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21 de julho, de 2023 | 13:00

Opinião: O quadro precário das escolas públicas

Júlio César Cardoso *

Os tribunais de contas (TCs) do país fiscalizaram, entre os dias 24 e 26/4, 1.082 escolas públicas, estaduais e municipais, de 537 cidades e do Distrito Federal, e chegaram à conclusão que 57% dessas escolas são inadequadas como local para aulas. As vistorias confirmaram que, nessas escolas, a educação sobrevive em cenário caótico.

Os tribunais constataram como problemas principais das escolas: janelas, ventiladores e móveis quebrados; iluminação e ventilação precárias; infiltrações; e paredes mofadas. A limpeza e higienização também foram identificadas em 20% dos casos como longe do ideal. A pesquisa foi conduzida pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), em parceria com o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) — com base em informações do Censo Escolar, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com levantamento, 31% das escolas não têm coleta de esgoto; 89% não dispõem de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros; 85% não têm hidrantes; 43% não têm extintores; 28% possuem extintores com prazo de validade vencido; 62% não possuem bibliotecas; 63% não têm sala de leitura; 88% sem laboratório ou sala de informática; 80% não disponibilizam equipamento de informática para os alunos; 57% não têm câmera de segurança; 85% não têm botão de pânico ou equipamento equivalente; 16% têm muro ou parede com buracos, que permite o acesso de estranho; 8% têm portão danificado; 10% têm controle de portaria inadequado; 82% das escolas, com cozinhas, estão sem alvará de funcionamento da vigilância sanitária (cozinhas sem tela, revestimento impróprio, infiltração, mofo); 32% dos alimentos são armazenados incorretamente nas despensas: sem termômetro para congelados, alimentos próximos ao forro ou parede, vencidos (8%).

“Chegaram à conclusão que 57% das escolas
são inadequadas como local para aulas”


Este é o triste retrato do país, governado por políticos mequetrefes e desqualificados - que são eleitos e reeleitos pelo instituto do voto obrigatório -, que não tratam a educação com seriedade, como agora se observa com o encerramento das escolas cívico-militares, um exemplo de qualidade de ensino, onde disciplina e hierarquia, tão ausentes hoje em dia, são pilares de uma boa educação.

Causa indignação ver a escola pública continuar sendo tratada de forma negligente, sem fiscalização, e com a sua infraestrutura básica comprometida. Tal fato é uma realidade no país.

A educação, em todo o seu conjunto, deveria merecer da administração pública - estadual e municipal - tratamento de alta qualidade. Se os filhos de políticos fossem obrigados a estudar em escolas públicas, decerto, teríamos educandários qualificados.

Pergunta-se: por que o Legislativo, como representante do povo, se omite no dever de fiscalizar também as escolas públicas? Agora, para pedir votos e praticar politicagem, os políticos são hábeis.

O cenário da educação pública desestimula professores e estudantes, fazendo com que eles desistam da profissão e a juventude não queira ser professor. A educação deveria ser tratada como instrumento mais importante do país.

* Servidor federal aposentado / Balneário Camboriú-SC

Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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Comentários

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Tião Aranha

23 de julho, 2023 | 13:55

“Sempre vai existir opressores e oprimidos. A questão de independência dum povo está diretamente ligada a questão da Educação libertadora. Se não tem Educação de qualidade, não tem Desenvolvimento. Certa vez um colega, numa escola de Melo Viana, falou no projeto japonês de cem que é geralmente feito pra ser concluído. Longevidade. Lá no Japão é assim que funciona. Risos.”

Gildázio Garcia Vitor

21 de julho, 2023 | 14:24

“Excelente artigo! Parabéns!
Só não concordo com o raivoso parágrafo que trata das 216 Escolas Cívico-Militares, que o atual governo não pretende dar continuidade.
Trabalho na Rede Municipal de Ipatinga desde 2014, atuando nas E. M. Altina (2014-18), Deolinda (2019-23) e Chirlene (2022), e em nenhuma delas vivenciei problemas como os citados na pesquisa, com exceção da ausência de laboratórios para aulas de Ciências (Química, Física e Biologia).”

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