado em função dos riscos, o próprio Alcides teria ameaçado Washington alguns meses antes do ocorrido. O parente conta que Léia morava no Estado de São Paulo com o pai, mas no dia do ocorrido estava a passeio em Cordeiro de Minas e hospedada na casa dos tios (pais de Washington). Na data, uma festa era realizada no distrito e Alcides e Léia tiveram uma discussão na rua.
Mais tarde, Washington e Léia voltaram para a casa e ficaram sentados na calçada conversando. Depois que o primo entrou em casa, Léia percebeu a chegada do irmão Alcides, com capuz na cabeça e portando uma arma de fogo.
Percebendo o perigo, correu para dentro da casa onde estavam seu pai e outras pessoas. Alcides fez alguns disparos no corredor por onde ela passou, e outros pela janela da sala que estava aberta, Washington estava sentado próximo à janela e recebeu um disparo no rosto. Um outro parente teria ajudado o suspeito a fugir em uma motocicleta.
Foragido da justiça
O familiar conta à reportagem que dias depois, Alcides se apresentou com um advogado na delegacia de polícia, prestou depoimento e entregou a arma do crime. No entanto foi liberado para responder em liberdade. Depois disso, teve expedido um mandado de prisão preventiva. Entretanto, não foi encontrado no endereço fornecido e passou a ser considerado um foragido da Justiça.
A família acredita que algum parente está ajudando Alcides a se esconder. Alguns irmãos moram em MG, outros em SP, e já recebemos informações que ele foi visto nos Estados Unidos, pois tem parentes lá também, mas ainda não conseguimos descobrir a real localização”, conta.
Já publicado:
Desavença por herança termina em morte no distrito de Cordeiro
Família desamparada
A tragédia da família não se resume ao homicídio. Atualmente Léia e o pai, que está com Alzheimer, vivem escondidos, pois temem que Alcides ou outros irmãos queiram terminar o serviço”. E para a família da vítima, que vive de forma muito simples e sem muitos recursos, as consequências são ainda mais dramáticas. A vida dos pais e irmãos do Washington foi completamente destruída. A mãe dele que viu o filho ser morto na porta da própria casa, vive com depressão e crises de pânico e ansiedade, sem nenhuma assistência ou proteção do Estado”, lamenta o parente.
Apelo
O familiar, que relata toda a situação, conta que as investigações policiais caminham a passos lentos. Uma audiência ocorreu em março deste ano, quando foram ouvidos os policiais que registraram a ocorrência. Uma outra sessão está agendada para agosto, quando testemunhas serão ouvidas. A família tem esperanças que Alcides seja localizado, preso e julgado pelo que fez. Para isso vem fazendo uma campanha, com divulgações da foto de Alcides, para que a sociedade ajude com informações ou localização do suspeito. Isso não mudará a dor da nossa perda, mas amenizará o sentimento de injustiça e impunidade. Se alguém tiver informações sobre Alcides Maciel, é fundamental que faça a sua parte e denuncie. Pensem na família que foi destruída e sente todos os dias um vazio e uma dor terrível. Agora, pense na possibilidade de acabar com essa impunidade, de trazer alívio e justiça para todas essas pessoas. Sua coragem e compromisso podem fazer a diferença”, apela.
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Kathi Cordeiro
29 de maio, 2023 | 19:29Washington não merecia essa crueldade!
Nos ajude nessa luta por justiça. Qualquer informação sobre o assassino, denuncie pelo 181.”