20 de junho, de 2023 | 06:00
Novo começo
Fernando Rocha
Depois da parada de data Fifa”, para atender política e financeiramente as federações pelo mundo afora, com esses amistosos caça-níqueis de suas seleções, o futebol volta para valer, a partir de amanhã, com jogos dos nossos times pela 11ª rodada do Brasileirão.O Galo encara, fora de casa, o Fluminense, e ambos estão brigando na parte de cima da tabela, mas com um aspecto especial para o torcedor alvinegro, pois o jogo vai marcar o início da era Felipão” no comando do time.
Há cerca de dez dias, desde que o técnico Coudet deixou o Galo, o auxiliar fixo do clube, Lucas Gonçalves, vem à frente dos treinamentos e, por isso, deve comandar o time em campo amanhã, mas já sob o olhar atento de Felipão.
O time alvinegro não vem jogando mal e os últimos resultados são a prova disso. Portanto, as mudanças que vão ocorrer na maneira de atuar da equipe serão introduzidas, a meu juízo, de forma gradual.
Certo mesmo, ou que não há dúvida, é que o torcedor do Galo já verá, neste jogo contra o Fluminense, uma mudança de postura dos jogadores, que vão dar um sanguinho a mais para mostrar serviço e ganhar a confiança do novo comandante.
Dar um salto
O Cruzeiro volta ao Mineirão, amanhã, às 19h, para enfrentar o Fortaleza, dirigido há algumas temporadas pelo técnico argentino Juan Pablo Vojvoda, uma das boas equipes deste Brasileirão. Ambos os times, com 14 pontos, fazendo campanhas semelhantes no meio da tabela.
O time celeste, sob o comando do português Pepa, tem o quarto melhor aproveitamento, 53,3%, na condição de visitante, atrás apenas do rival Atlético, além de Cuiabá e Palmeiras, mas precisa melhorar muito nos jogos como mandante, para deixar a posição de sexto pior, ocupada nas ultimas dez rodadas do Brasileirão.
Caso vença os dois próximos jogos seguidos que fará em casa - Fortaleza, amanhã, e São Paulo, no sábado -, a Raposa vai dar um salto do meio para a parte de cima da tabela e encostar no G-4, que dá vaga na Libertadores do ano que vem.
Pepa terá todos os principais jogadores à disposição e, pela primeira vez desde que chegou ao clube, teve tempo suficiente para treinar e fortalecer as suas ideias de jogo, o que aumenta, positivamente, a expectativa por bons resultados.
FIM DE PAPO
Na última sexta-feira pela manhã, logo após o Atlético anunciar a contratação de Luiz Felipe Scolari, o Felipão, de 74 anos, para substituir o argentino Coudet no comando da sua equipe, a rejeição da torcida ao nome do vitorioso e experiente treinador era quase total. No decorrer do dia, sobretudo, após um vídeo bastante otimista endereçado à torcida gravado pelo próprio Felipão, onde cita a palavra Galo” seis vezes, o panorama mudou inteiramente a favor da sua contratação. Se vai dar certo ou não, só o tempo dirá, mas, na teoria, não há dúvida que a escolha foi boa.
O cavalo de pau dado no modelo de jogo do Galo, a partir da chegada de Felipão, é uma grande incógnita a ser decifrada nos próximos jogos. Coudet implantou o sistema 4-1-3-2, pouco ou quase nunca utilizado no futebol brasileiro e que demorou um pouco para vingar, mas agora está bem encaixado no time, de marcação alta e muita posse de bola. Felipão sempre atuou no simples, 4-2-3-1, mais reativo com dois volantes, pontas e um centroavante fixo. Minha maior curiosidade fica por conta do modo como Hulk irá atuar, se ficará fixo na direita cortando para dentro, como era na seleção de 2014 com Felipão, ou com mais liberdade para atacar os espaços, algo que o transformou no grande nome e ídolo do Galo desde que chegou ao clube.
O jogo em si não valia nada, pois, além de um técnico interino no comando, a nossa seleção enfrentaria a fortíssima” Guiné francesa, 80ª lugar no ranking da Fifa. Mas o propósito implícito no evento de combater o racismo, com frases, camisas pretas, enfim, tudo valia a pena, porém o inacreditável aconteceu e outro ato nojento de discriminação racial foi registrado no estádio, dessa vez, praticado por um segurança espanhol contra Felipe Silveira, de 27 anos, amigo de infância de Vinícius Jr., para quem atualmente trabalha como empresário.
O mais inacreditável nisso tudo é que os jogadores entraram em campo. Ao contrário do Brasil, na Espanha o racismo não é crime, o que incentiva canalhas como aquele segurança a cometer esse tipo de ato nojento e abjeto que não tem mais lugar na sociedade de qualquer país do mundo. A CBF emitiu apenas uma nota condenando o ocorrido. Ou seja, é muito pouco e agora tem a obrigação de cobrar da federação espanhola uma apuração isenta e a tomada de medidas enérgicas contra o segurança racista, para que nunca mais tenha o direito de pisar em um estádio de futebol. Se assim não for feito, de que adiantaram as camisas pretas, o minuto de silêncio, tudo enfim, porque, no final das contas, houve racismo de novo. E teve jogo. (Fecha o pano!)
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]



















