21 de agosto, de 2023 | 19:28
Incêndio criminoso danifica a já precária ponte queimada sobre o rio Doce
A lendária Ponte Queimada, sobre o rio Doce entre os municípios de Pingo-d'Água e Marliéria foi alvo de um incêndio criminoso no fim da tarde desta segunda-feira (21). Vídeos gravados na ponte mostram os dormentes que compõe o tabuleiro da ponte em chamas. O fogo, de origem criminosa, danificou de vez a passagem pelo local. Os danos levaram à interdição total da ponte. Se antes era arriscado, mas ainda possível a travessia, agora não há como passar, nem sequer uma pessoa a pé.A Polícia Militar de Pingo-d'Água e equipes que trabalhavam em uma plantação de eucaliptos, nas proximidades foram para o local e apagaram o fogo, para evitar que se espalhasse por toda a extensão. Entretanto, um trecho de aproximadamente 10 metros teve danos consideráveis.
No mês de abril deste ano a reportagem do Diário do Aço mostrou a situação precária em que se encontra a ponte e a necessidade de uma reforma urgente. Antes, políticos já tinham feito promessa de gestão junto ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), empresas da região e municípios, para a reforma da ponte.
Alex Ferreira
Há algum tempo já era perigoso passar pela ponte, abandonada e com danos por causa da ação do tempo

A ponte cuja estrutura é de colunas de concreto e vigas de aço, tem 200 metros de extensão. A obra de arte passa em cima do rio Doce, elevando-se a 60 metros de altura. A ponte interliga os municípios de Pingo-d'Água e Marliéria. Na margem esquerda da ponte localiza-se a mata do Parque Estadual do Rio Doce.
Importância turística
Com sua beleza histórica e importância turística para toda a região, a Ponte Queimada com 200 metros de extensão sobre o rio Doce, ligando os municípios de Pingo-dÁgua a Marliéria, há anos sofre com as ações do tempo e a precariedade, principalmente na parte superior no seu tabuleiro, formado por dormentes. Peças podres de madeira, soltas sobre a estrutura de aço, causam medo e insegurança para quem utiliza a passagem.
Uma das entradas para a área do Parque Estadual do Rio Doce, a ponte atual foi reconstruída no século XX e, durante muitos anos, foi o único caminho para o escoamento da produção de carvão vegetal na época, para abastecer a usina siderúrgica Belgo Mineira, em João Monlevade e, posteriormente, a Acesita. Antes, havia no local outra ponte, com uma história ainda mais antiga, explicada abaixo.
A ponte teria recebido esse nome em razão de um incêndio ainda na primeira ponte construída por volta do século XVIII, ao lado do local onde está a atual ponte. A autoria deste incêndio possui várias versões, todas sem nenhuma confirmação oficial.
Atualmente a ponte tem interesse mais turístico e ambiental do que de logística. A ponte é frequentemente usada por ciclistas que fazem a chamada "Volta da Mata", por pesquisadores que atuam na área do Parque Estadual do Rio Doce e por pessoas que estão em Cava Grande e querem encurtar a distância para chácaras, sítios ou lagoas localizadas em Pingo-d'Água e Córrego Novo. A ligação dessas cidades também é feita pela MG-759, que liga essa região à BR-458.
Ligação sobre o rio Doce existe desde o Brasil Colônia
A história oficial mostra que o então governador de Minas Gerais, Antônio de Noronha, mandou abrir uma estrada que, passando pelo vale, fosse até a barra do distrito Cuieté, no município de Conselheiro Pena. Ele governou Minas Gerais de janeiro de 1775 a fevereiro de 1780.
Os operários romperam cerca de vinte léguas, em meio a Matas Nacionais”, das quais existe hoje apenas um pedaço, o Parque Estadual do Rio Doce. Foi seu sucessor no governo, Dom Rodrigo, quem completou e inaugurou a obra.
Ficou conhecida como Estrada Aberta, ou do Degredo. A Aberta”, como era chamada, atravessava quatro grandes pontes neste Sertão: a do Piracicaba (Antônio Dias), a ponte Alta (Ribeirão Mombaça), a Ponte Queimada, no Rio Doce, e a do Sacramento Grande (Bom Jesus do Galho).
A ponte do rio Doce, inaugurada no fim de século XVIII, ficava pouco abaixo da atual, numa corredeira entre os saltos Jacutinga e do Inferno. A ponte foi incendiada em meados de 1793, tomando então o nome de Ponte Queimada”. Na época, os soldados acusaram os índios, que acusaram os soldados.
Depois da primeira versão da obra de arte rodoviária, foram construídas mais duas pontes no mesmo lugar. A atual, que hoje precisa de reformas seria, portanto, a terceira construção.
Queimaram a ponte queimada. Passagem sobre o rio Doce é totalmente interditada. Saiba mais, no Diário do Aço👉 https://t.co/Z0Fm04jW2Q pic.twitter.com/SAQAUn6V93
Diário do Aço (@portaldiarioaco) August 21, 2023
Reprodução de vídeo
A origem do incêndio na ponte queimada ainda é investigada

Alex Ferreira
Situação da ponte no mês de abril deste ano já era precária

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Willians Gonçalves Franco
23 de agosto, 2023 | 08:19Daqui a cem anos sera reconstruida”
Tinho Mortadela
22 de agosto, 2023 | 11:02Novo palanque politico dos fracos deputados do Vale do Aço. Agora temos o Aeroporto e essa ponte aí para fomentar os discursos políticos dos nossos inertes legisladores e chefes do executivo.
Quem sofre é a população.”
Justo
22 de agosto, 2023 | 10:06? só colocar nas mãos do Marcos Vinicius prefeito de Fabriciano que essa obra sai rapidinho”
Priscila Doris Ed Roger
22 de agosto, 2023 | 09:42Quando será a reforma? Ah, me esqueci. Servirá de palanque eleitoral para os próximos candidatos as eleições.”
Flávio Barony
22 de agosto, 2023 | 08:54Agora fez jus ao nome...
Eis um grande problema de natureza social, econômico e ambiental...”
Nenem
22 de agosto, 2023 | 07:50agora a ponte é realmente queimada!”
De Olho
22 de agosto, 2023 | 07:43Lamentável essa cena. Nada obstante o vandalismo, essa ponte já está condenada à inexistência desde há muitos anos. Isso prova o descaso das autoridades competente quando o assunto é o interesse da coletividade. TRISTE.”
Braz
22 de agosto, 2023 | 06:48Tudo armação,como que um lugar desse tão bem vigiado foi queimado tenho as dúvidas.”
Pagador de Impostos
22 de agosto, 2023 | 05:25Deixaram chegar a esse estado para interditar a estrada que desde o século XVII corta a mata . O IEF precisa entender que preservar não é isolar. Mais um patrimônio histórico que é destruído.”
Ricardo
22 de agosto, 2023 | 03:37Acredito que indignação. Se a primeira ponte queimada foi destruída e refeita porque não fazer o mesmo com a ponte queimada nova já que uma fatalidade poderia acontecer a qualquer momento. Espero que coloquem barreiras extremamente fortes que possa impedir qualquer trânsito de veículos e pessoas. Político nenhum precisa passar por aí. Então acredito que a ponte queimada manterá seu nome por muito tempo agora.”
Boaconha
22 de agosto, 2023 | 00:57??Famoso ditado:
Há MALES que vem para o bem?”
Jones
21 de agosto, 2023 | 22:16Man is the cruelest animal.
Friedrich Nietzsche”
?ndio
21 de agosto, 2023 | 21:06Famoso ditado:
Há mares que vem para o bem”