15 de julho, de 2023 | 07:00

No Dia do Homem, psicólogo destaca importância do cuidado com a saúde mental

Neste sábado (15) é celebrado o Dia do Homem, data que tem como objetivo conscientizar a população masculina sobre os cuidados necessários que devem ter no dia a dia, dentre eles, com a saúde mental. Em entrevista ao Diário do Aço, o psicólogo clínico Leonardo Morelli, que atua na área há mais de 30 anos, em Ipatinga, destacou a importância de os homens se preocuparem mais com sua saúde mental e buscarem tratamento.

Para o psicólogo, até hoje muitos homens têm dificuldade para lidar com suas emoções. “Quando pensamos na questão da saúde mental do homem atual, poucas coisas mudaram nas últimas décadas. Por exemplo, há ainda aquela ideia de que o homem não pode chorar. Eu acredito que até hoje, na nossa cultura, a postura do homem ainda está presa a essas questões, de que não pode expressar suas emoções de uma forma saudável. Isso acaba interferindo em sua vida e prejudicando sua saúde mental”, afirmou.

O psicólogo também ressalta que como muitos homens evitam viver suas experiências emocionais, de forma que precisam reprimi-las, conforme foi aprendido em sua cultura e em seu lar, isso contribui para o surgimento de doenças ou comportamentos não funcionais. “Um exemplo disso é o desenvolvimento da depressão, ansiedade e tantos outros transtornos emocionais que acabam prejudicando o homem por não vivenciar as suas emoções”, destacou.

Conforme Leonardo Morelli, outros problemas que o homem pode sofrer por reprimir suas emoções é em relação aos fatores psicossomáticos, como os infartos, dores no estômago, problemas inflamatórios, dores na coluna e outros. “Além disso, se as nossas emoções não são vividas como devem ser vividas, elas trazem consequências em nossas relações, seja no trabalho ou na relação afetiva. Às vezes, como pode envolver uso de drogas, como álcool, excesso de medicações, acaba acarretando na relação com as pessoas do convívio”, salientou.

Suicídio
Conforme o Ministério da Saúde, o suicídio é quase quatro vezes mais incidente entre homens do que entre mulheres. Para o psicólogo, um dos fatores para esse índice é que como as mulheres tendem se expressar melhor, acabam procurando socorro mais que os homens. “Para um homem fazer terapia é muito mais difícil do que para uma mulher.

Portanto, enquanto os homens não entenderem que o adoecimento do cérebro é como também um adoecimento de qualquer outra parte do corpo, ele ficará sujeito a tudo isso. Ou seja, como consequência, pode afetar completamente a sua vida, podendo pensar até mesmo na morte como solução para seus problemas”, concluiu.