29 de agosto, de 2023 | 14:00
Opinião: Abobrinhas, dragões e otras cositas...
Nena de Castro *
Ah, os gregos... O que seria de nós sem sua sabedoria, sem aquela deusaiada coçando o respectivo e nada fazendo, à moda dos ínclitos políticos de um certo país? Sabe-se que os gregos eram animados para discutir as tragédias da vida, misturando homens e deuses, e toma sangue pra todo lado. Eles se reuniam nos botecos de Atenas, cantavam uns breganejos, tomavam pinga e comiam torresmo, e aí filosofavam sobre tudo, inclusive sobre a dúvida de quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Diziam que sabiam que o Prigozhin ia sifu, causa de quê mexeu com o Prigozhão russo e esse não perdoa, o czar é fogo... Ops! Na verdade, hoje eu queria falar de uma grega do balocobaco e não sei se vocês, meus queridos e pacientes cinco leitores, já ouviram falar de Medeia. Era uma princesa mortal filha do rei da Cólquida e neta do deus sol, Hélio.Medeia era uma guria meio maluquete, chegada a poções e feitiços que aprendeu com a deusa Hécate, divindade das baixarias, bruxarias e encruzilhadas. Esclareço que Medeia é também um personagem de Eurípedes em peça famosa encenada no mundo todo; no Brasil, o grande dramaturgo Paulo Pontes baseado na tragédia grega, escreveu a peça GOTA DÁGUA que foi musicada por Chico Buarque e estreou em 1975 com grande sucesso. A trama foi desenvolvida numa favela carioca e criticava os problemas sociais, a exploração dos pobres, a falta de condições para se viver, a fome e a miséria... Claro que a famigerada censura da época cortou diversas partes, mesmo assim a peça foi encenada como uma reflexão sobre a grande parcela do povo brasileiro que sobrevive, apesar de...
"Sabe-se que os gregos eram animados para discutir
as tragédias da vida, misturando homens e deuses"
Mas hoje não vou escrever sobre a parte medonha de Medeia e o filicídio que perpretou, quero destacar sua participação na recuperação do Velocino de Ouro (a lã do carneiro alado Crisómalo) que deu cada bafão que nem te falo.
Ocorre que o rei Esão, de um reino vizinho, cansado das fofocas do Centrão no Congresso, resolveu abdicar. Como o filho Jasão era menor, combinou com seu irmão Pélias que este governaria até a maioridade do filhote e se mandou para Maracangalha para pescar. Logo que atingiu a maioridade, Jasão foi reclamar o trono, mas titio não queria entregar a rapadura e sugeriu que o jovem trouxesse o velocino de ouro que estava sob a guarda de um dragão, no reino do pai de Medeia.
A moça, ao ver Jasão, com a barriga de tanquinho e músculos trabalhados na academia, além das túnicas e tênis da Calvin Klein apaixona-se e promete ajudá-lo, com a condição de que, ao final os dois se casem. Jasão concordou e graças aos feitiços da bad girl, venceu os dois touros de patas de bronze que soltavam fogo pelas ventas, assim como os guerreiros nascidos da sementeira de dentes de dragão. Ufa! Faltava ainda o dragão que guardava o Velocino, que nunca dormia, mas Medeia preparou uma poção com cachaça da boa, unha de tatu, pena de urubu, cinzas da Fênix, suco de quiabo e Chanel n° 5 e o bicho ao sentir o cheiro, desmaiou. Jasão pegou a lã de ouro, casou-se com Medéia, mas deu ruim mais tarde. Não sei a causa, mas minha tia Lady Zefa ficou sabendo que era a maldição de um colar caríssimo e de um Rolex de ouro, entre outras joias que ele pegou e quis guardar para si, o que deu um cafuçu danado! Rs. E nada mais digo! Nem precisa, né? Z Au Revoir.
* Escritora e encantadora de histórias
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Tião Aranha
29 de agosto, 2023 | 22:06Bom texto, não vamos demorar começar ver os dragões no lugar dos deuses. Acabou o mundo do emprego. O primeiro sinal da ditadura é a perda da liberdade na imposição do silêncio profundo a todos. É só mandar prender, a ordem sempre vem lá de cima. E os guardiões do Estado?! A resposta vem de Sócrates. Ou será que estão até guardando em excesso? Fala sério! -Sem a Economia crescer não tem como inserir o pobre na esteira do Desenvolvimento. Ah! Sim, são os políticos os que mais estão apresentando problemas mentais (falou a psicóloga). Risos.”