16 de agosto, de 2023 | 06:00

Duro castigo

Fernando Rocha

O Cruzeiro fez uma boa partida, competiu, criou oportunidades e, em vários momentos, tirou o forte time do Palmeiras da sua zona de conforto, por isso o empate poderia ser um resultado mais justo.

No final, prevaleceu a qualidade, o conjunto do time palmeirense treinado há três anos por Abel Ferreira, letal quando se trata de contra-ataques e na bola parada, de onde saiu o gol de Flaco Lopez, aos 51 minutos do 2º tempo.

Um pouco antes, Wesley perdeu um gol feito, que não se pode permitir em se tratando de um adversário com a qualidade do time paulista, ainda mais jogando em sua casa com o apoio da torcida.

O Cruzeiro fechou o turno em 12º com 24 pontos, 6 pontos distante do Santos, o primeiro time da zona de rebaixamento. Já o Palmeiras, com a vitória termina na vice-liderança da competição, considerando que o Grêmio vem logo atrás e tem um jogo a menos ainda a cumprir.

No sufoco
Não resta dúvida de que o objetivo, conforme dito pelo técnico Felipão, foi alcançado. O Galo venceu o Bahia, 1 x 0, no Mineirão, chegou a 27 pontos e avança na tabela em busca de uma vaga na Libertadores ou, na pior das hipóteses, a Sul-Americana em 2024.

Mas, para os milhares que assistiram à partida pela TV, além dos quase 30 mil atleticanos que compareceram ao Mineirão, na manhã de domingo, no Dia dos Pais, celebrando uma possível despedida do “Gigante da Pampulha” - já que o próximo jogo como mandante deverá ser o de inauguração da sua Arena MRV -, foi um sufoco do primeiro ao último minuto.

Com todo respeito ao Bahia, mas é inadmissível o time do Galo ser dominado, sofrer pressão quase todo o tempo, achar um gol e perder vários outros, por displicência ou negligência dos jogadores, correndo risco de derrota ou de ceder o empate até o encerramento da partida, como se viu no último domingo, no Mineirão.

“Se não for sofrido, não é Galo”, dizem alguns atleticanos masoquistas, que, felizmente, não são a maioria da torcida. Com o investimento feito no time, os jogadores que possui não só podem como devem jogar e entregar mais para obter os melhores resultados, sem fazer o seu torcedor sofrer tanto.

FIM DE PAPO

Quando o Botafogo começou a liderar o Brasileiro, fui um dos que duvidou da sua capacidade. Até brinquei que era um “jabuti no topo da árvore”, ou seja, ninguém sabia como chegou lá, mas tinha certeza que iria cair. Para surpresa até da sua própria torcida, o simpático alvinegro da “estrela solitária” continuou vencendo, trocou até de treinador, mas não se abalou e mantém-se na liderança com um ritmo impressionante de vitórias. Foi assim no último sábado, com o seu estádio lotado, contra o Internacional do técnico Coudet, com direito a apresentação de Zeca Pagodinho, para comemorar 119 anos de fundação. Numa falha do bom goleiro Perri, sofreu um gol, mas não se perturbou e venceu de virada, 3 x 1, com autoridade de um virtual campeão.

Agora é Neymar que vai jogar na Liga da Arábia Saudita, a exemplo de outros craques de expressão mundial, como o português Cristiano Ronaldo, o francês Karim Benzema, os brasileiros Fabinho e Roberto Firmino, passando pelo senegalês Sadio Mané, todos seduzidos pelos bilhões dos clubes sauditas, com a chancela do governo comandado pelo príncipe herdeiro, o ditador Mohammed Ben Salman. Enquanto a mídia mundial se concentra em divulgar as contratações dos grandes jogadores, a ditadura Saudita se aproveita para fazer uma verdadeira “limpeza”, condenando à morte ou a longas sentenças de prisão, torturando e matando ativistas que se atrevam contrariar os seus interesses. Na década de 70, a ditadura militar aqui no Brasil, também, usou esse expediente para torturar e matar quem ousava fazer oposição, aproveitando o sucesso da seleção tricampeã no Mundial do México.

Neymar queria voltar ao Barcelona, mas o time catalão não tem dinheiro para negociar com o PSG. Então, só lhe restou uma saída, aceitar os “míseros” 160 milhões de euros (R$ 860 milhões), cerca de R$ 1 milhão em salários por dia, oferecidos pelo Al-Hilal da Arábia Saudita para jogar duas temporadas. Com 31 anos de idade, o mimado “ex-menino Ney” parte, agora, melancolicamente, mas bilionário, para o fim de sua carreira. Muito embora a liga saudita esteja em alta, com a contratação de vários craques mundiais, a sua badalada vida fora dos gramados, que o impediu de se tornar o melhor jogador do mundo, vai continuar ditando os seus passos.

Na transmissão de Atlético x Bahia pela Rádio Itatiaia/BH, no último domingo, o comentarista de arbitragem, ex-árbitro e ex-secretário de Fazenda da Prefeitura de Timóteo, Márcio Rezende Freitas, causou ao usar uma frase impactante, mas não inédita, para definir o péssimo tratamento dado à arbitragem nacional pela CBF e pelas autoridades. No início da década de 80, o então vereador Marco Aurélio Sena, líder da oposição ao governo do prefeito João Lamego na Câmara Municipal de Ipatinga, usou a mesma frase dita pelo comentarista, para rebater ofensas de um conhecido personagem que era frequente em quase todas as reuniões do Legislativo na época: “Você - disse o vereador - é a terceira pessoa depois de ninguém”, arrancando risos da plateia.(Fecha o pano!)



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