11 de setembro, de 2023 | 14:24
Viajando na maionese com poesia...
Nena de Castro *
Ô tristeza me desculpe/estou de malas prontas/hoje a Poesia veio ao meu encontro/já raiou o dia vamos viajar.”Embalada por essa canção de Paulo César Pinheiro e João de Aquino, cantada por Marisa Gata Mansa, eu vou, sem lenço e sem documento”. Ando por uma estrada de tijolos amarelos, onde Dorothy caminha em sua busca, com seus três amigos, Espantalho, Homem de Lata e o Leão.
Cada um quer respectivamente, um cérebro, um coração e coragem. Com uma piscadela cúmplice, sigo. Meu caminho está maravilhosamente envolto pelos raios do sol de primavera que me acariciam a face enquanto a brisa percorre o meu corpo, provocando-me deliciosos arrepios. A Poesia me espreita no verde das árvores, no canto semiótico dos lindos pássaros, no voo delirante das borboletas...
Há uma benesse no ar, quase esqueço meus males, solto meus limites e deslizo pelos ares, já não estou presa à terra, sou abelha, colibri ou borboleta amarela...
Novamente no chão, avisto ao longe um casarão de pedra, circundado por jardins belíssimos onde o lilás das lavandas, cercado por girassóis vangoghianos, explode em beleza. Na janela da torre há um vulto feminino, não sei se Rapunzel ou Ismália, com seus sonhos impulsionados pela loucura. Ao fundo há o começo de uma floresta, vejo enormes raízes de uma árvore, e dentre elas, um buraco de onde o Coelho Branco e Alice me chamam, com gestos insistentes. Vou não, todas as partículas do meu corpo clamam por tulipas coloridas e moinhos de vento e espero avistar Rocinante montado pelo Cavaleiro de Triste Figura seguido por Sancho Pança. O cavaleiro não me vê, está se preparando para combater dragões disfarçados de Moinhos de Vento e vai falando sozinho com toda a inocência dos loucos...
Estranho, de repente um rodopio nos ares e me descubro na floresta tropical, verdejante, exuberante, com rios e onças e macacos e ancestrais tentando sobreviver.
De novo as flores se abriram, flores dagua e eu podia andar por cima, tamanha leveza.”
E vejo que minha (nossa) terra é linda com luas cheias e sacis, grilos cricrilando, Poesia transbordando e eu a amo com amor fortalecido por grossos cipós de aroeira, cheirando a flor de manacá, apesar de”...
Colho avencas lírios, rosas, dálias, pelos campos verdes” e sou índia sonhando com o amor e justiça, sou Marielle escrevendo com sangue um poema de esperança, sou só uma Bugra Doida destilando poesia por todos os poros, voltando no cavalo baio, alazão da noite, cujo nome é raio, raio de luar”.
E nada mais digo, a não ser que a reunião com GER e comadre Fulozinha foi adiada. Rs. Au revoir
* Escritora e encantadora de histórias
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Gildázio Garcia Vitor
12 de setembro, 2023 | 13:43"O Poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."”
Tião Aranha
11 de setembro, 2023 | 19:03Tem que ter mesmo inocência de louco, pra clamar por amor e justiça. Mas sonhar é preciso. Ter imaginação é mais importante que ter conhecimento, pois com ela conseguimos nos conectar com a eternidade. Risos.”